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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

MATERIAIS EMPREGADOS EM CONCRETO ARMADO

1 Cimento

O projeto deverá estabelecer os tipos de cimento adequados, técnicamente e  economicamente, a cada tipo de concreto, estrutura, método construtivo, ou mesmo, em  relação aos materiais inertes disponíveis.

Exemplo de alguns tipos de cimento passíveis de emprego em aplicações específicas:

cimento Portland comum:

- concreto armado em ambientes não agressivos
- lançamento de pequenos volumes ou grandes volumes
- desde que empregados, na mistura, outros aglomerantes ativos (tais como materiais  pozolânicos ou escória de alto forno) para redução do calor de hidratação.
- Concreto protendido ou pré-moldado
- Não recomendado para emprego em ambientes agressivos;
- cimento Portland de alta reistência inicial  - pré-moldados;
- para descimbramento a curto prazo;
- não recomendado para lançamento de grandes volumes;
-  cimento de moderada e alta resistência a sulfatos.  
- estruturas em contato com sulfatos
- estruturas em meios ligeiramente ácidos;
- concreto massa;
- pouco recomendável o emprego em estruturas onde sejam necessárias a desforma e o descimbramento rápido
-  cimento Portland de alto forno  
- recomendável para estruturas em meios ácidos ou sujeitas a ataque de sulafatos e/ou ácidos;
- aplicável a concreto massa;
- possível o emprego com agregados álcali-reativos
-  cimento Portland pozolânico.  
- recomendável para concreto massa e para uso com agregados reativos com álcalis;
- aplicável a estruturas sujeitas a ataques ácidos fracos ou de sulfatos;
-  cimento aluminoso.  
- para refratários; em ambientes ligeiramente ácido.

O cimento, ao sair da fábrica acondicionado em sacos de várias folhas de papel  impermeável, apresenta-se finamente pulverizado e praticamente seco, assim devendo ser  conservado até o momento da sua utilização.

Quando o intervalo de tempo decorrido entre a fabricação e a utilização não é  demasiado grande, a proteção oferecida e em geral, suficiente.

Caso contrário, precauções suplementares devem ser tomadas para que a integridade  dos característicos iniciais do aglomerante seja preservada.

A principal causa da deterioração do cimento é a  umidade que, por ele absorvida,  hidrata-o pouco a pouco, reduzindo-lhe sensivelmente as suas características de aglomerante.

O cimento hidratado é facilmente reconhecível. Ao esfregá-lo entre os dedos sente-se  que não está finamente pulverizado, constata-se mesmo, freqüentemente, a presença de torrões  e pedras que caracterizam fases mais adiantadas de hidratação.

RECOMENDAÇÕES:

O cimento sendo fornecido em sacos, deve-se verificar sua integridade, não aceitando os que estiverem rasgados ou úmidos. Os sacos que contém cimento parcialmente hidratados, isto é, com formação de grumos que não são total e facilmente desfeitos com leve pressão dos  dedos, não devem ser aceitos para utilização em concreto estrutural.

Para armazenar cimento é preciso, em primeiro lugar, preservá-lo, tanto quanto  possível, de ambientes úmidos e em segundo, não ser estocado em pilhas de alturas excessivas,  pois o cimento ainda é possível de hidratar-se (Figura 11.1). É que ele nunca se apresenta  completamente seco e a pressão elevada a que ficam sujeitos os sacos das camadas inferiores  reduz os vazios, forçando um contato mais intenso entre as partículas do aglomerante e a  umidade existente.

Portanto para evitar essas duas principais causas de deterioração do cimento é  aconselhável:

  - As pilhas não excederem de mais de 10 sacos, salvo se o tempo de  armazenamento for no máximo 15 dias, caso em que pode atingir 15 sacos.
- As pilhas devem ser feitas a 30 cm do piso sobre estrado de madeira e a 30 cm  das paredes e 50 cm do teto (Figura 11.1).

Figura 11.1 - Local para guarda de materiais

Os lotes recebidos em épocas diferentes e diversas não podem ser misturados, mas  devem ser colocados separadamente de maneira a facilitar sua inspeção e seu emprego na  ordem cronológica de recebimento. Deve-se tomar cuidados especiais no armazenamento  utilizando cimento de marcas, tipos e classes diferentes. O tempo de estocagem máxima de  cimento deve ficar em torno de 30 dias.  A capacidade total armazenada deve ser suficiente para garantir as concretagens em um  período de produção máxima, sem reabastecimento.


2 Agregados miúdo e graúdo

Devemos tomar o cuidado para que em nossas obras não se receba agregados com  grande variabilidade, algumas vezes por motivo de abastecimento ou econômico, daqueles  inicialmente escolhidos.

Esta variabilidade prejudica a homogeneidade e características mecânicas do concreto.  Se recebemos, com granulometria mais fina que o material usado na dosagem inicial,  necessitaremos uma maior quantidade de água para mantermos a mesma trabalhabilidade e,  consequentemente, haverá uma redução na resistência mecânica. Se ocorrer o inverso haverá um excesso de água para a mesma trabalhabilidade, aumentando a resistência pela diminuição do fator água/cimento, o qual será desnecessário, pois torna-se antieconômico,  além de  provocar uma redução de finos, que prejudicará sua coesão e capacidade de reter água em seu  interior, provocando exudação do mesmo.

