quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Metodologia de Execução da Prova de Carga.

A execução de uma prova de carga é regulamentada pela NBR-6489 Prova de Carga Direta Sobre Terreno de Fundação. Uma placa dc aço rígida de 80 cm de diâmetro é carregada em estágios por um macaco hidráulico reagindo contra uma cargueira. Um estágio de carga somente é aplicado após terem praticamente cessado os recalques do estágio anterior. As cargas sào aplicadas até a ruptura do solo e, caso isto nào aconteça, até que sc atinja o dobro da tensào admissível presumida para o solo, ou um recalque julgado
excessivo.

Os resultados de uma prova de carga são apresentados na forma de um gráfico Tensão x Recalque juntamente com outros dados relativos à montagem da prova, sua localização em planta e elevação, resaltados dc sondagem próximos etc. A Figura 7.17 exemplifica a apresentação dos resultados de uma
prova de carga executada sobre uma camada de atgila, típica dos espigòes da cidade de Sào Paulo.

Na prova dc carga padrão, apenas uma placa de 80 cm de diâmetro é empregada. No entanto, no
estudo da relação modelo-protótipo, quando os resultados da prova de carga terão que ser extrapolados para placas maiores (sapatas), poderá ser conveniente empregar-se placas de tamanhodiferentes, por exemplo 30.60 c 80 cm de diâmetro,  ou mesmo uma sapata de concreto armado (vejase, por exemplo, Nápoles Neto 195i, Barata 1966,  Garga e Quinn 1974, Cudmani ct.al. 1994).

Outra modificação no procedimento padrão seria o de medir o deslocamento do solo cm um ou mais
pontos dentro do bulbo de tensões da placa, a fim de estimar um módulo de deformabilidade do solo.

Um exemplo desse procedimento é encontrado em  Vai e Osório (1987) e Mello c Cepollina (1976).

Fig. 7.17 • Prova d2 carga sobre placa

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Métodos para Estimativa de Tensões Admissíveis.

De acordo com a NBR 6122/94 - Projeto e Execução de Fundações, a tensão admissível pode ser estimada segundo métodos teóricos, semiempíricos, provas dc carga sobre placa e empíricos.

a - Métodos Teóricos
Consistem na aplicação de uma fórmula de capacidade de carga para estimativa da tensào de ruptura do solo de apoio, a,, à qual se aplicaria um coeficiente de segurança. F, para obtenção da  tensào admissível:


F seria variável de acordo com o problema, mas em geral nào inferior a 3.

A seguir, com base na tensão σa estimada, se procederia a uma análise de recalques para saber se esse critério estaria satisfeito ou nào. Caso negativo, o processo seria reiniciado para outros valores de σa .

Além da imprecisão inerente às fórmulas de capacidade de carga, a aplicação dessa metodologia esbarra  em dificuldades de ordem prática na avaliação da resistência ao cisalhamento dos solas envolvidos, bastando citar como exemplos os casos de sapatas apoiadas em areias ou solos residuais submersos ou não.

b - Métodos Semi-Empiricos
Seriam aqueles em que as propriedades dos solos seriam estimadas com base em correlações, para em seguida serem aplicadas fórmulas teóricas, adaptadas ou não.

A estimativa dc parâmetros (resistência e compressibilidade) seria feita com base na resistência à penetração medida em sondagem, N (SPT), ou na resistência de ponta do ensaio de penetração estática de cone, qc.

No caso de fundações diretas, torna-se preferível estimar σa diretamente de N ou de qc, sem necessidade cie intercalarse uma correlação entre esses índices e as propriedades dos solos. É fácil verificar-se que o engenheiro, especialista ou não, entende melhor o significado de uma argila de N = 15, do que uma argila de resistência nào drenada cu = 0,15 MPa, estimada admitindose cu = 0,01 N (MPa).

c - Prova de Carga Sobre Placa
A prova de carga sobre placa se constitui na realidade cm ensaio em modelo reduzido de uma sapata. Ela nasceu antes das conccituaçõcs da

Mecânica dos Solos, aplicada empiricamente na tentativa de obtenção de informações sobre o com-
portamento tensào-deformaçào dc um determinado solo de fundação.

É oportuno que se saliente desde já que , por sua pequena dimensão, apenas o solo situado imediatamente abaixo da placa é solicitado durante uma prova de carga. No caso ilustrado na Figura 7.16, por exemplo, uma prova dc carga superficial nos daria informações sobre a camada de areia de apoio das sapatas, nada dizendo sobre o comportamento do edifício que aplicará tensões que alcançarão a camada compressivel profunda.

Fig. 7.16 - Fundação direta com camada compressivel profunda

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Critérios de Segurança à Ruptura e de Recalques Admissíveis.

A tensão admissível σ a será sempre fixacia levando-se em conta dois critérios que norteiam um projeto de fundação, o de segurança à ruptura e o de recalques admissíveis.

O critério de segurança à ruptura visa proteger  a fundação de uma ruptura catastrófica, sendo normalmente satisfeito mediante a aplicação de um coeficiente de segurança adequado à tensão  que causa a ruptura do solo. at . Já o critério dc recalques admissíveis implicará a  adoção dc uma tensão tal, que conduza a fundação  a recalques que a superestrutura possa suporta:. É o  critério que governa a maioria dos problemas práticos, sendo também o mais difícil de ser avaliado,  em virtude da dificuldade na estimativa dos recalques  a que estará sujeita a fundação projetada.

Neste parágrafo, a referência a recalques estará  sempre dirigida àqueles provenientes da deformação do próprio solo dc apoio das sapatas. A estimativa destes recalques e daqueles provenientes de camadas compressíveis profundas (Figüra 7.16)  será discutida com maior detalhe no parágrafo 7.6.

No parágrafo 7.7 serão apresentadas recomendações a serem levadas cm consideração na fixação dos
recalques admissíveis, os quais serão função, dentre  outros fatores, do tipo e função da superestrutura.

Fig. 7.16 - Fundação direta com camada compressivel  profunda

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Rotina de Solução de um Problema Típico de Fundação de um Edifício.

O caminhamento a seguir na solução dc um problema de fundação de um edifício serve para ilustrar procedimentos aplicáveis também a outros tipos de estrutura.

Partindo-se dos resultados de sondagens dc percussão, em muitos casos a opção por fundação por sapatas é claramente definida:

• aplicável: solos densos (SPT > 15) serão acessíveis após escavação para implantação da obra.
• nào aplicável: solos fracos (SPT < 6) se esten-
dem além das cotas de escavação.

