segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

PRINCÍPIOS BÁSICOS DO COMPORTAMENTO SÍSMICO DE ESTRUTURAS

O  sistema  estrutural  corrente  de  edifícios  é  constituído  por  elementos  verticais,  os  pilares,  e horizontais,  as  vigas  e  as  lajes.  É  ao  nível  dos  pisos  que  se  encontra  a maior  percentagem  de massa  do  edifício,  razão  pela  qual  o RSA  considera  sistemas  discretos  em  que  se  concentra  a totalidade da massa nestes níveis. 

O efeito que os  sismos provocam nos edifícios  consiste numa deformação  imposta na base  com características dinâmicas que  introduz acelerações  transmitidas aos vários pisos. Segundo a 2ª  lei de Newton, o produto de uma massa pela sua aceleração gere uma força aplicada. A acção sísmica pode assim ser  interpretada como um conjunto de forças horizontais variáveis no  tempo   e que se  desenvolvem ao nível dos pisos, denominadas por forças de inércia, sendo a capacidade resistente de uma estrutura à acção sísmica associada à resposta a estes efeitos. 

Convém realçar que, à parte da acção sísmica, deverão ser sempre verificados os estados  limites para o carregamento vertical, pelo que o dimensionamento e concepção estrutural terão de garantir um correcto encaminhamento das cargas para estes dois casos. No mesmo sentido, efeitos como a  variação de temperatura e a retracção do betão também devem ser tidos em consideração aquando da concepção da estrutura e da verificação especialmente aos estados limite de serviço.

Para qualquer material estrutural utilizado,  terão de ser asseguradas a resistência e a rigidez para  cargas verticais e horizontais. A resistência prende-se com a capacidade de transmissão de cargas  desde  o  ponto  de  aplicação  até  às  fundações  sem  que  a  capacidade  resistente  dos  elementos  estruturais  seja ultrapassada, ao passo que a  rigidez é necessária para controlar as deformações  nos  elementos  estruturais  sujeitos  ao  carregamento  gravítico  e  os  deslocamentos  entre  pisos provocados  pelas  acções  horizontais. Para  dotar  as  estruturas  com  estas  características  existem soluções  estruturais  alternativas  cuja  adequabilidade  depende  das  características  do  edifício  em causa.

Os sistemas estruturais disponíveis são o pórtico, as paredes e as soluções mistas. O sistema em  pórtico  é  anterior  e  quase  que  é  contemporâneo  da  própria    introdução  do  betão  como material  estrutural. Neste  sistema as  cargas  gravíticas  são  transmitidas às  lajes, que apoiam nas vigas, e  que por  sua  vez  transmitem essas  cargas aos pilares e  fundações.  Inicialmente este  sistema era  apenas dimensionado para as cargas verticais, verificando-se que este era suficiente para transmitir  as cargas horizontais equivalentes ao sismo que a regulamentação da altura considerava. 

O  aparecimento  do  RSA  em  1983  veio  introduzir  uma  nova  filosofia  na  quantificação  da  acção  sísmica agravando os  seus efeitos, verificando-se então que o  sistema em pórtico era em muitos  casos  insuficiente  para  resistir  a  estes  esforços  em  estruturas  de  dimensões  consideraveis.  Generalizou-se  assim  a  utilização  do  sistema  de  estrutura mista  pórtico/parede,  que  consiste  na  substituição  de  alguns  espaços  entre  pilares  e  vigas  anteriormente  ocupados  por  alvenaria,  por  paredes resistentes de betão armado. De modo a não afectar demasiado a compatibilização com a  arquitectura, é frequente materializar estas paredes nas caixas de elevadores ou de escadas ou nas empenas.

Por último, surge o sistema estrutural  tipo parede,  “em que os elementos verticais  resistentes são  todos ou quase todos paredes de betão armado” [2]. A reduzida utilização deste sistema estrutural  deve-se à dificuldade de compatibilização com a arquitectura e a algum acréscimo de custos. A sua  utilização compensa em edifícios com geometria muito regular em que o processo construtivo pode  ser  facilitado  ou  em  edifícios  bastante  altos  onde  é  necessário  conferir  uma  elevada  resistência  sísmica.

Na  grande maioria  dos  edifícios  correntes  com  um  porte  considerável  constata-se  que  o  sistema  estrutural  mais  eficaz  para  a  acção  sísmica  é  o  sistema  misto  pórtico-parede.  Os  pórticos  ,apresentam  um  maior  grau  de  redundância  estrutural,  maximizando-se  assim  a  capacidade  de  dissipação de energia através de formação de rótulas plásticas como se  refere posteriormente. Por  ,outro  lado,  as  paredes  conferem  às  estruturas  não  só  uma  boa  capacidade  resistente  a  cargas  horizontais,  mas  também  uma  elevada  rigidez  o  que  possibilita  o  controlo  dos  deslocamentos  relativos  entre  pisos.  Como  as  lajes  apresentam  elevada  rigidez  no  plano  horizontal,  os  deslocamentos das paredes são os mesmos que os pilares vão sofrer, sendo possível deste modo limitar os danos nos elementos não estruturais, e reduzir os efeitos de 2ª ordem na estrutura.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

CONCEPÇÃ O DE EDIFÍCIOS

O projecto de um edifício deve partir de um diálogo entre a engenharia e a arquitectura, entre outrasentidades, no sentido de conceber uma estrutura que desempenhe os requisitos de estética e funcionalidade a que se propõe. No projecto de arquitectura são indicadas as principaiscaracterísticas geométricas do edifício, tais como a área de implantação e a sua divisão pelas diversas ocupações, o número de pisos acima e abaixo do solo e os elementos de comunicação vertical. Este deve prever a implantaçãoda estrutura de acordo com o acordado pelo engenheiro responsável pela mesma.

A concepção da estrutura passa pela escolha do sistema estrutural dos pisos, que podem ser vigados , fungiformes ou uma conjugação destes dois tipos, e da localização e orientação em planta
dos elementos verticais de suporte, pilares e paredes. A definição da geometria de todos estes elementos e a verificação da segurança integra uma outra fase, o dimensionamento. Neste contexto, são analisados os efeitos que as diversas acções provocam na estrutura, nomeadamente os esforços internos, e são
determinadas as quantidades de armadura para conferir a resistência e ductilidade necessárias, que depois conduz à fase de pormenorização.