RECOMENDAÇÕES:

Deve-se ao chegar os agregados, verificar a procedência, a quantidade, e o local de  armazenamento e devem estar praticamente isentos de materiais orgânicos como humus, etc....  e também, siltes, carvão.
Quando da aprovação de jazida para fornecer agregados para concreto devemos ter  conhecimento de resultados dos seguintes ensaios e/ou análises:

·  reatividade aos álcalis do cimento (álcali-sílica, álcali-silicato, álcali-carbonato);
·  estabilidade do material frente a variações de temperatura e umidade;
·  análise petrográfica e mineralógica;
·  presença de impurezas ou materiais deletéricos;
·  resitência à abrasão;
·  absorsão do material

No entanto, no caso de obras de pequeno porte, é praticamente inviável a execução  de tais ensaios e análises. Neste caso, deve-se optar pelo uso de material já consagrado no  local ou pela adoção de medidas preventivas, em casos específicos  (uso de material  pozolânicos, por exemplo).

Para evitarmos a variabilidade dos agregados devemos esclarecer junto aos  fornecedores a qualidade desejada e solicitar rigoroso cumprimento no fornecimento. 

Para o armazenamento dos agregados poderemos fazê-lo em baias com tapumes  laterais de madeira (Figura11.2) ou em pilhas separadas, evitando a mistura de agregados de  diferentes dimensões, deveremos fazer uma inclinação no solo, para que a água escoa no  sentido inverso da retirada dos agregados, e colocar uma camada com aproximadamente 10 cm  de brita, 1 e 2 para possibilitar a drenagem do excesso de água.


Figura 11.2 - Baias de madeira para separar os agregados




Recomenda-se que as alturas máximas de armazenamento sejam de 1,50m, diminuindo- se o gradiente de umidade, principalmente nas areias e pedriscos, evitando-se constantes  correções na quantidade de água lançado ao concreto.


Estando a areia com elevada saturação, deve-se ter o cuidado de verificar no  lançamento do material na betoneira, se parte da mesma não ficou retida nas caixas ou latas,  pedindo que seja bem batida para a sua total liberação.

3 - Água

A resistência mecânica do concreto poderá ser reduzida, se a água utilizada no  amassamento conter substâncias nocivas em quantidades prejudiciais.  Portanto, a água destinada ao amassamento deverá ser as águas potáveis.

Do ponto de vista da durabilidade dos concretos, o emprego de águas não potáveis no amassamento  concreto pode criar problemas a curto ou longo prazo.

Se, para o concreto simples, o uso de águas contendo impurezas, dentro de certos  limites, pode não trazer conseqüências danosas, o mesmo não ocorre com o concreto armado,  onde a existência de cloretos pode ocasionar corrosão das armaduras, além de manchas e  eflorescências superficiais.


4 - Armaduras

Os problemas existentes com as barras de aço é a possibilidade de corrosão em maior
ou menor grau de intensidade, em função de meio ambiente existente na região da obra, o que
provoca a diminuição da aderência ao concreto armado e diminuição de seção das barras. 
No primeiro caso, esta diminuição é provocada pela formação de uma película não
aderente às barras de aço, impedindo o contato com o concreto. No segundo caso de
diminuição de seção, o problema é de ordem estrutural, devendo ser criteriosamente avaliada a
perda de seção da armadura.

RECOMENDAÇÕES:

Meios fortemente agressivos (regiões marítimas, ou altamente poluídas): 

- Armazenar o menor tempo possível;
- Receber na obra as barras de aço já cortadas e dobradas, em pequenas quantidades;
- Armazenar as barras em galpões fechados e cobertos com lona plástica;
- Receber as armaduras já montadas;
- Pintar as barras com pasta de cimento de baixa consistência (avaliar a eficiência  periodicamente).

Meios mediamente agressivos :

- Armazenar as barras sobre travessas de madeira (Figura 11.3) de 30 cm de espessura,  apoiadas em solo limpo de vegetação e protegido de pedra britada.
- Cobrir com lonas plásticas;
- Pintar as barras com pasta de cimento de baixa consistência.(avaliar a eficiência  periodicamente);

Obs.: As barras que foram pintadas com camadas de cimento, para sua utilização na  estrutura deverão ser removidas, a qual pode ser feito manualmente através de impacto de  pedaço de barra de aço estriada e ajudar a limpeza através de fricção das mesmas.

Meios pouco agressivos:

- Armazenar as barras em travessas de madeira (Figura 11.3) de 20 cm de espessura,  apoiadas em solo limpo de vegetação e protegido por camada de brita.

Figura 11.3 - Armazenagem das barras de aço sobre travessas

Para a limpeza das barras com corrosão devemos fazer em ordem de eficiência:

  - jateamento de areia;
  - limpeza manual com escova de aço;
  - limpeza manual com saco de estopa úmido.