As dúvidas surgem nos casos intermediários (maioria), em que o solo nào é nitidamente bom ou ruim, ou quando abaixo da camada de apoio prevista ocorrem solos mais fracos. Esses casos exigem uma investigação adicional.

Uma investigação complementar deve sempre que possível começar por um poço exploratório, a ser criteriosamente inspecionado pelo engenheiro. Vantagens do poco:

• é rápido (poceiros existem em qualquer cidade) e de baixo custo;
• verifica a profundidade do nível d'água. principal condicionante na escolha do tipo de fundação, freqüentemente indicado errado nas sondagens;
• permite inspeção dos tipos de solo, nem sempre classificados corretamente na inspeção táctil-visual, base da classificação apresentada nas sondagens (argila silto-arenosa, silte argilo-arenoso, areia
aigilo-siltosa e outras combinações que nào definem o tipo dc solo para o engenheiro).
• permite aferir "firmeza" dos solos, usando 'penetrômetro" manual (barra de aço de 0 12,5
mm);
• permite coleta de amostra indeformada em bloco. para ensaio de laboratório (solos coesivos);
• permite avaliar a viabilidade da execução de um bloco tronco-cônico (tubulào a céu aberto curto), mais econômico e de mais fácil execução que uma sapata.

Juntamente com o poço exploratório, podese também executar algumas sondagens com SPT a cada 0.5 m, que define melhor as transições entre camadas, oferecendo também maior número de dados para eventual emprego de correlações com outras propriedades dos solos. Essas sondagens poderão também investigar níveis d'água empoleirados e artesianismos, mediante uso correto do tubo de
revestimento do furo dc sondagem.

O expediente seguinte é o ensaio de penetração estática de conc. CPT. Vantagens:

• rapidez: resultados saem na hora, seja com equipamento manual ou automatizado montado em caminhão:
• investiga bem as areias acima ou abaixo do nível d'água
• define bem as transições;
• ao lado de sondagens, ajuda a conferir seus resultados
• ótimo para avaliar variabilidade horizontal, executando-se ensaios próximos;
• quase única opção rápida para emprego em solos residuais.

Fnsaios de laboratório ocupam um espaço pequeno na rotina do engenheiro de fundações. Em geral sào limitados a solos coesivos, facilmente amostráveis por meio dc blocos retirados de poços ou valas. A dificuldade aumenta, mas ainda será contornávcl, quando as amostras tiverem que ser obtidas através de furos de sondagens, retirando-se então amostras de 2" a 4" de diâmetro. Praticamente nào se aplicam a solos nào coesivos e a solos res.duais estniturados, onde os traumas de amostragem acabam levando ao corte de corpos-de-prova das partes mais coesivas tia amostra, pouco representativas do bloco e menos ainda do maciço tenoso.

Provas de carga cm placa sào pouco usadas, ainda que se apresentem como uma alternativa importante para estudo da compressibilidadc de areias, argilas fissurndas e, principalmente, de solos residuais. As maiores dificuldades práticas ao seu emprego residem no tempo necessário para sua execução e na dificuldade dc acesso à camada de interesse, numa época em que os edifícios rotineiramente têm dois subsolos de garagem (apoio de sapatas a 7-8 m de profundidade, freqüentemente abaixo do nível dágua.).

Ensaios "in situ" mais modernos como o pressiômetro Menard, o dilatômetro Marchetti e outros ainda nào estão incorporados à prática tle fundações brasileira.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

PROJETAR UMA FUNDAÇAO: MÉTODOS PARA A ESTIMATIVA DE TENSÕES ADMISSÍVEIS

Introdução

Neste parágrafo, serão apresentados os principais métodos de que dispõe o engenheire para resolver
o problema de projetar uma fundação por sapatas.

Será interessante, no entanto, que inicialmente seja apresentada uma síntese da realidade do dia-a- dia do engenheiro, o qual é chamado a apresentar soluções para problemas de fundação, quase sempre sem dispor do tempo necessário para um  estudo completo do problema. Este estudo seria iniciado pela programação da investigação do subsolo, sua execuçã o e eventual complementaçâo, interpretação de seus resultados, seguida das conclusões, que deveriam incluir um projeto de fundação e uma estimativa de grandeza dos recalques esperados. A realidade é diferente, sendo o engenheiro muitas vezes levado a tomar decisões cm cima de parcos resultados de sondagens de percussão (SPT ), muitas vezes executadas por firmas desconhecidas e até mesmo de idoneidade duvidosa.

A experiência relatada refere-se principalmente ao projeto de fundações de estruturas correntes, edifícios de apartamentos e escritórios de até 15-20 andares, constniídos na Grande Sào Paulo e principais cidades do Estado de Sào Paulo, envolvendo solos de origem sedimentar e solos residuais provenientes de decomposição de rochas metamórficas, em geral gnaisses, resultando em solos siltosos com características variáveis vertical e horizontalmente (As publicações da ABMS e ABEF sobre os solos da cidade e do Estado de Sào Paulo apresentam dados minuciosos sobre as características geológico geotécnicas dos principais solos envolvidos).

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Fundações Diretas Sujeitas a Cargas Acidentais.

Nos parágrafos anteriores discutiu-se o dimensionamento de fundações diretas, sem nenhuma referência à natureza do carregamento.


Fig. 7.1 2 • Sapata sujeita a dupla excentricidade


Fig. 7.13 - Sapata carregada excentricamente (caso de
grande excentricidade)

Em inúmeros casos de interesse prático, além da carga morta e de sobrecargas efetivas, atuam também esforços acidentais de pequena duração


Fig. 7.14 - Cálculo d c tensõe s no caso de sapatas com dupla excentricidade (apud Teng 1969 )
 
 
Fig. 7.1 5 - Sapata circular carrcgada excentricamente (apud Teng 1969 )

e/ou pequena probabilidade de ocorrência simultânea. Nesses casos, a tensão admissível costuma ser majorada quando da veriftcaçào das tensões decorrentes da somatória das cargas acidentais. A NBR 6122/94, parágrafo 5.5.3 estipula a este propósito: "Quando forem levados em consideração todas as combinações possíveis entre os diversos tipos de carregamento previstos pelas normas es-
truturais, inclusive ação do vento, pode-se, na combinação mais desfavorável, majorar 30% os valo-
res admissíveis das tensões no terreno, e das cargas admissíveis em estacas e tubulõcs. Entretanto, esses valores admissíveis não podem ser ultrapassados quando consideradas as cargas permanentes e acidentais". 

