terça-feira, 29 de abril de 2014

CONCRETO TEMPO DE CURA

Para definir o prazo de cura, motivo de constante preocupação de engenheiros e construtores nacionais, é necessário considerar dois aspectos fundamentais:

-  a relação a/c e o grau de hidratação do concreto;
-  tipo de cimento.

Para concretos com resistência da ordem de 15Mpa devemos curar o concreto num  período de 2  a dez dias, de acordo com a relação a/c utilizada e o tipo de cimento, conforme mostra a Tabela 11.8:


Há, também, outros aspectos importantes na determinação do tempo total de cura e  não podem deixar de ser mencionados, uma vez que, de alguma forma, atuam sobre a cinética  da reação de hidratação do cimento :

-  condições locais, temperatura, vento e umidade relativa do ar;
-  geometria das peças, que pode ser definida pela relação, área de exposição/volume da peça.

Em certas condições, haverá necessidade de concretos mais compactos (menos  porosos), exigindo um prolongamento do período em que serão necessárias as operações de  cura. Nessas condições haverá necessidade de considerar também a variável agressividade do meio ambiente.

O maior dano causado ao concreto pela falta da cura não será uma redução nas  resistências à compressão, pelo menos nas peças espessas, que retêm mais água e garantem o  grau de umidade necessário para hidratar o cimento. A falta de uma cura adequada age  principalmente contra a durabilidade das estruturas, a qual é inicialmente controlada pelas  propriedades das camadas superficiais desse concreto. Secagens prematuras resultam em camadas superficiais porosas com baixa resistência ao ataque de agentes agressivos.

Ironicamente, as obras mais carentes de uma cura criteriosa  – pequenas estruturas, com  concreto de relação  a/c elevada  – são as que menos cuidados recebem, especialmente  componentes estruturais, como pilares e vigas. Além disso, é prática usual nos canteiros de obras cuidar da cura somente na parte superior das lajes.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Sistemas Básicos para Obtenção da Perfeita Hidratação do Cimento

Existem dois sistemas básicos para obtenção da perfeita hidratação do cimento:

1 – Criar um ambiente úmido quer por meio de aplicação contínua e/ou freqüente de água por meio de alagamento, molhagem, vapor d’água ou materiais de recobrimento saturados de água, como mantas de algodão ou juta, terra, areia, serragem, palha, etc.

OBS.: Deve-se ter cuidados para que os materiais utilizados não sequem e absorvam a água do concreto.

2  – Prevenir a perda d’água de amassamento do concreto através do emprego de materiais selantes, como folhas de papel ou plástico impermeabilizantes, ou por aplicação de compostos líquidos para formação de membranas.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Cobrimento De Concreto Na Armadura

A importância do Cobrimento de concreto na armadura é de vital importância na durabilidade mas também pelos benefícios adicionais, como por exemplo a resistência ao fogo. É preocupante ao constatar que esse ponto é freqüentemente negligenciado.

Na execução, deve ser dada atenção apropriada aos espaçadores para armadura e uso de dispositivos para garantia efetiva do cobrimento especificado (Figura 11.34). 

Devemos em todos os casos garantir o total cobrimento das armaduras, lembrando que o aço para concreto armado estará apassivado e protegido da corrosão quando estiver em um meio fortemente alcalino propiciando pelas reações de hidratação do cimento, devemos fazer cumprir os cobrimentos mínimos exigidos no projeto e dado pela Norma. (Tabela 11.7)

Cobrimento das armaduras

para tal podemos empregar:

· pastilhas (espaçadores): plásticas ou de argamassa, que além de mais econômicas, aderem melhor ao concreto e podem ser facilmente obtidas na obra, com o auxílio de  formas de madeira, isopor (caixa de ovos), (para fazer gelo), metálica etc...

· cordões de argamassa.



Pastilhas de argamassa

terça-feira, 8 de abril de 2014

Aplicação do Concreto em Estruturas

Na aplicação do concreto devemos efetuar o adensamento de modo a torná-lo o mais compacto possível.

O método mais utilizado para o adensamento do concreto é por meio de vibrador de imersão, para isso devemos ter alguns cuidados:

· aplicar sempre o vibrador na vertical
· vibrar o maior número possível de pontos
· o comprimento da agulha do  vibrador deve ser maior que a camada a ser concretada.
· não vibrar a armadura
· não imergir o vibrador a menos de 10 ou 15 cm da parede da fôrma
· mudar o vibrador de posição quando a superfície apresentar-se brilhante.

Porém antes da aplicação do concreto nas estruturas devemos ter alguns cuidados:

· a altura da camada de concretagem deve ser inferior a 50 cm, facilitando assim a saída das bolhas de ar.
· e alguns cuidados nos pilares, vigas, lajes como segue:


a) Nos pilares

Verificar o seu prumo, e fazer com que a fôrma fique travada nos "engastalhos", e
contraventá-las.