Tipos de aço:

Os aços estruturais de fabricação nacional em uso no Brasil podem ser classificados em três grupos:

· Aços de dureza natural laminados a quente: utilizados a muito tempo no concreto  armado. Nos dias de hoje possui saliências para aumentar a aderência do concreto.
· Aços encruados a frio: obtidos por tratamento a frio trabalho mecânico feito abaixo da  zona crítica, os grãos permanecem deformados aumentando a resistência.
· Aços para concreto protendido: aços duros e pertencem ao grupo de aços usados para  concreto protendido. Pode ser encontrado em fios isolados ou formando uma  cordoalha.

No Brasil a indicação do aço é feita pelas letras CA (concreto armado) seguida de um  número que caracteriza a tensão de escoamento em kg/mm². Segue ainda uma letra maiúscula  A ou B, que indica se o aço é de dureza natural ou encruado a frio.




OBS.: O comprimento usual das barras é de 11, com tolerância de mais ou menos 9%. E sua
unidade é em milímetros (Tabela 11.1).


Tabela 11.1 - Bitola dos aços em "mm" e respectivos pesos por metro

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

ESQUEMA DE PINTURA

Qualquer que seja o esquema de pintura a ser aplicado, recomenda-se observar  atentamente as orientações sobre a preparação da superfície. O número de demãos e as  indicações sobre a diluição das tintas  baseiam-se em produtos de boa qualidade, podendo  haver significativas variações, já que existe uma grande diferença de qualidade entre as tintas  disponíveis no mercado. No entanto, recomenda-se seguir a orientação do fabricante.

O acabamento convencional sobre rebocos (interno e externo) requer uma demão de  tinta látex (P.V.A. ou acrílica), bem diluída (com até 100% de água), duas demãos de tinta  látex com diluição de 20 a 30% de água.

No acabamento liso interno, deve-se aplicar massa corrida em camadas finas e duas demãos de tinta látex, com diluição de 20 a 30%  de água. No externo processe-se da mesma  forma, apenas utilizando-se de tinta látex acrílica, com diluição de 20 a 30% de água.

Quando se pretende um acabamento acrílico texturado, deve-se aplicar uma demão de  látex textura acrílica, com diluição de 40 a 50% de água (usar rolo de lã) , uma demão de látex  textura acrílica, com diluição de 10% de água (usar rolo de espuma). Quando se deseja  resistência superior e maior durabilidade do acabamento, aplicam-se duas demãos de tinta  látex acrílica sobre a textura acrílica.

No acabamento liso de áreas molháveis  - banheiros, cozinhas, etc.  - deve-se aplicar  massa acrílica em camadas finas, duas demãos de esmalte sintético brilhante, sendo a primeira  com diluição de até 15% de diluente e a segunda com até 5%. Quando se pretende um  acabamento texturizado, deve-se usar uma demão de látex textura acrílica com diluição de até  10% de água (usar rolo de espuma) e, finalmente, duas demãos de esmalte sintético brilhante,  sendo a primeira com diluição de até 15% de diluente e a segunda até 5%.

No acabamento texturado em corredores, escadarias, etc. deve-se aplicar uma demão de  látex textura acrílica, com diluição de 40 a 50% de água (usar rolo de lã), uma demão de látex  textura acrílica, com diluição de até 10% de água (usar rolo de espuma) e, finalmente, uma  demão de liqui-brilho, com diluição de até 10% de água, com a finalidade de facilitar a  limpeza, aumentando o brilho da superfície.

A repintura sobre superfícies crít icas, isto é, látex em mau estado, calcinado,  descascando, ou caiação, deve ser efetuada removendo-se as partes soltas com espátula, fazer  os reparos, lixar a superfície, eliminar o pó e aplicar o fundo à base de solventes (1), de alto  poder de penetração, convenientemente diluído, para que a superfície não se torne brilhante.  Se isto ocorrer, lixa-se levemente para quebrar o brilho. Em seguida, aplicam-se duas demãos  de tintas látex - P.V.A. ou acrílica - com diluição de 20 a 30% de água.

No acabamento direto sobre bloco de concreto (interno ou externo), recomenda-se frisar  a massa de assentamento de maneira que os frisos sejam rasos, o que facilita a aplicação da  pintura. A massa de assentamento não deve apresentar falhas, fissuradas ou orifícios. Se isto  ocorrer, deve-se efetuar os reparos necessários com a mesma massa.. Em seguida aplica-se  uma demão de látex textura acrílica, com diluição de 40 a 50% de água (usar rolo de lã).  Preferencialmente, sobre a massa de assentamento (frisos), esta primeira demão deve ser feita  com pincel, uma demão de látex textura acrílica, com diluição de 30 a 40% de água,  resultando um aspecto final semelhante à própria textura do bloco (usar rolo de lã). Para  maior resistência e durabilidade do acabamento, recomenda-se aplicar mais duas demãos de  tinta látex (P.V.A. ou acrílica), com diluição de 20 a 30% de água.