Exemplos de casos dc sapatas sujeitas a cargas acidentais:

• painéis publicitários de grande altura e pequeno peso próprio
• caixas-d'água altas e esbeltas, chaminés
• galpões industriais em estrutura metálica com fechamentos leves (pequeno peso próprio, grande efeito dc vento)
• idem com pontes rolantes a gerarem mais momentos acidentais na fundação.
• pontes rodoferroviárias (esforços longitudinais e transversais de vento, frenagem, temperatura. multidão etc. ;

Cabe aqui também uma menção a estruturas muito particulares em que a carga viva supera a carga mona, exigindo um cuidado extremo no estudo de suas fundações. Como exemplo dessas estruturas podese citar as tanques dc armazenamento de combustíveis e os silos.
 
No caso dos tanques, o peso próprio é desprezível diante da carga útil, a qual pode ser totalmente aplicada em questão dc horas. O primeiro enchimento é na realidade uma prova dc carga, sendo normalmente feito controladamente com observação dos recalques resultantes. Face à  grande área carregada, as tensões aplicadas ao solo alcançam grandes profundidades, podendo causar
recalques decimétricos.
 
Da mesma forma nos silos, além de a carga poder ser aplicada rapidamente, existe também o problema de carregamentos diferenciados nas várias células que podem compor o silo. Burland et al. (1977) descrevem o caso de uma bateria de silos que sofreu danos estruturais severos, apesar de os recalques medidos estarem na faixa de valores normalmente aceitáveis em outros tipos de estrutura. 

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Sapatas Sujeitas a Carga Vertical e Momento.

Em muitos casos práticos, além tia carga vertical, atua também um momento na fundação. Esse momento pode ser causado por cargas aplicadas excentricamente ao eixo da sapata, por efeito de pórtico em estruturas hiperestáticas, por cargas horizontais aplicadas à estrutura (empuxo de terra em muros de arrimo, vento, frenagem etc).

Na Figura 7.11, ilustra-se o caso de uma sapata carregada excentricamente com uma carga Q. Nesse caso, as tensões aplicadas ao solo nào sento uniformes, variando ao longo tia base da sapata.

No caso de a carga Q estar dentro do núcleo central da base, as tensões serão obtidas considerandose a superposição dos efeitos tle uma carga centrada mais um momento, conforme ilustrado na Fig. 7.11. A tensào máxima deverá ser inferior à tensão admissível adotada para o solo.

No caso tle dupla excentricidade, com a carga ainda dentro do núcleo central da sapata, o momento
resultante será decomposto em relação aos dois eixos da sapata e seus efeitos somados (Fig.7.12).

Quando a carga excêntrica estiver fora do núcleo central, apenas parte da sapata estará compri-
mida, nào se admitindo que exista resistência a tração no contato sapata-solo (Figura 7.13). A área da
sapata que é efetivamente comprimida pode ser obtida fazendo-se σmax = σa e verificandose o equilíbrio de forças na vertical (Fig. 7.13).

O caso de dupla grande excentricidade pode ser resolvido superpondo-se os efeitos dos dois momentos, conforme caso anterior.

O ábaco da Figura 7.14 facilita a solução de problemas de sapatas retangulares carregadas excentricamente.

Na Figura 7.15 apresenta-se uma tabela que facilita o cálculo de sapatas circulares carregadas excentricamente.

Fig. 7.1 1 - Sapata carregada excentricamente 


Fig. 7.1 2 • Sapata sujeita a dupla excentricidade 


Fig. 7.13 - Sapata carregada excentricamente (caso de grande excentricidade)


Fig. 7.14 - Cálculo d c tensõe s no caso de sapatas com dupla excentricidade (apud Teng 1969 )


Fig. 7.1 5 - Sapata circular carrcgada excentricamente  (apud Teng 1969 )

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

DIMENSIONAMENTO: Sapatas de Divisa.

No caso de pilares junto aos limites do lote (divisas e alinhamento da rua; nào 6 possível projetarse uma sapata centrada, tornando-se necessário o emprego de uma viga de equilíbrio (viga alavanca) para absorver o momento gerado pela excentricidade da sapata (Fig 7.5-a).

A sapata de divisa, pilar PA, será dimensionada para a reação Ra, a qual, por sua vez, nào é conhecida de início, pois depende da largura da sapata.

O problema é resolvido por tentativas, considerando-se a sugestão adicional dc que a sapata de
divisa tenha uma relação L/B em torno de 2.

Seqüência de cálculo:

Uma vez dimensionada a sapata de divisa, procede-se ao dimensionamento da sapata interna.

Da figura 7.5-c, verifica-se que a viga alavanca tenderá a levantar o pilar PB, reduzindo a carga  aplicada ao solo de um valor DP = RA - PA.

Na prática, esse alívio na carga tio pilar não é adotado integralmente no dimensionamento da  sapata interna, sendo comum a adoção da metade do alívio. Assim, a sapata interna será  dimensionada para:


A redução no valor do alivio é atribuída ao fato de a alavanca nào ser rígida (alavancas longas) além de as cargas de projeto incorporarem sobre cargas, que nem sempre atuam integralmente, o que causaria um alívio hipotético.

No caso de a alavanca nào ser ligada a um pilar interno, mas sim a um contrapeso ou um elemento trabalhando a tração (estaca ou tubulào), o alívio é aplicado integralmente, a favor da segurança.

Freqüentemente, pela sua própria natureza, sapatas de divisa estão associadas a escavações profundas junto a construções vizinhas. Nestes casos, pode ser preferível uma sapata mais próxima de  um quadrado que uma retangular com L/B = 2. O  projeto sacrificaria a viga alavanca, na busca de  uma solução mais exeqüível.

Usando-se os dados da Figura 7.5-a, apresenta-se  a seguir um exemplo de cálculo de sapata de divisa:


Fig.7.5 - Sapata de divisa com viga alavanca.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

DIMENSIONAMENTO: Sapatas Associadas.

Quando as cargas estruturais forem muito altas em relação à tensão admissível, poderá ocorrer o caso de nào ser possível projetar-se sapatas isoladas para cada pilar, tornando necessário o emprego de uma sapata única para dois ou mais pilares (Fig. 7.9-a). Neste caso a sapata será centrada no centro de cargas das pilares, procedendo-se entào à escolha das dimensões, de maneira a obter um equilíbrio entre as proporções da viga de rigidez c os Ixilanços da laje (Fig. 7.9-b).

Fig. 7. 9 - Sapata associada




A sapata associada será evitada, sempre que for possível uma solução com sapatas isoladas, mesmo a custo dc se distorcer o formato lógico das sapatas (Fig. 7.10). Via de regra, duas sapatas isoladas serão mais econômicas e mais fáceis de executar do que uma sapata associada.