No sentido de optimizar a utilização dos materiais aço e betão e tornar a estrutura mais eficiente, é fundamental que este ciclo seja interactivo no processo de desenvolvimento do projecto de acordo com o fluxograma da figura 2.1. As setas a cheio indicam a sequência normal das fases referidas no parágrafo anterior. Após a pormenorização, pode ser necessário efectuar pequenas alterações na concepção no sentido de melhorar alguns aspectos como a distribuição de rigidez ou a concentração de esforços em alguns
elementos. Do mesmo modo, quando se depara com dificuldades ou incompatibilidades ao nível do dimensionamento ou da pormenorização, é necessário por vezes voltar à fase anterior, e adaptar a estrutura e/ou a geometria d os elementos, originando assim soluçõ es mais coerentes e eficientes. O fluxograma da figura 2.1 evidência a sequência descrita.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

CONTROLE DE RECALQUE

1. Introdução

O controle de recalque dc um edifício ou de uma obra qualquer é a verificação do desempenho global da fundação, permitindo observar o comportamento da interação solo-estrutura do conjunto. Embora seja uma medida recomendada para qualquer obra de maior responsabilidade, na prática tem sido muito pouco empregada; tem-se um certo entendimento equivocado de que só se faz controle dc recalques se a estmtura está com problemas ou possa apresentá-los.

A sua importância, no entanto, tem sido cada dia mais reconhecida no meio técnico. A revisão  da nova norma dc projeto e execução dc fundações NBR 6122, no seu último capítulo, faz fortes recomendações para sua utilização.

Um bom programa de controle de recalques permite avaliar a evolução de seus valores ao longo  do tempo, verificar se ocorrem recalques diferenciais que possam comprometer o trabalho da estrutura, bem como orientar trabalhos de eventuais refor-

2. Procedimentos

A metodologia utilizada num trabalho de controle de recalque é basicamente a de topografia de precisão com o emprego de nível óptico, cm geral dotado de micrômetro, o que permite determinação de cotas com precisão de até a casa do centésimo de milímetro. Efeitos de temperatura por variações climáticas e insolaçào devem ser eliminados com uso dc miras de ínvar, que nào sofrem influência desses agentes.

O princípio do nivelamento geométrico consiste em se determinar em cada campanha de leitura as cotas dc todos os pinos dc referência instalados em peças estruturais (em geral pilares no piso térreo) a serem observadas, tendo como referência uma cota que deve permanecer fixa indefinidamente ao longo do tempo. Essa cota fixa é feita, na prática, por uma haste metálica de comprimento adequado cuja extremidade inferior de base é apoiada sobre uma camada dc rocha ou substrato suficientemente resistente dc  forma a nào sofrer um recalque próprio ao longo do tempo.

Para iniciar o nivelamento, parte-se da cota dc saída (alísoluta ou arbitrária) que serve de referência, a partir da qual sào detcnninadas as cotas de todos os pinos, objetos do controle, retornando-se em seguida  (caminhamento fechado) ao ponto dc saída, obtendo-se a cota dc chegada. As leituras com caminhamento fechado permitem a correção de erros sistemáticos englobados nos resultados, graças à diferença entre a cota de saída c a de chegada, cujo montante é distribuído pelos pinos dc leitura através de fórmula aritmética ponderada. Para o controle de erros acidentais, cm cada posição dc estacionamento do nível, sào determinados pelo menos 3 pares dc valores (leituras dc ré e vante) para cada pino, dispondo-sc o nível óptico em 3 cotas diferentes. Em geral, para controles de recalques rigorosos, exige-se que a flutuaçào máxima de cotas obtida a partir desses 3 pares de valores nào seja superior a 20 centésimos de milímetro. 

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Ensaios de Baixa Deformação

Os ensaios de baixa deformação são assim denominados por necessitar dc um impacto de um martelo de mão no topo do elemento dc funda-ção, provocando um nível muito baixo dc deformação. Esta onda de baixa deformação se propaga da mesma forma ao longo do elemento de fundação, refletindo-se cm pontos de singularidades, onde ocorreriam eventuais danos. Alvim ct al. (1991) descrevem este ensaio, onde utilizam o equipamento PIT (Pile Integrity Testing). Além dos fundamentos teóricos envolvidos sào citadas algumas aplicações, além da verificação da integridade, que seria a determinação da velocidade de propagação de onda daquele elemento e, indiretamente, o valor do módulo dc deformação dinâmico, parâmetros estes úteis na análise da intrumentaçào dinâmica.

Estes autores mostram inclusive que há uma tendência de estes parâmetros crescerem com o tem- po de cura, bem como a resistência do concreto. Este tipo dc ensaio é freqüentemente utilizado em estacas moldadas "in loco" como tubulões e estações, quando s c tem suspeita de má execução que possa ter causado descontinuidades ou estrangulamentos de seções.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Ensaios de Alta Deformação

Os ensaios de integridade de alta deformação sào assim denominados pelo fato de serem con- duzidos durante a cravaçào dc uma estaca, quando se impõe alta deformação no topo da estaca  pelo impacto do martelo. As ondas de deformação se propagam ao longo do comprimento da estaca, sofrendo reflexão na ponta da estaca ou nos eventuais pontos dc singularidade da mesma. Utilizando o mesmo equipamento (do tipo PDA) é possível, através da análise destes sinais de força c velocidade, detectar-se os possíveis danos e ainda avaliar a sua extensão.

Pelo fato da necessidade de se ter estes golpes de alto impacto, este ensaio se restringe quase  que exclusivamente às cstacas cravadas c a verificação ocorre durante a sua instalação.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

COMO EXECUTAR AS ESCADAS NA OBRA

A marcação de escadas na obra deve seguir o projeto, no entanto na maioria  das vezes, na execução da obra muda-se as cotas e com isso cabe ao profissional adaptar a escada as novas medidas. Deixando bem claro que as variações de medidas devem ficar na ordem de centímetros, caso contrário devemos recalcular a escada.

Para marcar a escada na  obra devemos ter um anteparo, que pode ser uma parede (nas escadas enclausuradas) ou mesmo uma tábua (fôrma lateral), onde possamos riscar a escada nas medidas reais. E a fazemos da seguinte forma (Figuras 12.14 e 12.15) :

1º  - Medir na horizontal a somatória do nº de degraus. Ex.: 10 degraus de p=30 cm = 3,00m.(Figura 12.14)
- Esticar uma linha do nível inferior ao superior. (Figura 12.15)
- Com o auxílio de um prumo verificar a verticalidade do ponto de chegada (nível superior). (Figura 12.15)
- Com o auxílio de uma galga com dimensão do piso e um nível de bolha, marca-se a escada


Depois de marcá-la, faremos a forma da mesma maneira das lajes, pontaletada e contraventada, sendo portanto os lances formados por painéis inclinados de tábuas no sentido longitudinal limitadas nas laterais por tábuas pregadas de pé, tábuas em pé também formam os espelhos.(Figura 12.16)

Devemos ter o cuidado, para que as tábuas dos espelhos não deformem na concretagem. Para se evitar, ligam-se aquelas tábuas uma as outras, pela borda superior usando sarrafos longitudinais.