Para obter um acabamento texturizado, esta segunda demão de textura acrílica deve ser  aplicada com diluição de até 10% de água, (usar rolo de espuma). Neste caso, recomenda-se  especial atenção no sentido de que os frisos da massa de assentamento não sejam profundos e  de que não haja irregularidades acentuadas (buracos) na superfície dos blocos, pois a tinta  menos diluída tenderá a encher tais depressões. Se forem profundas, poderá haver trincamento  na textura acrílica. Para maior resistência e durabilidade, recomenda-se aplicar mais duas  demãos de tinta látex com diluição de 20 a 30% de água.

Na face externa das telhas de fibrocimento, deve-se aplicar uma demão de fundo à base  de solventes, de alto poder de penetração e resistência à alcalinidade, diluído com até 100%  de diluente, duas demãos de tinta látex acrílica, com diluição de 20 a 30% de água. Para a  pintura da face interna, dispensa-se a aplicação de fundo à base de solventes. Deve-se  observar, entretanto, que não é aconselhável pintar apenas a superfície interna da telha, pois  não havendo impermeabilização na face externa, a umidade penetrará, prejudicando a pintura  interna. Além disso, a pintura do lado externo aumentará a vida útil da telha. Nas superfícies  de litocerâmica não esmaltada ou de tijolo à vista aplica-se massa de assentamento adequadamente frisada, não apresentando falhas, fissuras ou orifícios. Caso isto ocorra, os  fabricantes recomendam que se efetuem  reparos necessários com a mesma massa. Em  seguida, deve-se aplicar uma demão de silicone, conforme orientação do fabricante, o que  aumentará a impermeabilização da superfície, sem alterar o aspecto. Para proporcionar brilho e mais resistência a estas superfícies, deve-se consular os fabricantes de tintas sobre quais produtos aplicar.

Nas barras lisas de cimento (internas e externas) recomenda-se aplicar duas demãos de tinta látex acrílica, som diluição de 20 a 30% de água.

No concreto aparente deve-se eliminar os eventuais resíduos de substâncias  desmoldantes utilizadas para retirar as formas para concreto, com o auxílio de detergentes ou  removedores à base de aguarrás. Lixa-se a superfície e em seguida aplica-se silicone, de  acordo com as instruções  do fabricante, o que aumenta a impermeabilização sem alterar o  aspecto. Para que a superfície se torne brilhante e mais resistente, recomenda-se também  consultar os fabricantes de tintas sobre quais produtos aplicar. Quando se deseja pintar o  concreto aparente, deve-se aplicar duas demãos de tinta acrílica. Eventuais reparos precisam  se efetuados com nata de cimento ou massa acrílica. principalmente nos casos em que se  deseja pintá-la.

Em pinturas sobre madeira devem ser observadas as orientações a respeito  da  preparação da superfície, normalmente aplicando-se duas demãos de esmalte sintético  brilhante, acetinado ou fosco, lembrando-se de que este último é recomendado para  superfícies internas. A primeira demão de esmalte pode ser diluída com até 15% de diluente e  a segunda, com até 5%. É preciso lixar a superfície levemente entre as demãos.

No primeiro envernizamento da madeira normalmente são necessárias três demãos de  verniz brilhante ou fosco, sendo que o fosco não é recomendado para superfícies externas. A  diluição na primeira demão pode ser de até 20% de diluente, e a segunda e terceira com 5 e  10% respectivamente. Lixar levemente entre as demãos. O reenvernizamento é feito  normalmente com duas demãos.

Nas superfícies de ferro, depois de preparadas adequadamente, são aplicadas duas  demãos de esmalte sintético brilhante, acetinado ou fosco, sendo que este último não é  recomendado para superfícies externas. A primeira demão deve ser diluída com até 15% de  diluente e a segunda com até 5%. Também deve-se lixar levemente entre as demãos. 

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Pedras Brutas

Ardósia, miracema, pedra mineira, são-tomé, goiás, madeira.....Essas pedras naturais não passam por processos industriais, como o mármore e o  granito, por isso dão um visual  rústico.

Nas áreas externas (quintais, jardins) as rochas ficam expostas ao sol e à chuva. Por isso, os tipos ideais para esses lugares são aquelas que não esquentam demais e fiquem escorregadias ao serem molhadas. Na Tabela 8.8 estão relacionadas as pedras naturais mais comuns e na Tabela 8.9 os locais mais indicados.

Pedras naturais mais comuns

Tabela 8. 8 - Pedras naturais mais comuns
Locais mais indicados de aplicação de algumas pedras naturais
Tabela 8. 9 - Locais mais indicados de aplicação de algumas pedras naturais

O rejuntamento das pedras deve ser feito uma a uma, utilizando uma argamassa de cal, cimento e areia fina peneirada ou massa fina industrializada na proporção de 1: 0,5: 5, e com auxílio de uma espuma retirar o excesso imediatamente.

