segunda-feira, 26 de maio de 2014

ESCADAS: CONSIDERAÇÕES GERAIS, NORMAS E TERMINOLOGIA

As escadas servem para unir, por degraus sucessivos, os diferentes níveis de uma construção. Para isso deveremos seguir algumas normas:

a)  A proporção cômoda entre o plano horizontal e o plano vertical dos degraus é definida pela expressão:


Sendo: e = plano vertical, altura ou espelho.
            p = plano horizontal, largura ou piso.

As alturas máximas e larguras mínimas admitidas são:

- Quando de uso privativo:
a) altura máxima 0.19 m
b) largura mínima 0.25 m

- Quando de uso comum ou coletivo:
a) altura máxima 0.18 m
b) largura mínima 0.27 m

Os pisos dos degraus poderão apresentar saliências até de 0,02m, que não será computada na dimensão mínima exigida (Figura 12.1).

Figura 12.1 - Detalhe dos degraus de uma escada
Temos nas escadas a linha de plano horizontal ou linha de piso que é a projeção sobre um plano horizontal do trajeto seguido por uma pessoa que transita por uma escada. Em geral esta linha ideal se situa na parte central dos degraus, quando a largura da escada for inferior ou igual a 1,10m. Quando exceder a essa grandeza a linha de planos horizontais se traça a 50 ou 55cm da borda interior (Figura 12.2). Esta é a distância a que circula uma pessoa que com a mão se apoia no corrimão lateral e é a que se conserva nas curvas.

Sobre a linha de planos horizontais tomam-se exatamente os valores da largura do degrau,  que deverão ser constantes ao longo da mesma.  O conjunto dos degraus compreendidos entre dois níveis, ou entre dois patamares chama-se lanço ou lance.

Um  lance não deve ter mais de que 16 degraus ou ainda não exceder a 2,90 m de altura a  vencer. Se o número exceder aos valores será preciso intercalar um descanso intermediário  (patamar). A largura deste deverá ser no mínimo três pisos (plano horizontal), nunca inferior à  largura da escada. Em cada piso a escada desemboca em um descanso que se chama patamar ou  descanso de chegada.

Figura 12.2 - Posição da linha do plano horizontal

As portas que abrem sobre o patamar não devem ocupar a superfície útil do mesmo.
As escadas ainda deverão ser dispostas, de tal forma que assegurem a passagem com altura livre igual ou superior a 2,00 m.

Figura 12.3 - Altura livre mínima de passagem
b)  A largura da escada de uso comum ou coletivo, ou a soma das larguras, no caso de mais de uma,  deverá ser suficiente para proporcionar o escoamento do nº de pessoas que dela dependem no  sentido da saída. Para determinação desse número toma-se- á a lotação do andar que apresente  maior população mais a metade de lotação do andar vizinho, inverso a saída.

O cálculo da lotação dos edíficios poderá ser feito em função da área bruta do andar por pessoa, descontando os recintos sem permanência humana.






Consideramos a "unidade de saída" aquela largura igual a 0,60m, que é a mínima em  condições normais,  permitindo o escoamento de 45 pesssoas da população calculada do edifício,  correspondente a uma fila.

Com os dados apresentados fica mais fácil adotarmos uma largura de escada satisfatória, mas  nunca inferior ao que segue:.

A largura mínima das escadas de  uso privativo será de 0,90 quando no caso especial de  acesso giraus, adegas e similares 0,60 m, e a de uso coletivo será:

·  de 1,50m nas edificações para hospitais, clínicas e similares, locais de reuniões  esportivas, recreativas, etc.
·  de 1,20 m para as demais edificações.

Em casos de escadas de uso comum, a capacidade dos elevadores e escadas rolantes não será  levada em conta para efeito do cálculo do escoamento da população de edifício.

A largura máxima permitida para uma escada será de 3,00m.

Arranjos possíveis (Tabela 12.1) (Figura12.4):

As escadas em curva só são permitidas quando excepcionalmente justificáveis, desde que a  curvatura externa tenha raio de 6,00 metros, no mínimo, e os degraus tenham largura mínima de  0,28m, medida na linha do plano horizontal, desenvolvida a distância de 1,00m.

As escadas de uso comum ou coletivo terão obrigatoriamente:

·  Corrimãos de ambos os lados, obedecidos os requisitos seguintes:

a) Altura constante, situada entre 0,75 m e 0,85 m, acima do nível da borda do piso dos  degraus.
b) Serão fixados pela sua face inferior. 
c) Estarão afastados das paredes no mínimo 4 cm.
         d) Largura máxima de 6 cm

OBS:   - Se a soma da largura e do afastamento do corrimão não ultrapassar 10 cm, a medida da  largura da escada não precisa ser alterada, garantindo o escomento.

A altura do guarda corpo exigida é entre 90 a 120cm, sendo recomendado 110cm, que nestes  casos devemos acrescentar o corrimão.

Quando a largura da escada for superior a 1,80 m , deverá ser instalado também corrimão  intermediário.
  
Se dá o nome de CAIXA ao espaço ou local em cujo interior se acha a escada. A forma da caixa e da  escada é citada pelas condições locais de altura e espaço, que podem ser por exemplo (Figura 12.5):

Figura 12.5 - Exemplo de caixa de escada
As escadas deverão ter a inclinação sempre constante em um mesmo lance. O valor do plano  horizontal e da altura (plano vertical) não devem variar jamais de um patamar a outro (Figura 12.6), contudo é aceitável uma exceção quando  se trata de degraus de saída, este pode ter um plano  horizontal de 2 à 5 mm superior aos dos outros degraus.