Fig 7. 10 - Sapatas isoladas distorcidas no lugar de uma sapata associada


A medida que a concentração de cargas aumenta, a liberdade de escolha do tipo e dimensões das sapatas diminui. O problema de projeto tornase então o de se encontrar sapatas de qualquer forma, que caibam dentro da área disponível para a fundação. Sapatas associando três ou mais pilares poderão, entào, tornar-se necessárias, respeitan-do-se sempre a coincidência do CG da sapata com o centro dc cargas dos pilares envo.vidos.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

DIMENSIONAMENTO: Sapatas Isoladas.

Considerese o pilar retangular da Figura 7.7, de dimensões l x b e carga P. A área necessária da sapata será:



O dimensionamento econômico será aquele que conduz a momentos aproximadamente iguais nas duas abas, em relação à mesa da sapata. Para tanto, os balanços d deverão ser aproximadamente iguais nas duas direções, ou seja:


Resolvendo-se simultaneamente (7.3.1) e (7.3-2) obtêm-se as dimensões procuradas, que sào normalmente arredondadas para variar de 5 em 5 cm  (v. exemplo Fig. 7.7).

Fig. 7. 7 - Dimensionamento dc sapata isolada


No caso dc pilares dc edifícios, a dimensão mínima é da ordem de 80 cm. Para sapatas corridas, adota-sc
um mínimo dc 60 cm dc largura.

No caso de pilares em L, a sapata será centrada no centro de gravidade do pilar, sendo que os balanços iguais serão procurados em relação à mesa retangular do topo da sapata (Fig. 7.8). Nesta figura sào mostrados outros exemplos de sapatas para pilares nào retangulares.

Fig. 7.8 - Exemplos de sapatas isoladas

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

DIMENSIONAMENTO DE FUNDAÇÕES DIRETAS.

O dimensionamento geométrico dc fundações diretas e seu posicionamento em planta é a primeira etapa de um projeto, a ser feito para uma tensão admissível Gv previamente estimada.

As dimensões da superfície em contato com o solo nào sào escolhidas arbitrariamente, mas, sim, procurando-se proporções que conduzam a um dimensionamento estrutural econômico.

No caso particular dc um radier para um edifício, será fundamental a participação do engenheiro estrutural, a fim de se conseguir proporções adequadas tanto sob o ponto de vista de fundação como do estrutural.

1. Sapatas Isoladas
2. Sapatas Associadas
3. Sapatas de Divisa
4. Sapatas Sujeitas a Carga Vertical e Momento
5. Fundações diretas sujeitas a cargas acidentais

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Fundação em Radier.

Quando todos os pilares de uma estrutura transmitirem as cargas ao solo através de uma única sapata, tem-se o que se denomina uma fundação em radier (Fig. 7.6).

Dadas as suas proporções, envolvendo grandes volumes de concreto armado, o radier é uma solução relativamente onerosa e de difícil execução  em terrenos urbanos confinados, ocorrendo por isso com pouca freqüência. Um exemplo de radier  flexível é dado por Vargas (1953), ao apresentar  as características da fundação do edifício do Banco do Brasil no centro da cidade de São Paulo.

Fig.7.6 - Fundação em radier

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Sapatas de fundação.

As sapatas são elementos de apoio dc concreto armado, de menor altura que os blocos, que re-
sistem principalmente por flexão.

As sapatas podem assumir praticamente qualquer forma em planta (Fig. 7.3), sendo as mais freqüentes as sapatas quadradas (B=L), retangulares e corridas (L >> B) . Para efeito de cálculos geotécnicos, considera-se como retangular uma sapata em que L <= 5B.

Além dos tipos fundamentais acima, deve-se também reconhecer as sapatas associadas, as quais são empregadas nos casos em que, devido à proximidade dos pilares, não é possível projetarse uma sapata isolada para cada pilar. Nestes casos, uma única sapata serve de fundação para dois ou mais pilares (Fig. 7.4). 

No caso de pilares encostados em divisas, ou junto ao alinhamento de uma calçada, nào é possível projetarse uma sapata centrada no pilar, recorrendo-se então a uma viga dc equilíbrio (viga alavanca) a fim de corrigir a excentricidade existente, conforme ilustrado na Figura 7.5.
Fig 7.3 • Sapatas isoladas


Fig.7.4 - Sapatas associadas 
 

Fig.7.5 - Sapata de divisa com viga alavanca.


quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Blocos de Fundação.

São elementos de apoio construídos de concreto simples e caracterizados por uma altura relativamente grande, necessária para que trabalhem essencialmente à compressão.

Normalmente, os blocos assumem a forma de um bloco escalonado, ou pedestal, ou de um tronco de cone (Fig. 7.2).

Fig. 7. 2 - Blocos de fundação 


Os blocos em tronco de cone, aindí. que não reconhecidos como tais, são muito usados, constituindose na realidade em tubulões a céu aberto curtos.

A altura 11 de um bloco é calculada de tal forma que as tensões de tração atuantes no concreto, possam ser absorvidas pelo mesmo, sem necessidade de armar o piso da base.

TIPOS DE FUNDAÇÕES RASAS OU DIRETAS.

Do ponto de vista estrutural as fundações diretas dividem-se em blocos, sapatas e radier.

⇒ Blocos de Fundação São elementos de apoio construídos de concreto simples e caracterizados por uma altura relativamente grande, necessária....

⇒ Sapatas de fundação  As sapatas são elementos de apoio dc concreto armado, de menor altura que os blocos, que resistem principalmente por flexão....

⇒ Fundação em Radier Quando todos os pilares de uma estrutura transmitirem as cargas ao solo através de uma única sapata, tem-se o que se denomina uma fundação em radier....

domingo, 4 de novembro de 2012

INTRODUÇÃO ANÁLISE, PROJETO E EXECUÇÃO DE FUNDAÇÕES RASAS.

As fundações rasas ou diretas são assim denominadas por sc apoiarem sobre o solo a uma pequena
profundidade, em relação ao solo circundantc. De acordo com essa definição, uma fundação direta para um prédio com dois subsolos será considerada rasa, mesmo se apoiando a 7m abaixo do nível da rua.

No presente capítulo serão apresentados os tipos de fundações rasas e seu dimensionamento em planta a partir de uma tensão admissível ρa do solo de apoio. Será discutida a estimativa de ρa como resultante da aplicação simultânea dos critérios dc segurança à ruptura e dc deslocamentos (recalques) compatíveis com a superestrutura.

Pela sua importância prática, serão fornecidos os fundamentos teóricos necessários para o cálculo dc recalques de fundações diretas, bem como elemento s para estimativa de parâmetros geotécnicos necessários nesses cálculos.

Finalizando o capítulo se discutirá o problema de estabelecimento de um rccalque-limitc aceitável em um dado problema.