Podemos executar as escadas também com o auxílio da laje pré moldada, quando não temos que vencer grandes alturas e o seu uso for privativo (Figuras 12.17 e 12.18).


OBS: O cimbramento será feito da mesma maneira do executado nas lajes pré-moldadas.  A concretagem das escadas são feitas com concreto estrutural, "seco" e de baixo para cima.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

ESCADAS DE SEGURANÇA

Consideramos escada de segurança as escadas a prova de fogo e fumaça  dotadas de antecâmeras ventilada. Para um bom projeto de escada de segurança, devemos verificar e pesquisar as normas de segurança que normalizam o projeto e a execução das mesmas. Ficamos restritos aqui, apenas a exemplificar alguns tipos de escada de segurança:

ESCADAS DE SEGURANÇA

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Divisão Da Escada Com Seção Em Curva

Divisão da escada com seção em curva

1) Fora do traçado da escada, desenhar uma reta e marcar nela os traços dos degraus que é preciso repartir ou compensar e além disso o do último degrau reto (Figura 12.12).

2) Traçar uma reta 4-A  que parta da extremidade da primeira e forme um ângulo qualquer com ela.

3) Sobre esta última reta, tomar: a) marca normal 4-5; b) o comprimento desenvolvido da linha de vazio ou de rebordo 5'A.

4) Unir 5' -5 e 12-A; suas prolongações determinam o ponto F.

5) Unindo F com os pontos de separação das marcas normais determinando-se  6', 7', 8', 9', 10' e 11'.

6) Trasladar os valores encontrados ao plano da escadaria: 5'- 6'; 6' - 7'; 7'- 8'; etc.

Figura 12.11 -Desenho da escada com seção em curva
Figura 12.12 -Divisão dos pisos para a escada com seção em curva

terça-feira, 10 de junho de 2014

Como Desenhar As Escadas Dadas Nos Exemplos

a) método 1 (prático):


- Desenha-se os níveis, de onde nasce a escada e onde termina, no nosso caso, níveis 0,00 e 2,70.
- Deixa-se um vão, que terá o nº de degraus multiplicado pelo valor do piso (Desenvolvimento) = D= 5,10m e teremos uma reta AB.
- Dividindo a reta AB- com valores do piso, teremos os nºs de degraus.
- De onde nasce a escada e onde termina, traça-se uma reta AC.
- Traçando-se paralelas a reta BC tendo como base os pontos 1,2,3,4..., encontraremos na intersecção com a reta AC os valores 1', 2', 3', 4', que a partir desses e mediante uma paralela a reta AB encontraremos na sua intersecção com a reta BC os valores dos espelhos.

b) Método 2 = ( Pelo Método de Divisão de Retas)


- Traçar uma reta qualquer AC (Figura 12.9)
- Dividi-la com um valor qualquer, tantas vezes quantos degraus se tenha: (c)
- Traçar uma reta AB, partindo do A, com uma inclinação qualquer, de valor igual a distância a vencer. (Diferença de nível)
- Unindo-se o ponto B com C, traça-se paralelas a BC que passam pelos pontos C1.


- As intersecções das paralelas com a linha AB nos fornece o valor dos espelhos. (c')
- Com auxílio de um compasso, transportar os valores dos espelhos para o desenho (Figura 12.10).

segunda-feira, 2 de junho de 2014

CÁLCULOS E DESENHOS PRÁTICOS DE ESCADAS

Na realidade uma escada não se calcula com máquina de calcular e sim, com um "compasso",  que, ao invés de traçar círculos, divide suas alturas e larguras estabelecendo o seu desenvolvimento  (G.Baud, 1976).

No entanto sabemos que um degrau com 14 centímetros de altura é fácil de subir e que  depois dos 18, torna-se muito cansativo, portanto para base de cálculo poderemos adotar um espelho entre 14 a 18cm. A sua largura deve ser suficiente para receber, se possível no centro da  linha do plano horizontal ou de piso, um pé inteiro, sem que o mesmo esbarre no espelho (Figura 12.7), com isso podemos estabelecer um limite de um mínimo de 25 cm e um máximo de 35 cm.

Para se calcular uma escada devemos:

1º  - Medir com precisão a distância entre o piso e o nível a ser atingido, isto é, do piso inferior ao piso superior, e dividi-la por uma altura entre 14 a 18 cm, até obter um número exato de degraus.

2º  - Calcular o desenvolvimento das escadas: que é elemento útil para fixação das  dimensões da caixa, quando ainda não está definida, e quando já se tem, verificar se a  escada encaixa-se no vão existente.

O desenvolvimento é obtido com facilidade uma vez conhecido o comprimento dos lances, visto já ter calculado a largura dos pisos, e o comprimento dos patamares.

Assim para calcularmos o comprimento do lance faremos:

sendo:  C = Comprimento do lance.
 
  N = Nº de degraus.
  p = piso ( plano horizontal).
  s =  saliência ou pingadeiras

Portanto o desenvolvimento será:
sendo: C = Comprimento do lance.
    P = Dimensão do patamar

Exemplos:


  - Tendo uma altura a vencer de 2,70 m, e a escada em um lance com piso  de 30cm teremos: distância = 2,70m
  Adotando um espelho de 15cm teremos: 2,70m + 0,15= 18 degraus
  C = ( 18 - 1). 0,30 = 5,10m
  D = 5,10 + 0,0 = 5,10 m

- Tendo a altura a vencer de 2,90m, e a escada em um lance com piso de 30 cm teremos: distância = 2,90 m
  Mantendo os mesmos 18 degraus teremos:2,90 +18=0,1611 de espelho
  C = (18-1).0,30 = 5,10m
  D = 5,10 + 0,0 = 5,10 m

COMENTÁRIOS:

Como visto nos exemplos podemos, para calcular uma escada, adotar o espelho, como no 1º exemplo, e verificar quantos degraus teremos na escada ou adotar o nº de degraus, como no 2º  exemplo, e determinarmos o espelho. Em ambos os casos ficamos restritos apenas a verificar se a  escada irá se encaixar no vão que temos ou não, por esse motivo é que se calcula o desenvolvimento  da mesma. Caso não se encaixe devemos procurar uma solução para vencermos a altura.