A inclinação mais favorável é de 30° para as escadas internas.

Portanto devemos tomar a cautela no instante do cálculo da escada, no seu desenho e  marcação na obra, para que não haja a mudança de inclinação, fazendo com isso o seu perfeito  desenvolvimento.

Figura 12.6 - Inclinação das escadas

segunda-feira, 19 de maio de 2014

O que Devemos Verificar Antes da Concretagem - Plano de Concretagem

Antes da concretagem devemos verificar um conjunto de medidas a serem tomadas
antes do lançamento do concreto objetivando a qualidade da peça a ser concretada, que são:

a)  Fôrma e Escoramento

·  Conferir a montagem baseada no projeto;
·  Capacidade de suporte da fôrma relativo a deformações provocadas pelo peso próprio ou
devido às operações de lançamento;
·  Estanqueidade;
·  Limpeza e aplicação de desmoldante;
·  Tratamento da superfície de contato.

b)  Armadura

·  Bitolas, quantidades e dimensões das barras;
·  Posicionamento;
·  Fixação;
·  Cobrimento das armaduras (pastilhas, espaçadores)
·  Limpeza

c)  Lançamento


·  Programar antecipadamente o volume de concreto, início e intervalos das cargas;
·  Programar o tempo previsto para o lançamento;
·  Dimensionar a equipe envolvida no lançamento, adensamento e cura do concreto;
·  Prever interrupções nos pontos de descontinuidade (juntas, encontros de pilares, paredes com vigas ou lajes);
·  Especificar a forma de lançamento (convencional, bomba estacionária, autobomba com lança, esteira, caçamba);
·  Providenciar equipamentos e dispositivos (carrinhos, jericas, guincho, guindaste, caçamba);
·  Providenciar ferramentas diversas (enxada, pás, desempenadeiras, ponteiros, etc..)
·  Providenciar tomadas de força para equipamentos elétricos;
·  Durante o lançamento devemos evitar o acúmulo de concreto em determinados pontos da fôrma, lançar o mais próximo da sua posição final, evitar a segregação e o acúmulo de água na superfície do concreto, lançar em camadas horizontais de 15 a 30cm, a partir da extremidade para o  centro das fôrmas, lançar nova camada antes do início de pega da  camada inferior, a altura de lançamento não deve ultrapassar a 2,0m;
·  No caso de lançamento convencional verificar: o intervalo compatível de entrega do concreto, limitar o transporte a 60m, preparar rampas e caminhos de acesso, iniciar a concretagem pela parte mais distante do local de recebimento do concreto;
·  No caso de lançamento por bombas verificar: altura de lançamento, prever local de acesso e de posicionamento para os caminhões e bomba.

d)  Adensamento

·  Providenciar, vibradores de imersão (agulha), vibradores de superfície (réguas vibratórias), vibradores externos (vibradores de fôrma);
·  O vibrador de imersão deve penetrar cerca de 5,0cm da camada inferior;
·  Iniciar o adensamento logo após o lançamento;
·  Evitar o adensamento a menos de 10cm da parede da fôrma devido a formação de bolhas de ar e perda de argamassa;

e)  Cura

·  Iniciar a cura tão logo a superfície concretada tenha resistência à ação da água;
·  A cura deve ser contínua;

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Consertos de falhas - Estructura de Concreto

Devemos proibir, nas obras, que após a desforma de qualquer elemento da estrutura de concreto armado sejam fechadas falhas (bicheiras) do concreto, para esconder eventuais descuidos durante a concretagem ou por outro qualquer motivo. Para os concertos nas falhas simples devemos assim proceder:

· remover o concreto solto, picotar e limpar bem o lugar a ser reparado.
· limpar bem as barras das armaduras descoberta removendo toda a ferrugem.
·  aplicar um adesivo a base de epóxi na superfície de contato do concreto e das  barras de aço com o novo concreto de enchimento.
·  preenchimento do vazio, com concreto forte, sendo aconselhável aplicar aditivo inibidor de retração (expansor).

Figura 11.36 - Método mais comum de consertos de falhas

segunda-feira, 5 de maio de 2014

CONCRETO DESFORMA

A desforma deve ser realizada de forma criteriosa. Em estruturas com vãos grandes ou com balanços, deve-se pedir ao calculista um programa de desforma progressiva, para evitar tensões internas não previstas no concreto, que podem provocar fissuras e até trincas.

Quando os cimentos não forem de alta resistência inicial ou não for colocado aditivos que acelerem o endurecimento e a temperatura local for adequada, a retirada das fôrmas e do escoramento não deverá ser feito antes dos seguintes prazos:

· faces laterais                                                      3 dias
· retirada de algumas escoras                                7 dias
· faces inferiores, deixando-se algumas 
   escoras bem encunhadas                                   14 dias
· desforma total, exceto as do item abaixo             21 dias
· vigas e arcos com vão maior do que 10 m           28 dias

A desforma de estruturas mais esbeltas deve ser feita com muito cuidado, evitandose desformas ou retiradas de escoras bruscas ou choques fortes.

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