Fig. 7.1 - Definição de fundação direta rasa 

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Pressões de Trabalho para Pré-dimensionamento de Fundações Superficiais

A norma NBR 6122/96 recomenda cuidados especiais com solos expansivos e solos colapsíveis

Quando se encontram abaixo da cota de fundação, até uma profundidade de duas vezes a largura da construção, apenas solos granulares (classes 4 a 9) , a pressão admissível dada na Tabela 2 (válida para fundações c e 2m de largura) pode ser aumentada — no caso de construções nào sensíveis a recalques — em função da largura da fundação até um máximo de 2,5ρb.

No caso de construções sensíveis a recalques, deve-se fazer uma verificação do efeito desses recalque s ou mante r o valo r da pressã o admissível igual ao valor da tabela. Para larguras inferiores a 2 m deve ser feita uma pequena redução indicada na norma. As pressões da Tabela 2 para os solos granulares são indicadas
quando a profundidade da fundação, medida a partir do topo da camada escolhida para assentamento da fundação, for menor ou igual a 1 m; quando a fundação estiver a uma profundidade maior e for totalmente confinada pelo terreno adjacente, os valores básicos podem ser acrescidos de 40% para cada metro de profundidade além de 1 m, limitado ao dobro do valor da tabela. As majorações descritas acima nào podem
ser consideradas cumulativamente se ultrapassarem 2,5ρb.

As pressões da Tabela 2 para solos argilosos (classes 10 a 15) sào aplicáveis a um corpo de fundação nào maior do que 10 m'. Para áreas carregadas maiores, ou na fixação da pressão média admissível sob um conjunto dc corpos de fundação ou a totalidade da construção, devese reduzir os valores da tabela de acordo com



onde A - área total da parte considerada, ou da construção inteira em m^2.

Tabela 2 Pressões básicas da norma NBR 6122/96 

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Pontes e Viadutos - Fundações.

Os viadutos, assim entendidas as obras-de-arte em região urbana que nào transpõem rios ou outras massas de água, nào apresentam problemas de fundação que diferem de outras obras em terra, a menos talvez dos esforços que chegam às fundações. Já as pontes, que têm pelo menos parte de sua extensão cruzando massas d'água, apresentam problemas especiais de execução de suas fundações. Passar-se-á a discutir apenas as fundações de pontes.

Um dos primeiros aspectos a considerar na escolha de uma fundação de uma ponte é a erosão. O projetista deve buscar informações sobre o regime do rio, como níveis d'água máximos e mínimos. velocidades máximas de escoamento etc., além da história de comportamento de fundações de outras pontes nas proximidades. Também aqui o engenheiro deve consultar um geólogo de engenharia. Este aspecto freqüentemente impõe uma fundação profunda, uma vez que uma solução em fundação superficial é afastada pelo risco de solapamento de sua base.

Fig. 6.17 - Problemas com fundações em estacas próximas dos aterros de acesso de pontes 



Outro aspecto a considerar é o tipo de acesso à ponte, como mostrado na Figura 6.17. No primeiro tipo a ponte tem extremos em balanço e o aterro de acesso tem saia ou talude. Outro tipo é o que adota encontros, nos quais se apoiam as extremidades da ponte. Na ocorrência de argila mole na região dcs acessos, as fundações serão naturalmente em estacas, e estas cstacas estarão sujeitas ao chamado efeito Tchebotarioff que será mais severo no caso de encontros.

Outro aspecto importante é a questão do método executivo, que poderá restringir as opções de
fundação. O método executivo está intimamente ligado à disponibilidade de equipamentos. Assim, dada a locaçãc dos pilares da ponte, passa-se a estudar, juntamente com a capacidade dos elementos de fundação dc transmitir os esforços da estrutura, a maneira de executar tais elementos de fundação. A Figura 6.18 mostra algumas destas maneiras. Quando os pilares estão próximos das margens é possível se utilizar bate-estacas convencionais sobre plataformas provisórias dc madeira (Figura 6.18a) ou bate-estacas (dc queda livre ou automáticos) que atuam suspensos por lanças de guindastes (Figura 6.18b). Já pilares distantes das margens podem ter suas fundações executadas a partir dc flutuantes (Figura 6.18c) ou pla-
taformas auto-clevatórias (Figura 6.18d). As plataformas provisórias, os flutuantes e as plataformas
auto-elevatórias podem servir também para a execução de tubulõcs. Aliás os tubulões a ar comprimido continuam a ser uma das soluções mais adotadas na fundação de pontes no Brasil. Isto se explica em parte pelo baixo custo dos equipamentos utilizados nesta solução.

Fig. 6.1 8 - Soluções para execução de fundações de pontes

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Edifícios Industriais.

A Figura 6.16 ilustra alguns problemas típicos de fundação de edifícios industriais:

1. grandes vãos, o que dificulta a utilização de cintas e vigas dc equilíbrio, fazendo com que cada fundação deva ser estável por si;

2. pilares altos, sujeitos a momentos (devidos a pontes rolantes, vento etc.);
 
3. máquinas que provocam vibrações permanentes (motores, compressores etc.) ou transienles (prensas, forjas etc.)

4. máquinas para trabalho dc precisão, sensíveis a deformações (recalques, rotações) c vibrações.

Freqüentemente se tem numa indústria, a pequena distância, os dois tipos de máquinas descritos acima, fazendo com que se tenha que projetar um sistema de isolamento de vibrações, que pode ser executado na máquina geradora das vibrações (chamado isolamento atiro) ou na máquina sensível às vibrações ( isolament o passivo).

Fig. 6.1 6 - Problemas típicos em edifícios industriais

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Edifícios em Encostas.

O grande problema da fundação de edifícios em encostas, na realidade, é o tia estabilidade da encosta onde ele será construído. Se a encosta for estável, as questões que advem dc uma superfície de terreno inclinada são simples de se resolver. A Figura 6.14 mostra duas destas questões: (i) a de que no cálculo da capacidade dc carga a superficie inclinada do terreno precisa ser considerada e (ii) a de que sapatas vizinhas nào devem ser implantadas em níveis muito diferentes. No primeiro caso, as soluções mais gerais para capacidade de carga dc sapatas, como a de Vesic (1975) , incluem um fator redutor que é função
da inclinação do terreno. No segundo caso. pode-se adotar uma regra simples, como aquela mostrada na Figura 6.14.