Como podemos observar no 2º exemplo, este rigor na divisão não pode ser adotado, na  prática, por isso mesmo é que os carpinteiros traçam a escada em tamanho natural, utilizando um nivelamento ou galga. 

segunda-feira, 26 de maio de 2014

ESCADAS: CONSIDERAÇÕES GERAIS, NORMAS E TERMINOLOGIA

As escadas servem para unir, por degraus sucessivos, os diferentes níveis de uma construção. Para isso deveremos seguir algumas normas:

a)  A proporção cômoda entre o plano horizontal e o plano vertical dos degraus é definida pela expressão:


Sendo: e = plano vertical, altura ou espelho.
            p = plano horizontal, largura ou piso.

As alturas máximas e larguras mínimas admitidas são:

- Quando de uso privativo:
a) altura máxima 0.19 m
b) largura mínima 0.25 m

- Quando de uso comum ou coletivo:
a) altura máxima 0.18 m
b) largura mínima 0.27 m

Os pisos dos degraus poderão apresentar saliências até de 0,02m, que não será computada na dimensão mínima exigida (Figura 12.1).

Figura 12.1 - Detalhe dos degraus de uma escada
Temos nas escadas a linha de plano horizontal ou linha de piso que é a projeção sobre um plano horizontal do trajeto seguido por uma pessoa que transita por uma escada. Em geral esta linha ideal se situa na parte central dos degraus, quando a largura da escada for inferior ou igual a 1,10m. Quando exceder a essa grandeza a linha de planos horizontais se traça a 50 ou 55cm da borda interior (Figura 12.2). Esta é a distância a que circula uma pessoa que com a mão se apoia no corrimão lateral e é a que se conserva nas curvas.

Sobre a linha de planos horizontais tomam-se exatamente os valores da largura do degrau,  que deverão ser constantes ao longo da mesma.  O conjunto dos degraus compreendidos entre dois níveis, ou entre dois patamares chama-se lanço ou lance.

Um  lance não deve ter mais de que 16 degraus ou ainda não exceder a 2,90 m de altura a  vencer. Se o número exceder aos valores será preciso intercalar um descanso intermediário  (patamar). A largura deste deverá ser no mínimo três pisos (plano horizontal), nunca inferior à  largura da escada. Em cada piso a escada desemboca em um descanso que se chama patamar ou  descanso de chegada.

Figura 12.2 - Posição da linha do plano horizontal

As portas que abrem sobre o patamar não devem ocupar a superfície útil do mesmo.
As escadas ainda deverão ser dispostas, de tal forma que assegurem a passagem com altura livre igual ou superior a 2,00 m.

Figura 12.3 - Altura livre mínima de passagem
b)  A largura da escada de uso comum ou coletivo, ou a soma das larguras, no caso de mais de uma,  deverá ser suficiente para proporcionar o escoamento do nº de pessoas que dela dependem no  sentido da saída. Para determinação desse número toma-se- á a lotação do andar que apresente  maior população mais a metade de lotação do andar vizinho, inverso a saída.

O cálculo da lotação dos edíficios poderá ser feito em função da área bruta do andar por pessoa, descontando os recintos sem permanência humana.






Consideramos a "unidade de saída" aquela largura igual a 0,60m, que é a mínima em  condições normais,  permitindo o escoamento de 45 pesssoas da população calculada do edifício,  correspondente a uma fila.

Com os dados apresentados fica mais fácil adotarmos uma largura de escada satisfatória, mas  nunca inferior ao que segue:.

A largura mínima das escadas de  uso privativo será de 0,90 quando no caso especial de  acesso giraus, adegas e similares 0,60 m, e a de uso coletivo será:

·  de 1,50m nas edificações para hospitais, clínicas e similares, locais de reuniões  esportivas, recreativas, etc.
·  de 1,20 m para as demais edificações.

Em casos de escadas de uso comum, a capacidade dos elevadores e escadas rolantes não será  levada em conta para efeito do cálculo do escoamento da população de edifício.

A largura máxima permitida para uma escada será de 3,00m.

Arranjos possíveis (Tabela 12.1) (Figura12.4):

As escadas em curva só são permitidas quando excepcionalmente justificáveis, desde que a  curvatura externa tenha raio de 6,00 metros, no mínimo, e os degraus tenham largura mínima de  0,28m, medida na linha do plano horizontal, desenvolvida a distância de 1,00m.

As escadas de uso comum ou coletivo terão obrigatoriamente:

·  Corrimãos de ambos os lados, obedecidos os requisitos seguintes:

a) Altura constante, situada entre 0,75 m e 0,85 m, acima do nível da borda do piso dos  degraus.
b) Serão fixados pela sua face inferior. 
c) Estarão afastados das paredes no mínimo 4 cm.
         d) Largura máxima de 6 cm

OBS:   - Se a soma da largura e do afastamento do corrimão não ultrapassar 10 cm, a medida da  largura da escada não precisa ser alterada, garantindo o escomento.

A altura do guarda corpo exigida é entre 90 a 120cm, sendo recomendado 110cm, que nestes  casos devemos acrescentar o corrimão.

Quando a largura da escada for superior a 1,80 m , deverá ser instalado também corrimão  intermediário.
  
Se dá o nome de CAIXA ao espaço ou local em cujo interior se acha a escada. A forma da caixa e da  escada é citada pelas condições locais de altura e espaço, que podem ser por exemplo (Figura 12.5):

Figura 12.5 - Exemplo de caixa de escada
As escadas deverão ter a inclinação sempre constante em um mesmo lance. O valor do plano  horizontal e da altura (plano vertical) não devem variar jamais de um patamar a outro (Figura 12.6), contudo é aceitável uma exceção quando  se trata de degraus de saída, este pode ter um plano  horizontal de 2 à 5 mm superior aos dos outros degraus.

A inclinação mais favorável é de 30° para as escadas internas.

Portanto devemos tomar a cautela no instante do cálculo da escada, no seu desenho e  marcação na obra, para que não haja a mudança de inclinação, fazendo com isso o seu perfeito  desenvolvimento.