A limpeza das pedras brutas, após o rejuntamento, é efetuada utilizando ácido  muriático diluído em água na proporção de 1:5 (se as superfícies estiverem bem sujas) ou 1:10  (limpeza mais superficial). Enxágüe rápido, com bastante água para evitar danos nos revestimentos.

a) - Mosaico Português

As pedras empregadas para a execução do mosaico Português podem ser o basalto preto, calcário branco ou vermelho. Ela são quebradas manualmente no formato de cubos em  torno e 4,0cm no mínimo, serão assentadas sobre colchão de cimento e areia no traço 1:6 seco,  na espessura de 3,0cm. Deverão ser molhadas e apiloadas.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Mármores e Granitos

Qual a diferença entre o mármore e o granito?  O mármore é bem mais macio, ou seja, menos resistente a riscos do que o granito. Por isso não é recomendado em área de alto tráfego e molhadas.

O granito é uma rocha magmática formada de quartzo, feldspato e mica já o mármore é  uma rocha carbonática de origem sedimentar ou metamórfica, composta de calcita ou  dolomita. Elas são classificadas quanto à dureza numa escala chamada de Mohs. O mármore tem dureza 3 e o granito 6. Na Tabela 8.7 está indicado os locais de aplicação dos mármores e granitos.

Os mármores mais procurados são: O branco; o travertino; o beje bahia e os  importados rosso verona (Itália); verde alpe (Itália); marrom imperador (Espanha); crema  marfil (Espanha); boticcino (Itália); carrara (Itália).

E os granitos mais procurados são: cinza andorinha; granito vermelho (Capão Bonito);  cinza Mauá; granito branco; preto absoluto; preto São Gabriel; amêndoa rosa; amarelo Santa Cecília, verde São Francisco, verde Ubatuba.

Locais indicados para aplicação dos mármores e granitos


Nas áreas externas, os granitos não podem ser polidos, devem ter acabamentosásperos. Podendo ser:

Flameado: Um maçarico derrete alguns minerais da rocha, deixando-a antiderrapante. Não  deve ser efetuado nos granitos pretos e verde-escuros
Levigado: Lixamento com abrasivos. Dá efeito rústico, e a pedra não fica escorregadia.
Jateado: A superfície é levemente desgastada com jatos de areia.
Apicoado: Com martelo e  uma ponteira, fazem-se "furinhos" sobre a chapa, deixando-a  irregular e antiderrapante.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Emboço: Assentamento da Taliscas, Guias ou Mestras

O emboço é uma argamassa mista de cimento, cal e areia nas proporções indicadas na Tabela 8.1, conforme a superfície a ser aplicada.


Portanto, o emboço de superfície externas, acima do nível do terreno, deve ser  executado com argamassa de cimento e cal, nas internas, com argamassa de cal, ou  preferivelmente, mista de cimento e cal. Nas paredes externas, em contacto com o solo, o  emboço é executado com argamassa de cimento e recomenda-se a incorporação de aditivos  impermeabilizantes. No caso de tetos, com argamassas mistas de cimento e cal.


A areia empregada é a média ou grossa, de preferência a areia média.  O revestimento é iniciado de cima para baixo, ou seja, do telhado para as fundações. A  superfície deve estar previamente molhada. A umidade não pode ser excessiva, pois a massa  escorre pela parede. Por outro lado, se lançarmos a argamassa sobre o base, completamente  seca, esta absorverá a água existente na argamassa e da mesma forma se desprenderá.

O emboço deve ter uma espessura média de 1,5cm, pois o seu excesso, além do  consumo inútil, corre o risco de desprender, depois de seca. Infelizmente esta espessura não é  uniforme porque os tijolos tem certas diferenças de medidas, resultando um painel de alvenaria,  principalmente o interno, com saliências e reentrâncias que aumentam essa espessura.

As irregularidades da alvenaria são mais freqüentes na face não aparelhada das paredes  de um tijolo.  Para conseguirmos uma uniformidade do emboço e tirar todos os defeitos da parede,  devemos seguir com bastante rigor ao prumo e ao alinhamento. Para isso devemos fazer:

 a) Assentamento da Taliscas (tacos ou calços)

 As taliscas são pequenos tacos de madeira ou cerâmicos, que assentados com a própria  argamassa do emboço nos fornecem o nível (Figuras 8.1 e 8.2).  No caso de paredes, quando forem colocadas as taliscas, é preciso fixar uma linha na  sua parte superior e ao longo de seu comprimento. A distância entre a linha e a superfície da  parede deve ser na ordem de 1,5cm. As taliscas (calços de madeira de aproximadamente  1x5x12cm, ou cacos cerâmicos) devem ser assentados com argamassa mista de cimento e cal  para emboço, com a superfície superior faceando a linha.  Sob esta linha, recomenda-se a colocação das taliscas em distâncias de 1,5m a 2m entre  si, para poder utilizar réguas de até 2,0m de comprimento, favorecendo a sua aplicação.


A partir da sua disposição na parte superior da parede, com o auxílio de fio de prumo,  devem ser assentadas outras na parte inferior (a 30cm de piso) e as intermediárias (Figura 8.2).


