quinta-feira, 30 de agosto de 2012

AS FUNDAÇÕES NA IDADE CLÁSSICA.

Os gregos, a despeito da beleza de sua arquitetura, pouco inovaram técnica e materialmente, a nào ser no uso do mármore e da pedra calcária e no trato das pedras em geral, pois se preocupavam mais com a função das parles construtivas.

Suas primeiras culturas, a cretense e a miccnica, diferiam em seus palácios, como o dc Cncssos,
que nào eram fortificados em Creta, potência insular, mas o eram em Miccnas, no Pcloponeso.

Com isso os palácios crctenses eram ampliações de suas casas, chegando estas ate três pavimentos, fundadas sobre pedaços de pedras, paredes de tijolos crus com pilares de pedras c demais estruturas de madeira. Suas culturas seguintes continuaram basicamente a usar os mesmos materiais. madeira e pedra, esta quando nas fundações, em blocos rústicos ou aparelhados. Datam dessa época as primeiras estradas calçadas a pedra, canais, aquedutos e pontes, estas dc madeira, algu-mas com pilares de tijolos. £ de se notar que a madeira continuou a ser material importante, mesmo a partir do século VI A.C. quando a arquitetura grega começou a brilhar com seus pórticos e colunatas em seus palácios e templos travejados
com vigas dc pedra, mas com tetos de troncos justapostos e cobertos por colchão dc terra. Entretanto estes novos tipos construtivos eram concentradores de cargas nas fundações, que passaram a ser feitas de blocos superpostos, cujas partes superiores, aparentes, eram os chamados ortostatos. Estes se constituíam de duas ou três camadas de blocos alongados de pedras aparelhadas cm ângulos retos, justapostos e, em geral, grampeados uns aos outros. A parte nào visível era formada por pedras menos aparelhadas e misturadas. por exemplo, com cascalho, mas o mais importante é que os ortostatos proporcionavam melhor distribuição das cargas nas fundações, ama vez que suas juntas verticais desencontradas tendiam a uniformizar as pressões, obviando, assim, recalques diferenciais. As fundações menores, em vez de serem corridas, tinham sapatas isoladas (almofadas de pedra). Mas em lugares de terrenos fracos as escavações recebiam, primeiro, uma camada dc terra misturada com cinzas de carvão (e até com este mesmo) , uma camada de terra apiloada, ou mesmo uma mistura de calcário mole com pedregulho. Muito mais raras eram as fundações cobrindo toda a área de construção, em geral quando esta área era toda carregada. Nesse caso eram formadas por camadas sucessivas de blocos ou lajotas dc pedra apoiadas sobre uma camada de fundo dc pedra e argila misturadas. Em alguns casos usaram estacas dc madeira, cravadas por máquinas. que se imagina sejam derivadas de máquinas de guerra, usadas para perfurar muralhas e portões.

Em Alexandria os gregos adquiriram mais a herança das técnicas construtivas dos velhos impé-
rios, mas foi cm Roma que a técnica da construção em geral e das fundações em particular avançou significativamente, pois estas passaram a receverr mais cargas, em virtude de obras mais pesadas que as
dos gregos. Isto se deu com a introdução do arco — herança etrusca — e da abóbada, a preparação do cimento romano a partir da mistura de pozolana com calcário, e daí o concreto, pela adição de pedaços de pedra ou de tijolos cozidos. Este novo material, o concreto, dadas suas excelentes condições ile moldagem, passou nào só a ser empregado cm fundações, como também na cons-truçào de arcos e domos, entre estes o do impressionante Panteão de Roma (110-125 D.C.).