Figura 12.6 - Inclinação das escadas

segunda-feira, 19 de maio de 2014

O que Devemos Verificar Antes da Concretagem - Plano de Concretagem

Antes da concretagem devemos verificar um conjunto de medidas a serem tomadas
antes do lançamento do concreto objetivando a qualidade da peça a ser concretada, que são:

a)  Fôrma e Escoramento

·  Conferir a montagem baseada no projeto;
·  Capacidade de suporte da fôrma relativo a deformações provocadas pelo peso próprio ou
devido às operações de lançamento;
·  Estanqueidade;
·  Limpeza e aplicação de desmoldante;
·  Tratamento da superfície de contato.

b)  Armadura

·  Bitolas, quantidades e dimensões das barras;
·  Posicionamento;
·  Fixação;
·  Cobrimento das armaduras (pastilhas, espaçadores)
·  Limpeza

c)  Lançamento


·  Programar antecipadamente o volume de concreto, início e intervalos das cargas;
·  Programar o tempo previsto para o lançamento;
·  Dimensionar a equipe envolvida no lançamento, adensamento e cura do concreto;
·  Prever interrupções nos pontos de descontinuidade (juntas, encontros de pilares, paredes com vigas ou lajes);
·  Especificar a forma de lançamento (convencional, bomba estacionária, autobomba com lança, esteira, caçamba);
·  Providenciar equipamentos e dispositivos (carrinhos, jericas, guincho, guindaste, caçamba);
·  Providenciar ferramentas diversas (enxada, pás, desempenadeiras, ponteiros, etc..)
·  Providenciar tomadas de força para equipamentos elétricos;
·  Durante o lançamento devemos evitar o acúmulo de concreto em determinados pontos da fôrma, lançar o mais próximo da sua posição final, evitar a segregação e o acúmulo de água na superfície do concreto, lançar em camadas horizontais de 15 a 30cm, a partir da extremidade para o  centro das fôrmas, lançar nova camada antes do início de pega da  camada inferior, a altura de lançamento não deve ultrapassar a 2,0m;
·  No caso de lançamento convencional verificar: o intervalo compatível de entrega do concreto, limitar o transporte a 60m, preparar rampas e caminhos de acesso, iniciar a concretagem pela parte mais distante do local de recebimento do concreto;
·  No caso de lançamento por bombas verificar: altura de lançamento, prever local de acesso e de posicionamento para os caminhões e bomba.

d)  Adensamento

·  Providenciar, vibradores de imersão (agulha), vibradores de superfície (réguas vibratórias), vibradores externos (vibradores de fôrma);
·  O vibrador de imersão deve penetrar cerca de 5,0cm da camada inferior;
·  Iniciar o adensamento logo após o lançamento;
·  Evitar o adensamento a menos de 10cm da parede da fôrma devido a formação de bolhas de ar e perda de argamassa;

e)  Cura

·  Iniciar a cura tão logo a superfície concretada tenha resistência à ação da água;
·  A cura deve ser contínua;

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Consertos de falhas - Estructura de Concreto

Devemos proibir, nas obras, que após a desforma de qualquer elemento da estrutura de concreto armado sejam fechadas falhas (bicheiras) do concreto, para esconder eventuais descuidos durante a concretagem ou por outro qualquer motivo. Para os concertos nas falhas simples devemos assim proceder:

· remover o concreto solto, picotar e limpar bem o lugar a ser reparado.
· limpar bem as barras das armaduras descoberta removendo toda a ferrugem.
·  aplicar um adesivo a base de epóxi na superfície de contato do concreto e das  barras de aço com o novo concreto de enchimento.
·  preenchimento do vazio, com concreto forte, sendo aconselhável aplicar aditivo inibidor de retração (expansor).

Figura 11.36 - Método mais comum de consertos de falhas

segunda-feira, 5 de maio de 2014

CONCRETO DESFORMA

A desforma deve ser realizada de forma criteriosa. Em estruturas com vãos grandes ou com balanços, deve-se pedir ao calculista um programa de desforma progressiva, para evitar tensões internas não previstas no concreto, que podem provocar fissuras e até trincas.

Quando os cimentos não forem de alta resistência inicial ou não for colocado aditivos que acelerem o endurecimento e a temperatura local for adequada, a retirada das fôrmas e do escoramento não deverá ser feito antes dos seguintes prazos:

· faces laterais                                                      3 dias
· retirada de algumas escoras                                7 dias
· faces inferiores, deixando-se algumas 
   escoras bem encunhadas                                   14 dias
· desforma total, exceto as do item abaixo             21 dias
· vigas e arcos com vão maior do que 10 m           28 dias

A desforma de estruturas mais esbeltas deve ser feita com muito cuidado, evitandose desformas ou retiradas de escoras bruscas ou choques fortes.

terça-feira, 29 de abril de 2014

CONCRETO TEMPO DE CURA

Para definir o prazo de cura, motivo de constante preocupação de engenheiros e construtores nacionais, é necessário considerar dois aspectos fundamentais:

-  a relação a/c e o grau de hidratação do concreto;
-  tipo de cimento.

Para concretos com resistência da ordem de 15Mpa devemos curar o concreto num  período de 2  a dez dias, de acordo com a relação a/c utilizada e o tipo de cimento, conforme mostra a Tabela 11.8:


Há, também, outros aspectos importantes na determinação do tempo total de cura e  não podem deixar de ser mencionados, uma vez que, de alguma forma, atuam sobre a cinética  da reação de hidratação do cimento :

-  condições locais, temperatura, vento e umidade relativa do ar;
-  geometria das peças, que pode ser definida pela relação, área de exposição/volume da peça.

Em certas condições, haverá necessidade de concretos mais compactos (menos  porosos), exigindo um prolongamento do período em que serão necessárias as operações de  cura. Nessas condições haverá necessidade de considerar também a variável agressividade do meio ambiente.

O maior dano causado ao concreto pela falta da cura não será uma redução nas  resistências à compressão, pelo menos nas peças espessas, que retêm mais água e garantem o  grau de umidade necessário para hidratar o cimento. A falta de uma cura adequada age  principalmente contra a durabilidade das estruturas, a qual é inicialmente controlada pelas  propriedades das camadas superficiais desse concreto. Secagens prematuras resultam em camadas superficiais porosas com baixa resistência ao ataque de agentes agressivos.

Ironicamente, as obras mais carentes de uma cura criteriosa  – pequenas estruturas, com  concreto de relação  a/c elevada  – são as que menos cuidados recebem, especialmente  componentes estruturais, como pilares e vigas. Além disso, é prática usual nos canteiros de obras cuidar da cura somente na parte superior das lajes.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Sistemas Básicos para Obtenção da Perfeita Hidratação do Cimento

Existem dois sistemas básicos para obtenção da perfeita hidratação do cimento:

1 – Criar um ambiente úmido quer por meio de aplicação contínua e/ou freqüente de água por meio de alagamento, molhagem, vapor d’água ou materiais de recobrimento saturados de água, como mantas de algodão ou juta, terra, areia, serragem, palha, etc.