Uma outra questão, no caso dc fundações em encostas, c a da profundidade mínima dc implantação. Nos terrenos planos, as fundações precisam ser implantadas a uma profundidade que as colo que a salvo basicamente de variações sazonais de volume do solo, ações de raizes de árvores e ero sões. Em geral, uma profundidade de 1,5 m é suficiente. Nas encostas, as fundações precisam se implantadas a uma profundidade tal que também as proteja de movimentos das camadas superficiais. É comum que as camadas mais superficiais de uma encosta estejam sujeitas a um movimento lento (às vezes chamado de "rastejo" ou creep), geralmente associado a variações de nível d'água. É importante que se estude cuidadosamente o perfil do terreno, seu(s) aquíferoís), para entào se escolher a profundidade de implantação das fundações.

Em certas circunstâncias, fundações superficiais nào sào possíveis e tubulóes ou estacas precisam ser adotados. No caso tle estacas, aque- las de maior seçào devem ser preferidas.


Fig. 6.1 4 - Alguns problemas com a implantação de fundações em encostas


Ao se falar em encosta estável para edificação, surge a questão do fator de segurança (ao deslizamento) a ser aceito. Seria razoável exigirse um fator de segurança da mesma ordem daquele exigido paia u peida da capacidade dc carga da fundação. Esta exigência, entretanto, freqüentemente leva a custos de obras dc estabilização elevados, e o projetista pode se ver sob pressão do proprietário ou incorporador.
 
A questão dos estudos de estabilidade de encostas c o projeto de obras de estabilização está fora do escopo deste capítulo. Apenas para ilustrar, apresentamos na Figura 6.15 as medidas estabilizantes mais adotadas, a saber :
 
1. corte para alívio do topo;
2. bermas no pé do talude (atenção para a drenagem!);
3. drenagem profunda por meio de drenos sub-horizontais perfurados;
4. suavizaçào da encosta por meio de uma série de pequenos cortes;  sendo que todas estas medidas — adotadas isoladamente ou combinadas—devem ser complementadas por drenagem superficial.
 
Para fundações em encostas, o engenheiro deve consultar um geólogo de engenharia. 


Fig. 6.1 5 - Medidas estabilizantes para encostas

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Edifícios em Zona Urbana e com Subsolos.

No caso de edifícios em zona urbana com pavimentos de subsolo, há que se prever um sistema de escoramento da escavação para execução destes pavimentos. Estes pavimentos geralmente se estendem até as divisas e vamos supor que os vizinhos já estejam construídos.

Inicialmente tem-se que escolher (i) o sistema de escoramento e (ii) o método executivo.

Sistema de Escoramento 
Na Figura 6.9 estão mostrados, do lado esquerdo, os sistemas de escoramento vertical (paredes) do tipo continuo, que são:

• pa redes-d i a fra g mas;
• paredes de estacas-pranchas de concreto (inviável se vizinho já construído).
• paredes de estacas-pranchas de aço (pouco utilizadas devido ao custo elevado);
• paredes de estacas justapostas (eu tangentes);
• paredes de estacas secantes.

Do lado direito da figura estão mostrados escoramcntos verticais do ti/x) descontínuo, que sào:

• parede de perfis e pranchões;
• paredes de estacas escavadas ("estações") com concreto projetado ou colunas cie jet-grout entre elas.


Fig. 6. 9 - Sistemas de escorament o vertical (paredes) de subsolos

Os sistemas de escoramento horizontal sào basicamente três :

• tirantes ou ancoragens;
• estroncas (em aço ou madeira);
• lajes da estrutura.

Na Figura 6.10a estão mostrados os dois primeiros tipos e na Figura 6.10b aparecem lajes da es-
trutura servindo de apoio para as paredes.

Métodos Executivos
Quanto ao método executivo há basicamente dois tipos :

• método direto ou convencional;
• método invertido.

Os dois métodos estão ilustrados nas Figuras 6.10 e 6.11. Na Figura 6.10a está mostrada a primeira etapa da obra executada por método convencional, em que a escavação avança até a cota final, com o escoramento horizontal promovido por tirantes ou es troncas. Numa segunda etapa (Figura 6.10b), a estrutura do prédio começa a ser executada, de baixo para cima, e os escoramentos provisórios passam a ser substituídos pelas lajes da estrutura.

Fig. 6.10 - Método convencional de execução de subsolos

Na Figura 6.11a está mostrada a primeira etapa tia obra executada por método invertido, em que é executada uma laje para permitir a escavação até a cota de outra laje num nível abaixo. Na Figura 6.11b está mostrada a fase final de escavação, quando será executada a laje de fundo. Neste tipo de execução não há necessidade de escoramentos horizontais provisórios (estroncas ou tirantes), mas sim de apoios provisórios para as lajes, que são normalmente providos por estacas. As estacas mais comumente utilizadas são as metálicas (perfis de aço), as raízes e as escavadas.

Situações Especiais
Há algumas situações especiais a considerar quando se tem um subsolo que se estende até as
divisas do terreno:

i) o prédio tem sua parte acima do terreno afastada das divisas ("lâmina");
ii) os vizinhos têm fundações junto às divisas, superficiais e extremamente sensíveis.

Fig. 6.11 - Método invertido de execução de subsolos

No primeiro caso as paredes de contenção podem servir de fundação para os pilares (ou "montantes") das lajes dos subsolos e do térreo, geralmente sem excentricidades maiores e, portanto, sem vigas de equilíbrio (Figura 6.12a). 

No segundo caso, pode-se afastar das divisas as paredes do subsolo, de maneira a executá-lo de
forma segura, corrigindo no nível do térreo a excentricidade dos pilares da divisa através de vigas de transição (Figura 6.12b).
 
Sistemas de Escoramento Combinados a Fundações
O sistema dc escoramento pode ser combinado às fundações de pilares de divisa. Exemplos clássicos são:
 
1. perfis metálicos de fundação de pilares e que servem para contenção da escavação pelo sistema de per-
fis e pranebões-,
2. paredes-diafragmas que servem dc fundação e de contenção;
3. paredes de estacas justapostas que servem de fundação e de contenção; Nestes casos, os elementos sob (ou junto) dos pilares poderão ser, eventualmente, mais profundos.

Fig. 6 .1 2 • Situações especiais : (a) lâmina afastada das divisas e (b) subsolo com afastament o das divisas

Laje de Fundo de Subsolo
Uma questão importante nos prédios com subsolos que ultrapassam o nível d'água é a laje de fundo. Normalmente esta laje é dimensionada para a subpressào (Fig. 6.13a). Há, em casos especiais, entretanto, a alternativa de se manter um sistema permanente de alívio de pressões de água (Fig. 6.13b).
 