Os arcos permitiram a construção de imponentes aquedutos e pontes que, juntamente com portos e as celebradas estradas e fortifícaçòes romanas, marcaram, pode dizer-se, o aparecimento da engenharia civil e militar no mundo ocidental. Ao contrário dos gregos que. com exceção do historiador Heródoto, pouco escreveram sobre construções, os romanos tiveram até um tratadista (no reinado de Augusto) da matéria,
na pessoa do engenheiro militar e arquiteto Vitrúvio ("De re architectura"). Sua obra traz, em vários capítulos, interessantes passagens sobre fundações, em que trata desde suas questões mais simples como largura e profundidade — esta maior do que aquela — até preocupação com a distribuição de suas cargas, como a inserção de uma base com diâmetro de 1,5 vez o da coluna entre esta e a sua fundação, bem assim entre esta e a parede que sustenta etc., denotando sempre preocupação com cargas transmitidas ao solo e a resistência deste. Em duas passagens, vê-se ter sido ele precursor das fundaçõe s por abóbada s invertidas e da compactação de terrenos fracos pela cravaçào de estacas de madeira, bem como do uso de
ensecadeira s para construi r fundaçõe s subaquáticas. Tais ensecadeiras eram feitas de uma dupla fila de estacas (de troncos de árvores, mas dotados de ponta de ferro.», com o espaço entre filas preenchido por argila amassada em cestos de junco bem arrumados. A água interior era esvaziada por rodas de alcatruzes. A diferença do que hoje se faz está apenas no uso de estacas-pranchas metálicas e de bombas, em
vez de rodas. As fundações e os pilares eram construídos dentro delas com cimento pozolànico e muitos desses pilares eram protegidos por corta-águas a montante, para evitar o solapamento de suas fundações por erosão. A construção de fundações, primeiro com tijolos crus e depois cozidos, devidamente travadas, e em seguida com concreto de cimento, cresceu e culminou com fundações como a circular do Coliseu, uma laje com 170 m de diâmetro, e a do Panteão, assente sobre uma viga de fundação em forma de anel de concreto, mais larga que as paredes, mas que mesmo assim apresentou problemas, obrigando a reforços. Os romanos, como os gregos, também usaram estacas de madeira como fundações. Vitrúvio, ao lado de varias recomendações, diz apenas que deviam ser cravadas por máquinas.

Do ponto de vista da geotecnologia moderna é de assinalar-se que tanto Vitrúvio (1 séc. A.C.), como Plínio
(I séc. D.C.) reconlieceram a existência do atiito nas areias, principalmente nas de grãos angulosos. 

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Esquadrias: Metal.


No trabalho executado em serralharia, os elementos que interessam para a fabricação de esquadrias são  os  perfis  de  chapa dobrada em ferro, alumínio ou aço (comum e zincado). Esse último vale citar os batentes da Eucatex@ (batentaço envolvente  e  outros).   Os métodos de montagem são o aparafusamento, a rebitagem e a solda. 

A fixação das esquadrias metálicas pode  ser feita com grampos de ferro em cauda  de  andorinha,  ou  grapas,  chumbados  na alvenaria  com  argamassa  de  cimento  e  areia,  posicionadas   para acomodar exatamente entre as fiadas, espaçados cerca de 60cm sendo 2 o número mínimo de grampos em cada lado. Os grampos são fixados  à esquadria propriamente dita por meio de parafusos.

AÇO

O  aço  é  um  material   construtivo   essencialmente constituído de ferro e carbono  e  diminutas  quantidades  de   outros elementos sempre presentes como manganês, fósforo, silício e enxofre. Outros  elementos  podem  ser  adicionados para  obter  determinadas características.  A adição de  cobre,  por exemplo,  concede características  de maior  resistência do composto à



corrosão.  Em esquadrias, o aço utilizado pode ser revestido ainda por  uma  camada microscópica de zinco, que  também aumenta sua resistência à corrosão.

As esquadrias com acabamento  em   primer,  normalmente não  são  embaladas, nem para a armazenagem, tampouco para o transporte.

Usualmente  são  empilhadas umas sobre as outras ou colocadas em pallets e armazenadas nas prateleiras dos depósitos. 

No transporte  devem  ser  empilhadas  umas  sobre  as outras com proteção de cantoneiras de chapas forradas com carpetes entre uma peça e outra nos quatro cantos do caixilho, para  evitar   o descascamento do primer pelo atrito aço x aço.

Os caixilhos de aço com pintura definitiva  devem  ser entregues embalados envoltos em lençóis de plástico ou acondicionados em caixas de papelão  antes  do  armazenamento  e  transporte. 

Essas embalagens protetoras só devem ser retiradas depois do término  da  obra,  evitando-se danificar a pintura  com rebocos, natas de cimento e tintas.