OBS.: Deve-se ter cuidados para que os materiais utilizados não sequem e absorvam a água do concreto.

2  – Prevenir a perda d’água de amassamento do concreto através do emprego de materiais selantes, como folhas de papel ou plástico impermeabilizantes, ou por aplicação de compostos líquidos para formação de membranas.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Cobrimento De Concreto Na Armadura

A importância do Cobrimento de concreto na armadura é de vital importância na durabilidade mas também pelos benefícios adicionais, como por exemplo a resistência ao fogo. É preocupante ao constatar que esse ponto é freqüentemente negligenciado.

Na execução, deve ser dada atenção apropriada aos espaçadores para armadura e uso de dispositivos para garantia efetiva do cobrimento especificado (Figura 11.34). 

Devemos em todos os casos garantir o total cobrimento das armaduras, lembrando que o aço para concreto armado estará apassivado e protegido da corrosão quando estiver em um meio fortemente alcalino propiciando pelas reações de hidratação do cimento, devemos fazer cumprir os cobrimentos mínimos exigidos no projeto e dado pela Norma. (Tabela 11.7)

Cobrimento das armaduras

para tal podemos empregar:

· pastilhas (espaçadores): plásticas ou de argamassa, que além de mais econômicas, aderem melhor ao concreto e podem ser facilmente obtidas na obra, com o auxílio de  formas de madeira, isopor (caixa de ovos), (para fazer gelo), metálica etc...

· cordões de argamassa.



Pastilhas de argamassa

terça-feira, 8 de abril de 2014

Aplicação do Concreto em Estruturas

Na aplicação do concreto devemos efetuar o adensamento de modo a torná-lo o mais compacto possível.

O método mais utilizado para o adensamento do concreto é por meio de vibrador de imersão, para isso devemos ter alguns cuidados:

· aplicar sempre o vibrador na vertical
· vibrar o maior número possível de pontos
· o comprimento da agulha do  vibrador deve ser maior que a camada a ser concretada.
· não vibrar a armadura
· não imergir o vibrador a menos de 10 ou 15 cm da parede da fôrma
· mudar o vibrador de posição quando a superfície apresentar-se brilhante.

Porém antes da aplicação do concreto nas estruturas devemos ter alguns cuidados:

· a altura da camada de concretagem deve ser inferior a 50 cm, facilitando assim a saída das bolhas de ar.
· e alguns cuidados nos pilares, vigas, lajes como segue:


a) Nos pilares

Verificar o seu prumo, e fazer com que a fôrma fique travada nos "engastalhos", e
contraventá-las.

Engravatar a fôrma a cada aproximadamente 50 cm, e em casos de pilares altos a  2,00m fazer uma abertura "janela" para o lançamento do concreto, evitando com isso a queda do concreto de uma altura fazendo com que os agregados graúdos permaneçam no pé do pilar formando ninhos de pedra a vulgarmente chamado "bicheira".

Podemos ainda fazer uma outra abertura no pé do pilar para, antes da concretagem,  fazer a remoção e limpeza da sua base.

O concreto deverá ser vibrado  com vibrador específico para tal, e não a "marteladas" como o usual.

Fazer um "cachimbo" nas janelas para facilitar a concretagem (Figura 11.29).

Cachimbo para facilitar a concretagem


b) - Nas vigas

Deverá ser feito formas, contraventadas a cada 50cm, através de gavatas, mãos-francesas etc., par evitar, no momento de vibração, a sua abertura e vazamento da pasta de cimento.

Verificar a estanqueidade das fôrmas;
Limpar as fôrmas e molhá-las antes de concretar

As vigas deverão ser concretadas de uma só vez, caso não haja possibilidade, fazer as
emendas à 45º (Figura 11.30).

As emendas de concretagem devem ser feitas de acordo com a orientação do Engenheiro calculista. Caso contrário, a emenda deve ser feita a 1/4 do apoio, onde geralmente os esforços sÃo menores. Devemos evitar as emendas nos apoios e no centro dos vãos, pois ao momentos negativos e positivos, respectivamente, são máximos.

Emendas de concretagem em vigas realizada à 45º

Quando uma concretagem for interrompida por mais de três horas a sua retomada só poderá ser feita 72horas  - após a interrupção; este cuidado é necessário para evitar que a vibração do concreto novo, transmitida pela armadura, prejudique o concreto em início de endurecimento. A superfície deve ser limpa, isenta de partículas soltas, e para maior garantia de aderência do concreto novo com o velho devemos:

1º retirar com ponteiro as partícula soltas
2º molhar bem a superfície e aplicar
3º ou uma pasta de cimento ou um adesivo estrutural para preencher os vazios e  garantir a aderência.
4º o reinicio da concretagem deve ser feito preferêncialmente pelo sentido oposto.

c) - Nas Lajes

Após a armação, devemos fazer a limpeza das pontas de arame utilizadas na fixação das barras, através de imã, fazer a limpeza e umedecimento das formas antes de concretagem, evitando que a mesma absorva água do concreto. O umedecimento nas fôrmas de laje maciça não pode originar acúmulo de água, formando poças.

Garantir que a armadura negativa fique posicionada na face superior, com a utilização dos chamados "Caranguejos." (Figura 11.31)

Detalhe da colocação de caranguejos no posicionamento das armaduras das lajes

Recomendamos o uso de guias de nivelamento e não de pilaretes  de madeira para nivelarmos a superfície das lajes.(Figura 11.32)


Detalhe das guias de nivelamento

Recomendamos ainda que as passarelas, para movimentação de pessoal no transporte  de concreto, seja feita móveis e apoiadas diretamente sobre as formas, independentes da  armadura (Figura 11.33).  forma evitaremos a vibração excessiva das armaduras com  eventual risco de aderência na parte de concreto já parcialmente endurecido, e a deslocação  das mesmas principalmente as armaduras negativas.