É importante verificar o nível dos batentes, pois os mesmos podem regular a espessura  do emboço. Devemos ter o cuidado para que os batentes não fiquem salientes em relação aos  revestimentos, e nem tampouco os revestimentos salientes em relação aos batentes e sim  faceando.



No caso dos tetos, é necessário que as taliscas sejam assentadas empregando-se régua e  nível de bolha ao invés de fio de prumo. Ou através do nível referência do piso acabado,  acrescentando uma medida que complete o pé direito do ambiente (Figura 8.3).

b) Guias ou Mestras

São constituídas por faixas de argamassa, em toda a altura da parede (ou largura do teto) e são executadas na superfície ao longo de cada fila de taliscas já umedecidas.

A argamassa mista, depois de lançada, deve ser comprimida com a colher de pedreiro e,  em seguida, sarrafeada, apoiando-se a régua nas taliscas superiores e inferiores ou  intermediárias (Figura 8.4). 

Em seguida, as taliscas devem ser removidas e os vazios preenchidos com argamassa e  a superfície regularizada.

O sarrafeamento do emboço pode ser efetuado com régua apoiada sobre as guias. A  régua deve sempre ser movimentada da direita para a esquerda e vice-versa (Figura 8.4).



 
Nos dias muito quentes, recomenda-se que os revestimentos, principalmente aqueles  diretamente expostos a radiação solar, seja mantidos úmidos durante pelo menos 48 horas após  a aplicação. Pode ser efetuado, por aspersão de água três vezes ao dia.

O acabamento do emboço pode ser:

·  sarrafeado, ideal para receber o revestimento final (reboco), azulejo, pastilha, etc.
·  sarrafeado e desempenado, ideal para receber gesso, massa corrida;
·  sarrafeado, desempenado e feltrado (uma mão de massa ou massa única ) para receber a pintura.

O período de cura do emboço, antes da aplicação de qualquer revestimento, deve ser igual ou maior a sete dias.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

ARGAMASSAS - CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS

Os revestimentos são executados para dar às alvenarias maior resistência ao choque ou abrasão, impermeabilizá-las, tornar as paredes mais higiênicas (laváveis) ou ainda aumentar as  qualidades de isolamento térmico e acústico.

Os revestimentos internos e externos devem ser constituídos por uma camada ou  camadas superpostas, contínuas e uniformes. O consumo de cimento deve, preferencialmente ,  ser decrescente, sendo maior na primeira camada, em contato com a base. As superfícies  precisam estar perfeitamente desempenadas, prumadas ou niveladas e com textura uniforme,  bem como apresentar boa aderência entre as camadas  e com a base. Os revestimentos  externos devem, além disso, resistir à ação de variação de temperatura e umidade.

Quando se pretende revestir uma superfície, ela deve estar sempre isenta de poeira,  substâncias gordurosas, eflorescências ou outros materiais soltos, todos os dutos e redes de  água, esgoto e gás deverão ser ensaiados sob pressão recomendada para cada caso antes do  início dos serviços de revestimento.

Precisa apresentar-se suficientemente áspera a fim de que  se consiga a adequada aderência da argamassa de revestimento. No caso de superfícies lisas,  pouco absorventes ou com absorção heterogênea de água, aplica-se uniformemente um  chapisco.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

FERRAGENS - PUERTA - CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS

Além das dobradiças, temos as fechaduras que podem ser (Figura 7.6):

- tipo gorge
- de cilindro
- de w.c.
- p/ portas de correr



As fechaduras devem ser colocadas sem danificar as folhas, com bom acabamento e sem deixar folgas quando as folhas estiverem fechadas.
 

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

FOLHA UNA PUERTA - CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS

É a peça que será colocada no batente por intermédio de, no mínimo, três dobradiças de 3"x 3 1/2" para as folhas compensadas e quatro dobradiças para as folhas maciças recebendo posteriormente a fechadura.

Podem ser lisas, com almofadas, envidraçadas etc..

A folha externa deverá ser mais reforçada e de melhor acabamento, geralmente maciça.

Alguns cuidados devemos ter na escolha das folhas compensadas como:

-  Se ela vai ser pintada ou envernizada (a folha para verniz é de melhor acabamento);
-  O núcleo das folhas compensadas devem ser constituídos por sarrafos ou colmeias que formem poucos vazios;
-  Os montantes das folhas devem ter largura suficiente para proporcionar a fixação das dobradiças e fechaduras;
-  As travessas das folhas devem ter largura suficiente para poder cortar sem aparecer o núcleo;
-  As folhas compensadas devem ser "encabeçadas" (acabamento dos montantes maciços) evitando assim a vista do topo da chapa compensada.

OBS. Para se verificar se a folha foi bem colocada, ela deverá parar em qualquer posição que você deixá-la.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

BATANTE UMA PORTA - CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS

Em geral é de peroba, canafístula, canela, angelim (comercial), podendo ser também da mesma madeira da folha (especial), tem espessura em torno de 4,5cm e largura variando com o tipo de parede: se meio tijolo de 14,0 a 14,5cm, se tijolo inteiro 26,0cm, chamado batente duplo. O batente é composto de dois montantes e uma travessa, que já devem vir montados para a obra. Caso venham desmontados a sua montagem deve ser executada por profissional competente (carpinteiro).