Quando os caixilhos de aço chegam à obra,  seja  qual for o tipo do acabamento, deve-se evitar o seu armazenamento em locais onde estejam tintas, ácidos, "tinners" ou em ambientes úmidos, sujeito à goteiras ou ainda ao relento, exposto às chuvas  e  poeira. As principais verificações a serem feitas na obra dizem  respeito  às especificações definidas tanto em relação às medidas, quanto ao tipo, quantidade e eventuais defeitos de fabricação.

Durante a colocação do caixilho, o  vão de assentamento deve  estar  rigorosamente  esquadrejado sendo indicado o uso de gabaritos de aço. Os apoios e cunhas devem  ser  colocados  nas  duas extremidades superiores e inferiores das guias - nunca no meio delas. No assentamento, deve-se evitar socar a argamassa em demasia, o que  poderia provocar  o arqueamento no centro do vão e o consequente emperramento das folhas móveis. A fixação dos caixilhos de aço é normalmente feita através do uso de buchas e parafusos.

ALUMÍNIO

O processo de produção inicia-se  com  a  extração  da bauxita - com aparência semelhante ao barro. Após um   processamento que inclui carvão, óleo, solda e cal, tem-se a alumina  que,  após o processo de eletrólise, reduz-se ao alumínio. Após um  processo de desgaseificação, o metal líquido segue para os diferentes processos que darão formato final aos tarugos, lingotes e vergalhões.

O  acabamento  pode  ser anodizado ou com pintura eletrostática. O objetivo da anodização é melhorar a estática das peças tratadas e protegê-las da corrosão ou de qualquer outro ataque exterior.

A pintura eletrostática é o processo mais conhecido e largamente utilizado na decoração e proteção do alumínio. A aplicação da tinta eletrostática, líquida ou em pó, é feita automaticamente em cabines especialmente projetadas, através de equipamentos  especiais. Ambas as pinturas apresentam tipos de tintas com características específicas para cada finalidade de utilização, com várias cores.

Os caixilhos devem ser protegidos com papel crepom  e armazenados em lugar seco e ventilado até o momento do seu envio  para a obra. Seu armazenamento pode ser na posição vertical,  limitando-se à altura de 1,50m, intercalado por calços e  na  posição horizontal, devendo-se fixar as duas extremidades do lote. O empilhamento horizontal ou vertical deve ser isolado do chão através de calços.

A instalação das esquadrias de alumínio obedece às seguintes etapas de colocação:

- colocação de contramarcos: Deve-se deixar o vão bruto com  5cm a mais em cada lado. O contramarco já com seus acessórios será chumbado respeitando-se os pontos de acabamento previamente determinados.
- colocação  das  esquadrias: Após  a  limpeza  dos  contramarcos,  os  caixilhos são fixados através de parafusos de aço tratado e vedante de calafetação.
-  arremates: Correspondem  aos  acabamentos  entre   caixilho  e alvenaria  na  parte  interna. São normalmente fixados por encaixe e pressão.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

JANELAS MAXIM-AR.

Podem ser incluídas na categoria de janelas pivotantes horizontais, uma vez que também possuem eixo horizontal. Estas, porém, deslizam  verticalmente,  possuem  só uma folha e possibilitam a separação dos fluxos de ar quente e frio (fig 91).

                                                   Figura 91 - Janela tipo maxim-ar

As vantagens da janela maxim-ar são:

•  possibilitar ventilação das partes inferiores, mesmo nos dias chuvosos;
•  não ocupar espaço interno;
•  facilidade de limpeza devido à distância que a separa do vão superior.

Como desvantagens, citam-se:
•  liberação parcial do vão para ventilação;
•  não permite o uso de grades ou telas externas.

A janela de folha fixa serve tão somente para possibilitar a iluminação e a visão do exterior (fig.92).

Os tipos citados podem ser combinados de forma adequada no mesmo vão, para atender aos requisitos  técnicos  do projeto. As folhas das  janelas  podem,  ainda,  ser:  totalmente em  madeira; em venezianas de madeira, alumínio ou PVC;  vidro  com caixilhos de madeira, alumínio, aço ou PVC ou outras combinações.