Passarela para concretagem

terça-feira, 1 de abril de 2014

Concreto Dosado Em Central

Para a utilização dos concretos dosados em central, o que devemos saber é programar e receber o concreto.

a) - Programação do concreto: devemos conhecer alguns dados, tais como:

· localização correta da obra
· o volume necessário
·  a resistência característica do concreto a compressão (fck) ou o consumo de cimento por m³ de concreto.
· a dimensão do agregado graúdo
· o abatimento adequado (slump test), Tabela 11.6 


Tabela 11.6 - Limite de abatimento (Slump-Test) para diversos tipos de concreto

A programação deve ser feita com antecedência e deve incluir o volume por caminhão a ser entregue, bem como o intervalo de entrega entre caminhões.

b) - Recebimento: antes de descarregar, deve-se verificar:

· o volume do concreto pedido
· a resistência característica do concreto à compressão (fck).
· aditivo se utilizado

Se tudo estiver correto, só nos resta verificar , o abatimento (slump test) para avaliar a quantidade de água existente no concreto. Para isso devemos executá-lo como segue:

· coletar a amostra  de concreto depois de descarregar 0,5 m³ de concreto ou = 30 litros.
· coloque o cone sobre a placa metálica bem nivelada e preencha em 3 camadas iguais e aplique 25 golpes uniformemente distribuídos em cada camada.
· adense a camada junto a base e no adensamento das camadas restantes, a haste deve  penetrar até a camada inferior adjacente.
· retirar o cone e com a haste sobre o cone invertido meça a distância entre a parte inferior da haste e o ponto médio do concreto.

terça-feira, 25 de março de 2014

Concreto Preparado em Betoneira

Os materiais devem ser colocados no misturador na seguinte ordem:

·  É boa a prática de colocação, em primeiro lugar, parte da água, e em seguida do agregado graúdo, pois a betoneira ficará limpa;
·  É boa a regra de colocar em seguida o cimento, pois havendo água e pedra, haverá uma boa distribuição de água para cada partícula de cimento, haverá ainda uma moagem dos grãos de cimento;
·  Finalmente, coloca-se o agregado miúdo, que faz um tamponamento nos materiais já colocados, não deixando sair o graúdo em primeiro lugar;
·  Colocar o restante da água gradativamente até atingir a consistência ideal.

O tempo de mistura deve ser contado a partir do primeiro momento em que todos os materiais estiverem misturados.

Podemos estabelecer os tempos mínimos com relação ao diâmetro "d" da caçamba do misturador, em metros (Tabela 11.5).

Tabela 11.5 - Tempos mínimos de mistura de acordo com o diâmetro e tipo de betoneira

OBS: Os materiais devem ser colocados com a betoneira girando e no menor espaço de tempo possível. Após colocados os materiais, deixe misturar no mínimo por 3 min.

Se o concreto ficar mole, adicione a areia e a pedra aos poucos, até atingir a consistência adequada.  Se ficar seco, coloque mais cimento e água, na proporção de 5 partes de cimento por 3 de água.

OBS : - Nunca adicione somente água, pois isso diminui a resistência do concreto. - Devemos sempre colocar um operário de confiança para operar a betoneira, pois é ele que controla o lançamento dos materiais.



terça-feira, 18 de março de 2014

Concreto Preparado Manualmente

Devemos evitar este tipo de preparo, pois a mistura das diversas massadas, não ficam com a mesma homogeniedade. O concreto preparado manualmente é aceitável para pequenas obras e deve ser preparado com bastante critério seguindo no mínimo as recomendações abaixo:

·  Deve-se dosar os materiais através de caixas com dimensões  pré determinadas, ou com  latas de 18 litros, e excesso de areia ou pedra no enchimento das mesmas deve ser retirado  com uma régua;

·  A mistura dos materiais deve ser realizada sobre uma plataforma, de madeira ou cimento,  limpa e impermeável (preferencialmente em "caixotes") (Figura 11.24);

·  Espalha-se a areia formando uma camada de 10 à 15cm, sobre essa camada esvazia-se o saco de cimento, espalhando-o de modo a cobrir a areia e depois realiza-se a primeira mistura, com pá ou enxada até que a mistura fique homogênia (Figura 11.24);

·  Depois de bem misturados, junta-se a quantidade estabelecida de pedra britada, misturando  os três materiais (Figura 11.25);

·  A seguir faz-se um buraco no meio da mistura e adiciona-se a água, pouco a pouco,  tomando-se o cuidado  para que não escorra para fora da mistura, caso a misturs for  realizada sobre superfície impermeável sem proteção lateral "caixotes" (Figura 11.26).

Para regular a quantidade de água e evitar excesso, que é prejudicial, é conveniente  observar a consistência da massa, da seguinte maneira:

·  Se a plainada com a pá, a superfície deve ficar úmida, sem perder água.
·  Se espremido com a mão um punhado de massa, a forma da espremedura deve permanecer.

Mistura da areia e do cimento sobre superfície impermeável

Adição das britas
Colocação da água

terça-feira, 11 de março de 2014

Armação de Fundação

As fundações das estruturas podem ser expostas a agentes agressivos presentes nas águas e/ou solos de contato. Merecem menção dentre tais agentes agressivos:

  Íons sulfatos, freqüentemente presentes em solos e águas subterrâneas; a ação dos sulfatos, quando presentes em solução produz, ao reagir com o hidróxido de cálcio e com o aluminato tricálcico hidratado, o gesso e o sulfo-aluminato de cálcio, que tem volumne consideravelmente maior do que os compostos iniciais, levando a expansão e desagregação do concreto;

  Líquidos que possam lixiviar o cimento; a lixiviação significa a extração ou dissolução dos compostos hidratados da pasta de cimento

Todas as vigas baldrames, e principalmente os blocos de estacas, sapatas, não devem,  suas armaduras, serem apoiadas diretamente sobre o solo.

Porque as armaduras poderão ficar descobertas pelo concreto o  que ocasionará a  corrosão.

Para que isso não ocorra recomendamos que seja colocado no fundo das valas uma  camada de concreto magro (lastro de concreto não estrutural). A pedra britada, poderia ser utilizada como lastro, mas os vazios formados pela elevada granulometria faz com que a pasta de cimento escoe formando vazios no concreto “bicheiras”, podendo deixar as armaduras expostas.

terça-feira, 4 de março de 2014

BARRAS DE ESPERA DE PILARES

O que acontece  com as barras de espera, são quanto ao seu posicionamento pois acontece em obras em que as esperas dos pilares não coincidem com sua localização em planta.

Para que isso ocorra, as causas podem ser diversas, tais como:

- falta de amarração adequada;
- movimentação das barras durante a concretagem 
- descuidos na locação dos pilares, etc.

Para evitar esse problema, recomendamos como principal a fiscalização das ferragens. Para melhorar a rigidez da armadura impedindo o seu deslocamento, recomendamos que se execute um quadro de madeira para servir de apoio às barras de espera e que o mesmo seja fixado no restante da armadura (Figura 11.21).