Detalhes da fixação dos batentes das portas

Os batentes devem ficar no prumo e em nível. Para que isso ocorra, podemos proceder da seguinte maneira (Figura 7.2):

1 - Devemos marcar inicialmente o nível do piso acabado próximo ao batente.
2 - Para facilitar o assentamento, elevamos este nível em 1,0m.
3 - Estica-se uma linha no referido nível.
4 - Marca-se nos montantes, com lápis a medida de 1,09 ou 1,08m da travessa para  o "pé" do batente.
5 - No assentamento do batente, igualar a marca de lápis com a linha, ficando o vão  da travessa até o piso acabado em 2,09 ou 2,08m, e portanto de 1 a 2cm embutido no piso, para dar melhor acabamento. (assim se garante o nível).
6 - Aprumar os montantes.
7 - Depois de aprumado e nivelado, coloca-se cunhas de madeira para o travamento dos batentes e posterior fixação. 

Podem ser fixo às alvenaria através de pregos, parafusos, espuma expansiva de poliuretano ou sobre contramarco.

Na fixação com pregos se utiliza o prego 22 x 42 ou o 22 x 48 colocados de 0,5 em 0,5m no mínimo dedois em dois para possibilitar que toda a largura do batente seja fixada. O chumbamento é realizado comuma argamassa de cimento e areia no traço 1:3 em aberturas previamente realizadas nas alvenarias e previamente umedecida (Figura 7.3).


Detalhe da fixação dos batentes por pregos e parafusos

Na fixação por parafusos, a alvenaria deve estar requadrada. Geralmente este processo é utilizado em alvenarias estruturais ou mesmo para fixar batentes em estruturas de concreto armado onde o prumo e dimensões são mais precisos e não é aconselhável a quebra para a fixação dos batentes (Figura 7.3).


Utilizando parafusos com bucha dois a dois e de 0,5 em 0,5 m fixa-se os batentes (este procedimento é feito para evitar o empenamento dos montantes). Para vedar os parafusos podemos utilizar cavilhas ou massa para calafetar.

Na  fixação dos batentes com  espuma de poliuretano expansiva, requadrar primeiramente o vão da esquadria deixando uma folga aproximadamente de 1,0cm para possibilitar a colocação da espuma. A espuma poderá ser colocada em faixas de aproximadamente 30cm, em 6 pontos sucessivamente, em tornode todo o batente com o auxílio de um aplicador (pistola). Não alisar a espuma. Deixar secar por uma hora, depois pode cortar para dar o acabamento final.

O contramarco, em geral, é constituído de travessa e montante de pequena espessura,  fixa à alvenaria através de pregos ou parafusos. E os batentes por parafusos no contramarco.

Este sistema é o ideal, pois os batentes só serão colocados no final da obra,  protegendo-os portanto, das avarias geralmente sofridas durante a obra. (revestimentos,  choques, abrasões, etc...).

Chama-se vão livre ou vão de luz de um batente, a menor largura no sentido horizontal  e menor altura no sentido vertical (Figura 7.4). Esta é a medida que aparece nos projetos.

Vão livre ou vão de luz

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

PORTAS - CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS

Compõem-se de batente, que é a peça fixada na alvenaria, onde será colocada a folha por meio de dobradiças . A folha é a parte móvel que veda o vão deixado pelo batente e por  fim a guarnição, que é um acabamento colocado entre o batente e a alvenaria para esconder  as falhas existentes entre o batente e a alvenaria (Figura 7.1).

Componentes das portas de madeira
Figura 7.1 - Componentes das portas de madeira

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

REGRA GERAL PARA DESENHO DAS LINHAS DO TELHADO

O telhado é geralmente representado na mesma escala da planta, isto é, geralmente na escala 1:100. Também é usual representá-lo na escala 1:200.

Indica-se por linhas interrompidas, os contornos da construção pois a cobertura deverá ultrapassar as paredes, no mínimo 0,50m, formando os beirais ou platibanda que são  representados por linhas cheias.

As águas do telhado ou os panos, tem seu caimento ou inclinação de acordo com o tipo de telha utilizada.

Ao projetarmos uma cobertura, devemos lembra-nos de algumas regras práticas:

1 - As águas-furtadas  são  as  bissetrizes  do  ângulo  formado  entre  as  paredes e  saem dos cantos internos.
2 - Os espigões são as bissetrizes do Ângulo formado entre as  paredes e saem dos  cantos externos.
3 - As cumeeiras são sempre horizontais e geralmente ficam no centro.
4  - Quando temos uma cumeeira em nível mais elevado da outra, fazemos a união  entre as duas com um espigão, e no encontro do espigão com a cumeeira mais  baixa nasce uma água furtada.