Fundações Compensadas
Sào chamadas fundações compensadas aquelas que tiram proveito do alívio dc pressões no solo decorrente da escavação de subsolos. Alguns projetistas utilizam em seus cálculos de recalques uma pressão liquida igual à pressão aplicada pela fundação menos a pressão de lerra escavada. É discutível se este alívio pode ser considerado integralmente. 

Fig. 6.13 - Soluções para a laj e de íunco de subsolos

No método de cálculo cie recalques de fundações em areias de Burland e B.irbidge«1985), por exemplo, o alívio a considerar é de 2/3 da pressão de terra escavada. De qualquer forma, a compressibilidade do solo que fica abaixo de uma escavação é bastante reduzida uma vez que se trata de material sobreadensado (além de um eventual sobreadensamento natural).

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Edifícios com Pilares na Divisa.

No caso de edifícios sem subsolo mas que se estendem até as divisas, é necessário um tratamento especial dos pilares junto às divisas ama vez que ali o elemento de fundação (sapata ou estaca) nào poderá ter seu centro de gravidade coincidente com o do pilar. Nestes pilares há que se prever vigas de equilíbrio que os ligarão a pilares internos próximos. A fundação associada que resulta tem carregamento centrado em relação aos elementos de fundação.

Na Figura 6.8 estão mostradas alternativas de  fundação para um prédio sem subsolo e que se estende às divisas. Na primeira alternativa, constituída por fundações superficiais isoladas (blocos ou sapatas), estão indicadas as vigas de equilíbrio. Quando as duas sapatas que serão ligadas pela viga de equilíbrio se aproximam muito, é preferível adotar uma fundação combinada (sapata associada ou viga de fundação). O caso extremo será a fundação em radier, em que nào há necessidade da viga de equilíbrio (trata-se de uma
fundação capaz de absorver momentos). Na terceira alternativa, em fundações profundas (estacas ou tubulòes), também sào necessárias as vigas de equilíbrio.

No caso de fundação superficial (sapatas ou radier), as escavações próximas às divisas precisam ser escoradas. No caso de fundação profunda, temse que considerar quando da escolha do tipo, as passíveis conseqüências do processo executivo. 

Fig. 6. 8 - Edifícios com pilares na divisa

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Edifícios sem Subsolo e Afastados das Divisas.

No caso de edifícios sem subsolo e afastados das divisas, nào há condicionantes especiais e o projetista precisa considerar, apenas, os critérios gerais mencionados no item 6.4. Na Figura 6.7 estão mostradas alternativas de fundação para um prédio sem subsolo e afastado das divisas. A primeira alternativa é constituída por fundações superficiais isoladas (blocos ou sapatas) indicandose duas possibilidades de profundidade de implantação. A segunda alternativa é constituída por fundação superficial combinada (radier, p. ex.), tambiém com duas possibilidades dc implantação. Na terceira, sào adotadas fundações profundas (estacas ou tubulõcs).

No caso de escollia de fundação superficial (sapatas ou radier), as escavações para sua implantação podem
ser taludadas, sem necessidade de escoramento. No caso de fundação profunda, tem-se uma maior liberdade de escollia do tipo a ser executado.

Fig. 6. 7 • Edifícios sem subsolo e afastados das divisas

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

CONCEPÇÃO DE PROJETO E CONDICIONANTES ESPECIAIS - Edifícios.

Comforme discutido no item anterior, é interessante estudiar mais de uma alternativa de fundaçào e comparar custos e prazos de execução. Entretanto, a obra pode apresentar condicionantes especiais que influenciarão desde o início a concepção do projeto. Estes condicionantes especiais podem ser, por exemplo, a existência de pilares junto às divisas ou de pavimentos de subsolo no prédio. Passamos, nos próximos itens, a discutir a concepção ou escolha de solução de fundação, inicialmente quando nào há condicionantes especiais e em seguida quando os há.

1 Edifícios sem Subsolo e Afastados das Divisas
2 Edifícios com Pilares na Divisa
3 Edifícios em Zona Urbana e com Subsolos
4 Edifícios em Encostas
5 Edifícios Industriais
6 Pontes e Viadutos

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Fundações Profundas - Escolha do Tipo de Estaca.

Exisle hoje uma variedade muito grande de estacas para fundações. Com uma certa freqüência, um novo tipo de estaca é introduzido no mercado e a técnica de execução dc estacas está cm permanente evolução.

A execução dc estacas é uma atividade especializada da Engenharia, c o projetista precisa conhecer as firmas executoras e seus serviços para projetar fundações dentro das linhas de trabalho destas firmas.

A Tabela 1 abaixo apresenta uma classificação dos tipos mais comuns de estacas, enfatizando o método executivo, no que diz respeito ao seu efeito no solo.

O Apêndice 2 apresenta uma relação dos tipos mais comuns dc estacas c suas cargas de trabalho
usuais, que pode servir para estudo dc alternativas. Na consulta a este apêndice é preciso ter em
mente os seguintes pontos:

a) as caigas ali indicadas consideram apenas o aspecto estrutural da estaca (estas caigas poderão não ser atingidas cm função dc características do terreno);

b) essas cargas não sào específicas dc nenhuma firma executora mas representam uma prática co-
mum; para efeito de projeto executivo, as cargas devem ser verificadas junto às firmas executoras.

Tabela 11 Classificação dos principais tipos de estacas pelo método executivo 


Escolha do Tipo de Estaca

Na escolha do tipo dc estaca é preciso levar em
conta os seguintes aspectos:

(1) esforços nas fundações, procurando distinguir:
• nível das cargas nos pilares;
• ocorrência de outros esforços além dos de com-
pressão (traçào e flexào).

(2) características do subsolo, em particular quanto à ocorrência de:
• argilas muito moles, dificultando a execução de estacas de concreto moldadas in-situ;
• solos muito resistentes (compactos ou com pedregulhos) que devem ser atravessados, difi-
cultando ou mesmo impedindo a cravação de estacas de concreto pré-moldadas;
• solos com inatações, dificultando ou mesmo impedindo o emprego de estacas cravadas de qi alquer tipo:
• nível J o lençol d'ãgua elevado, dificultando a execução de estacas de concreto moldadas in-situ sem revestimento ou uso de lama;
• aterros recentes (em processo tle adensamento) sobre camadas moles, indicando a possibilida-de de atri.o negativo; neste caso, estacas mais lisas ou com tratamento betuminoso sào mais indicadas.

(3) características do local da obra, em particular:
• terrenos acidentados, dificultando o acesso de
equipamentos pesados (bate-cstacas etc.);
• local com obstrução na altura, como telhados e
lajes, dificultando o acesso de equipamentos altos;
• obra muito distante de um grande centro, enca-
recendo o transporte de equipamento pesado;
• ocorrência de lâmina d'água.