Quadro de madeira para servir de suporte às barras de espera dos pilares
Figura 11.21 - Quadro de madeira para servir de suporte às barras de espera dos pilares

Caso as recomendações citadas não forem obedecidas, deixando as barras de espera fora de posição após a concretagem, não deve ser permitido que as mesmas sejam  dobrados para alcançar sua posição (engarrafamento das armaduras), devendo nestes casos consultar o projetista.

As esperas de pilares (arranques) tem o comprimento mínimo dado por Norma NBR 6118/1980 (Tabela 11.4), o que deve ser respeitado, salvo recomendações do calculista.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Dobramento Das Barras

Em algumas obras encontramos casos de quebra de barras de aço, quando do seu  dobramento através de ferramentas manuais, este fato é observado na maioria das vezes em  obras onde existe grande variabilidade de bitolas, para as quais, operários menos experientes  não atentam para a necessidade de substituir o diâmetro do pino de dobramento, pois, para  algumas bitolas eles são finos levando a barra, a sofrerem um ensaio extremamente rigoroso de  dobramento, chegando a romper por tração.

A recomendação para estes casos, que os diâmetros dos pinos sejam os mais próximos  possíveis aos especificados na Tabela 11.3

Caso as barras continuem quebrando, recomendamos que sejam feitos ensaios de  caracterização do lote.

Tabela 11.3 - Diâmetros de dobramento - Valores mínimos de db (Ganchos, dobras)

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Sistema de Fôrmas Deslizante

São sistemas de fôrmas que deslizam verticalmente impulsionadas por macacos hidráulicos com aproximadamente 1,2 ton. de capacidade, sendo que a plataforma de trabalho dos operários sobe junto com a fôrma, o  processo exige concretagem contínua. São de pequena altura, e apoiadas por barras de aço presas nas paredes de concreto (Figura 11.20).

Esse sistema se aplica especialmente às obras verticais de reservatórios elevados, silos verticais, núcleos de prédios, poços de elevador e escadas, revestimentos de poços, grandes pilares, chaminés cilíndricas e torres para telecomunicações.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Sistema pesado de fôrmas

São sistemas nos quais que se utilizam gruas para o içamento da fôrma. Consiste essa modalidade de escoramento na utilização da chamada mesa voadora, que é uma estrutura metálica forrada por compensado sobre vigas mistas em alumínio ou aço.

Essa estrutura fica apoiada sobre escoras ou treliças metálicas sob roldanas para a  locomoção do sistema,para que, após a desforma, todo o conjunto seja levado à lateral da  edificação e transportado por meio de grua para os pavimentos ou área de trabalho superiores  ou próximos. As mesas voadoras pesam em média de 0,4 a 0,8 kN/m2. As principais  aplicações desses sistemas são os muros, paredes, galerias e principalmente lajes.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Sistema médio de fôrmas

São sistemas que se utilizam equipamentos para o içamento dos painéis com a  utilização, por exemplo, de grua ou guindaste.

Esses painéis são  estruturados e a forma pesa em média de 0,6 a 1,00 kN/m2. São  utilizados compensados e vigas metálicas em aço ou alumínio

Os painéis estruturados tem grandes aplicações em obras-de-arte, barragens,  reservatórios, paredes e núcleos de edificações.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

SISTEMA DE FORMA LEVE

São sistemas em que se utiliza mão-de-obra manual, ou seja, não necessitando do emprego de equipamentos para o içamento das peças. São encontradas de tres maneiras:

a)  Madeira: o escoramento das vigas são executadas em madeira por sistema chamados de garfos ou H de viga, e as lajes formadas por escoras, longarinas e transversinas de madeira (Figura 11.18).

Figura 11.18 - Escoramento de madeira tipo "H"




b)  Misto: É um sistema que utiliza escoramento metálico com finalidade de suporte de carga  sendo a fôrma revestida com chapas de compesado e podem ser dimensionadas para uma  pressão que pode chegar até 60k/m². O peso próprio dessas formas variam de 0,4 a 0,6kN/m², sendo sua aplicação feita manualmente, e somente se necessário, às vezes utiliza-se roldanas e corda para a subida vertical do equipamento (Figura 11.19).

Figura 11.19 - Escoramento metálico


c)  Industrializado metálico: São aqueles sistemas em que praticamente se utilizam elementos  metálicos para fôrma e escoramento. compostos por painéis leves constituídos, geralmente,  por uma estrutura de alumínio e compensado, forrando o painel. As fôrmas metálicas  chegam a Ter um peso próprio de aproximadamente 0,13kN/m2, consistindo como  bastante leves.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Juntas das Fôrmas

As juntas das fôrmas devem ser fechadas para evitar o vazamento da nata de cimento  que pode causar rebarbas ou vazios na superfície do concreto. Pode ser utilizado mata-juntas,  fita adesiva e até mastiques elásticos (Figura 11.16).

Devemos evitar o fechamento das juntas com papel de sacos de cimento ou de jornais,  o que não é muito eficiente. Isso pode ocorrer principalmente em pequenas obras.

Figura 11.16 - Fechamento das juntas de fôrma utilizando mata-juntas e fita adesiva
 
Recomendações:

- Fazer o fechamento das juntas  pouco antes da concretagem
- Colocar as tábuas das formas com o lado do  cerne voltado para dentro (Figura 11.17),  para evitar que as juntas se abram.


Figura 11.17 - Detalhe da fôrma utilizando tábuas

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

NAS VIGAS E LAJES - UTILIZAÇÀO DE SISTEMAS DE FÔRMAS E ESCORAMENTOS

As fôrmas das vigas são constituídas por painéis de fundo e painéis das faces firmemente travadas por gravata, mãos-francesas e sarrafos de pressão. Devemos certificar se  as formas tem as amarrações, escoramentos e contraventamentos suficientes para não sofrerem  deslocamentos ou deformações durante o lançamento do concreto. E verificarmos se as distâncias entre eixos (para o sistema convencional) são as seguintes:


Nas formas laterais das vigas, que não são travadas pelos painéis de laje, não é  suficiente a colocação de gravatas ancoradas através do espaço interior das fôrmas com arame  grosso (arame recozido nº 10), espaguetes ou tensores , principalmente nas vigas altas, é  necessário prever também um bom escoramento lateral com as mãos francesas entre a parte  superior da gravata e a travessa de apoio (Figura 11.11) ou contra o piso ou terreno, evitando  as "barrigas" ou superfícies tortas.

Na base da forma e sobre as guias é importante pregar um sarrafo denominado “sarrafo de pressão”, para evitar a abertura da forma (Figura 11.11).


Outros tipos de fôrmas e escoramentos de vigas:




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