Além  disso,  as  novas  exigências  do  mercado da construção civil vêm incentivando o aparecimento de novas janelas  no mercado. Entre elas destaca-se a janela acústica. O que se pretende é um tipo de vedação que, mesmo quando fechada (para impedir a passagem do vão), consiga promover a ventilação do ambiente. Nesse caso, o que vem ocorrendo é a  utilização da  janela projetada  para  permanecer  fechada nos momentos em que há incômodo do ruído exterior.

                                                         Figura 92 - Janela de folha fixa

Vale lembrar que as janelas comuns terão desempenho acústico tanto melhor, quanto mais perfeitos forem  seus  encaixes  e melhor seja a sua estanqueidade ao ar. Assim  sendo, janelas comuns de vidro com 3mm, guarnecidas com bandeiras em venezianas e tratamento acústico terão desempenho próximo ao das janelas acústicas. 

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

JANELAS PIVOTANTES.


Podem ser horizontais ou verticais  (fig. 89).  As janelas pivotantes horizontais podem ter uma  ou  mais  folhas  (tipo basculante). Este tipo de janela terá um desempenho do ponto de vista da ventilação, tanto maior quanto maior for seu ângulo de abertura.  

                                Figura 89 - Janela pivotante horizontal e vertical

De acordo com o sistema de comando  e  abertura  desse tipo de janela, é possível dirigir o  fluxo  de  ar  que  entra  pela referida abertura. A janela pivotante é apontada por diversos autores como a de melhor desempenho no direcionamento dos  movimentos do  ar, assim como da velocidade de entrada dos fluxos de ar no interior  dos ambientes.

As vantagens são:

•  permitir ventilação constante na totalidade do vão, mesmo em dias chuvosos;
•  ocupar pouco espaço ao abrir ou fechar;
•  facilidade de limpeza;
•  possibilita a entrada do ar frio e saída do ar quente no mesmo vão.

Como desvantagem dessa  tipologia  de   janela  aponta-se   a impossibilidade de observar o exterior debruçando-se sobre ela.

As janelas pivotantes verticais podem ser  encontradas em uma ou  mais folhas  e  possuem as mesmas características  das pivotantes  horizontais.  Permitem  a  passagem da ventilação em praticamente toda a extensão do vão quando seus elementos  formam  90o com o plano da fachada em que se encontram
inseridas. Esta  tipologia  de janela possibilita, também, controlar o fluxo de ar e  sua  direção, através dos sistemas de comando do referido modelo.


Apresentam-se como vantagens na utilização da janela pivotante vertical:

•  permitir ventilação constante, mesmo nos dias de chuva;
•  abertura em qualquer ângulo, o que possibilita o  controle  da ventilação;
• fácil limpeza;
•  ocupa pouco espaço, tanto interna quanto externamente ao movimentarse.

A desvantagem é a mesma da pivotante horizontal.

Pode-se ainda incluir  na  categoria das janelas pivotantes verticais, as janelas tipo "camarão", que  possuem pivô vertical   e  sanfonam  suas  folhas  umas  sobre   as outras, num deslizamento dos seus eixos verticais.

A vantagem desse tipo de janela, consiste em   permitir a passagem  da ventilação na totalidade de seu vão, possibilitando regular a ventilação. (fig. 90)

Entre as desvantagens, pode-se citar:

• dificuldade na limpeza;
•  quando se abre para o exterior, gera a impossibilidade de colocar grades;
•  quando se abre para o interior, impossibilita a colocação  de persianas.ç


Figura 90- Janela tipo "camarão"

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

JANELAS DE ABRIR.


Possuem eixo vertical de abertura e  são formadas por uma ou mais folhas (superfícies que podem ser móveis  ou  fixas), podendo abrir-se para dentro ou para fora da edificação (fig.88).

Entre as vantagens de uso da das janelas de abrir, pode-se citar:
•  abertura completa do vão;
•  facilidade de limpeza e manutenção;
•  permite a colocação de grades ou telas exteriores,  quando  se abre para dentro, e internas quando se abre para fora.

As desvantagens são:
•  não é possível regular a ventilação;
•  ocupa espaço interno se as folhas abrirem para dentro;
•  não podem permanecer abertas quando  ocorrem chuvas oblíquas em relação ao plano da fachada em  que se encontram inseridas, se não houver algum tipo de proteção.


                                                                   Figura 88 - Janelas de abrir

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