Engravatar a fôrma a cada aproximadamente 50 cm, e em casos de pilares altos a  2,00m fazer uma abertura "janela" para o lançamento do concreto, evitando com isso a queda do concreto de uma altura fazendo com que os agregados graúdos permaneçam no pé do pilar formando ninhos de pedra a vulgarmente chamado "bicheira".

Podemos ainda fazer uma outra abertura no pé do pilar para, antes da concretagem,  fazer a remoção e limpeza da sua base.

O concreto deverá ser vibrado  com vibrador específico para tal, e não a "marteladas" como o usual.

Fazer um "cachimbo" nas janelas para facilitar a concretagem (Figura 11.29).

Cachimbo para facilitar a concretagem


b) - Nas vigas

Deverá ser feito formas, contraventadas a cada 50cm, através de gavatas, mãos-francesas etc., par evitar, no momento de vibração, a sua abertura e vazamento da pasta de cimento.

Verificar a estanqueidade das fôrmas;
Limpar as fôrmas e molhá-las antes de concretar

As vigas deverão ser concretadas de uma só vez, caso não haja possibilidade, fazer as
emendas à 45º (Figura 11.30).

As emendas de concretagem devem ser feitas de acordo com a orientação do Engenheiro calculista. Caso contrário, a emenda deve ser feita a 1/4 do apoio, onde geralmente os esforços sÃo menores. Devemos evitar as emendas nos apoios e no centro dos vãos, pois ao momentos negativos e positivos, respectivamente, são máximos.

Emendas de concretagem em vigas realizada à 45º

Quando uma concretagem for interrompida por mais de três horas a sua retomada só poderá ser feita 72horas  - após a interrupção; este cuidado é necessário para evitar que a vibração do concreto novo, transmitida pela armadura, prejudique o concreto em início de endurecimento. A superfície deve ser limpa, isenta de partículas soltas, e para maior garantia de aderência do concreto novo com o velho devemos:

1º retirar com ponteiro as partícula soltas
2º molhar bem a superfície e aplicar
3º ou uma pasta de cimento ou um adesivo estrutural para preencher os vazios e  garantir a aderência.
4º o reinicio da concretagem deve ser feito preferêncialmente pelo sentido oposto.

c) - Nas Lajes

Após a armação, devemos fazer a limpeza das pontas de arame utilizadas na fixação das barras, através de imã, fazer a limpeza e umedecimento das formas antes de concretagem, evitando que a mesma absorva água do concreto. O umedecimento nas fôrmas de laje maciça não pode originar acúmulo de água, formando poças.

Garantir que a armadura negativa fique posicionada na face superior, com a utilização dos chamados "Caranguejos." (Figura 11.31)

Detalhe da colocação de caranguejos no posicionamento das armaduras das lajes

Recomendamos o uso de guias de nivelamento e não de pilaretes  de madeira para nivelarmos a superfície das lajes.(Figura 11.32)


Detalhe das guias de nivelamento

Recomendamos ainda que as passarelas, para movimentação de pessoal no transporte  de concreto, seja feita móveis e apoiadas diretamente sobre as formas, independentes da  armadura (Figura 11.33).  forma evitaremos a vibração excessiva das armaduras com  eventual risco de aderência na parte de concreto já parcialmente endurecido, e a deslocação  das mesmas principalmente as armaduras negativas.

Passarela para concretagem

terça-feira, 1 de abril de 2014

Concreto Dosado Em Central

Para a utilização dos concretos dosados em central, o que devemos saber é programar e receber o concreto.

a) - Programação do concreto: devemos conhecer alguns dados, tais como:

· localização correta da obra
· o volume necessário
·  a resistência característica do concreto a compressão (fck) ou o consumo de cimento por m³ de concreto.
· a dimensão do agregado graúdo
· o abatimento adequado (slump test), Tabela 11.6 


Tabela 11.6 - Limite de abatimento (Slump-Test) para diversos tipos de concreto

A programação deve ser feita com antecedência e deve incluir o volume por caminhão a ser entregue, bem como o intervalo de entrega entre caminhões.

b) - Recebimento: antes de descarregar, deve-se verificar:

· o volume do concreto pedido
· a resistência característica do concreto à compressão (fck).
· aditivo se utilizado

Se tudo estiver correto, só nos resta verificar , o abatimento (slump test) para avaliar a quantidade de água existente no concreto. Para isso devemos executá-lo como segue:

· coletar a amostra  de concreto depois de descarregar 0,5 m³ de concreto ou = 30 litros.
· coloque o cone sobre a placa metálica bem nivelada e preencha em 3 camadas iguais e aplique 25 golpes uniformemente distribuídos em cada camada.
· adense a camada junto a base e no adensamento das camadas restantes, a haste deve  penetrar até a camada inferior adjacente.
· retirar o cone e com a haste sobre o cone invertido meça a distância entre a parte inferior da haste e o ponto médio do concreto.

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