(4) características das construções vizinhas, em particular quanto a:
• tipo e profundidade das fundações;
• existência dc subsolos;
• sensibilidade a vibrações;
• danos já existentes.

Esses sào alguns aspectos a considerar. Entre-tanto, nào ha regras para escolha do tipo de esta-ca, e vale muito a experiência local.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Fundações Superficiais: Alternativas para fundação, Principais tipos de radier.

As sapatas e os blocos sào os elementos de fundação mais simples e, quando é possível sua adoção, os mais econômicos. Os blocos são mais econômicos que as sapatas para cargas reduzidas, quando o maior consumo de concreto é pequeno e justifica a eliminação da armação. Nào há, porém, qualquer restrição ao seu emprego para cargas elevadas.

Uma fundação associada (viga, sapata associada ou radier) é adotada quando:

• as áreas das sapatas imaginadas para os pilares se aproximam umas das outras ou mesmo se interpenetram (em conseqüência de cargr.s ele-vadas nos pilares e/ou de tensões de trabalho
baixas);
• se deseja uniformizar os recalques (por meio de uma fundação associada).

Quando uma ou as duas condições acima são satisfeitas cm parte da obra, pode-se adotar a sapata associada nesta área c fundações isoladas no restante da obra. Quando sào satisfeitas em toda a área da obra (ou por opção do projetista) pode-se adotar o radier. Quando a área total dc fundação ultrapassa metade da área da constmção, o radier é indicado.

Quanto à forma ou sistema estrutural, os radieis sào projetados segundo 4 tipos principais (Figura 6.6):

• radiers lisos
• radiers com pedestais ou cogumelos
• radiers nervurados
• radiers em caixão

Os tipos estão listados em ordem crescente de rigidez relativa. Há ainda os radiers em abóbadas invertidas, porém pouco comuns no Brasil.

Fig. 6. 5 - Situações encontradas no estudo de alternativas para fundação


Fig. 6. 6 - Principais tipos de radier: (a) liso. (b) com pedestais ou cogumelos, (c) com vigamento e (d) em caixão

terça-feira, 25 de setembro de 2012

ESCOLHA DA ALTERNATIVA DE FUNDAÇÃO — CRITÉRIOS GERAIS.

Algumas características da obra podem impor um certo tipo de fundação. Este é o caso, por exemplo, de uma obra cujo subsolo é constituído por argila mole até uma profundidade considerável, como mostrado na Figura 6.5a. cm que uma fundação em estacas é a solução que se impõe.

Quanto ao tipo de estaca, haverá, em geral, algumas opções a examinar.

Outras obras podem permitir uma variedade de soluções. Nesse caso é interessante procederse a um estudo de alternativas e fazer a escolha com base em:

• menor custo e
• menor prazo de execução.

Neste estudo de alternativas pode-se incluir mais de um tipo dc fundação superficial — ou mais de um nível de implantação — c mais de um tipo de fundação profunda. Na avaliação de custos e prazos é importante considerar escavações e rcaterros, como mostrado na Figura 6.5b-d. Na Figura 6.5c estão mostradas duas possibilidades de fundação superficial, sendo que aquela implantada a maior profundidade tem menor volume de concreto armado (devido a uma maior tensào de trabalho) mas maior volume de terra a movimenta r e, cas o ultrapass e o nível d água, necessidade de rebaixamento do lençol d água. A alternativa cm estacas (Figura 6.5d) , por outro lado, pode apresentar menor custo global se considerarmos o menor volume rios bloro s íle roroamenl o e o menor movimento de terra. Assim, é válido se estudar mais de uma alternativa e comparar cus-tos e prazos de execução.
Fig. 6. 5 - Situações encontradas no estudo de alternativas para fundação

Fundações Superficiais.


sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Fundações Mistas.

Sào fundações mistas aquelas que associam fundações superficiais e profundas. Exemplos (Figura 6.4) :

Fig. 6.4 - Alguns tipos de fundação mista: (a) estaca ligada a sapata {"estaca T"), (b) estaca abaixo de sapata ("estapata") , (ej radier sobre estacas e (d) radier sobro tubulões

sapatas sobre estacas — associação de sapata com uma estaca (chamada de "estaca T" ou "estapata", dependendo se há contato entre a estaca e a sapata ou nào);
 
radiers estaqueaclos — radiers sobre estacas (ou tubulóes) , que transfere parte das cargas que
recebe por tensões de contato em sua base e parte por atrito lateral e carga de ponta das estacas.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Fundações Profundas.

Já as fundações profundas são separadas em três tipos principais:

estaca — elemento de fundação profunda executado com auxílio dc ferramentas ou equipamentos, execução esta que pode ser por cravação a percussão, prensagem, vibração ou por escavação, ou, ainda, de forma mista, envolvendo mais de um destes processos;

tubulào — elemento de fundação profunda de forma cilíndrica, em que, pelo menos na sua fase final de execução, há a descida de operário (o tubulão nào difere da estaca por suas dimensões mas pelo processo executivo, que envolve a descida de operário);

caixão — elemento de fundação profunda de forma prismática, concretado na superfície e instalado por escavação interna.

 Fig. 6. 3 - Alguns tipos dc fundaçõe s profundas: estacas a) metálicas, b) prémoldadas de concreto vibrado,  c) prcmoldada de concreto centrifugado, d) tipo Franki c  tipo Strauss, e) tipo raiz. f) escavadas; tubulõcs g) a céu  aberto, sem revestimento, h) com revestimento dc  concreto i) com revestimento de aço

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Fundações Superficiais (diretas).

Quanto aos tipos de fundações superficiais há (Figura 6.2):

bloco— elemento de fundação dc concreto simples, dimensionado de maneira que as tensões de tração nele produzidas possam ser resistidas pelo concreto, sem necessidade de armadura;

sapata — elemento dc fundaçào dc concreto armado, de altura menor que o bloco, utilizando armadura para resistir aos esforços de tração; viga de fundação — elemento de fundação que recebe pilares alinhados, geralmente de con creto armado; pode ter seção transversa, tipo bloco (sem armadura transversal), quancb são freqüentemente chamadas de baldrames, ou tipo sapata, armadas;

grelha— elemento de fundação constituído por um conjunto de vigas que sc cruzam nos pilares; sapata associada — elemento de fundação que recebe parle dos pilares da obra, o que a difere do radier, sendo que estes pilares não são alinhados, o que a difere da viga de fundação;

radier— elemento de fundação que recebe todos os pilares da obra.

Fig. 6. 2 - Principais tipos dc fundação superficial : (a) bloco, [bj sapata, (cj viga e (d) radier

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