Perspectiva das linhas de um telhado
Figura 6.49 - Perspectiva das linhas de um telhado

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Construção Civil e a Questão Ambiental no Contexto da Qualidade

A Construção Civil é, certamente, um dos ramos da atividade humana que mais intensamente interfere no Meio Ambiente, produzindo alterações ("impactos") ambientais que afetam extensas regiões e que podem perdurar por períodos de tempo muito longos ou até indefinidamente. Tais alterações ambientais podem inclusive ser tào prejudiciais que qualquer recuperação da região ou da espécie atingida torna-se impraticável.

Entende-se por Meio Ambiente, neste trabalho, o espaço no qual a obra civil sc insere e interfere, incluindo os seres vivos, numa interação dinâmica e contínua.

Entre as obras construídas pelo l lomem, aquelas que maiores impactos produzem no meio ambiente envolvem as usinas nucleares (principalmente pela gravidade de potenciais acidentes), as barragens (pela formação de lagos artificiais, com inundação dc grandes áreas dc terra), as rodovias e ferrovias (pelas grandes extensões destas obras, ao longo das quais sào alteradas a topografia, o revestimento do solo e as linhas de drenagem) e, finalmente, as ocupações urbanas, quando vistas em "escalas macro ", uma vez que alteram por com-pleto todas as características de regiões às vezes
de grande extensão, como no caso das metrópo-les urbanas modernas.

Devido a este poder impactantc no meio ambiente c que na maioria dos países foram criadas, nos últimos anos, leis c códigos que orientam, regulamentam e inclusive restringem a implantação de obras civis de maior porte e capazes de causar impactos ambientais significativos. No Brasil todas as atividades de Construção Civil de maior vulto, como por exemplo aquelas descritas acima, só podem ser executadas após as devidas análises por órgãos de controle ambiental federais, estaduais, e, cm certos casos, até municipais. No âmbito federal, qualquer projeto de obra civil de tal porte, como por exemplo a implantação de barragens para a criação de represas para a geração de energia ou abastecimento d'água, dc ro-dovias, ferrovias, dutovias, usinas termoelétricas ou termonucleares etc., deve obedecer aos pre-ceitos da Resolução n° 01 do Conama - Conselho

Nacional do Meio Ambiente, sendo as avaliações e aprovações delegadas aos órgãos estaduais de meio ambiente, como o Conama - Conselho Estadual tio Meio Ambiente, que apóia suas declsõcs cm estudos e análises realizadas pelas equipes técnicas da secretaria estadual específica.

Para o fim de atender aos preceitos constitucionais, está em vigor a Lei Federal 6.938 de 31/ 08/81, com as alterações introduzidas pelas Leis 7.80 Í de 18/07/89 c 8.028 dc 12/0-1/90, a qual está regulamentada pelo Decreto Federal 99.27'í de 06/ 06/90, com redação dada pelos Decretos 99.355 de 27/06/90 e 122 dc 17/05/91, que dispõem sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismo dc formulação c aplicação. No âmbito do Estado de São Paulo, por exemplo, está em vigor a Lei 997 de 31/05/76, regulamentada pelo Decreto 8/Í68 de 08/09/76, a qual dispõe sobre o controle da poluição do meio ambiente.

Nos demais Estados da federação, assim como em muitos municípios, também existe legislação específica para dispor sobre esta matéria.

Nos modernos projetos das obras civis procurase minimizar os impactos no meio ambiente e restringir ao mínimo imprescindível os danos ambientais produzidos por estas obras. Algumas exigências evidentes, c que no passado eram negligenciadas, dizem respeito por exemplo às áreas sujeitas às obras dc terraplenagem, que devem ser recuperadas durante ou pelo menos ao final da implantação dos empreendimentos, dc modo a restaurar a col>crtura vegetal com espécies ade-quadas à região cm "áreas dc empréstimo" ou de "bota foras1", assim como nos taludes dc cortes c aterros. Outra exigência usual diz respeito à qualidade das águas represadas ou lançadas nos cursos d'água, que deverão obedecer a certos pa-drões, adequados a cada caso em questão.

Todas as medidas necessárias para garantir a obediência a tais exigências, assim como os estu-dos demandados para a sua concepção e os acréscimos de trabalhos nos projetos de engenharia envolvidos, demandam custos adicionais que se somam aos demais custos das obras e, eventualmente, prazos também maiores. No entanto, ao se analisar a questão por um enfoque mais amplo e que envolva períodos maiores dc tempo, é evidente que tais acréscimos de custos e de prazos nas obras civis sào irrisórios, perante os ganhos de qualidade dc vida que deles resultam para a comunidade e especialmente para as gerações futuras que irão poder desfrutar dc condições ambientais mais preservadas e utilizar os recursos naturais cada vez mais escassos no planeta.

Neste contexto mais amplo, a Construção Civil ainda tem um longo caminho a percorrer até que se atinjam condições ideais no projeto, na implantação c na operação das obras civis, do ponto de vista ambiental. Porém os primeiros passos já foram dados, dc início vacilantes, depois com maior firmeza e objetividade. Certamente as atuais normas e regulamentos de caráter ambiental terão também que evoluir bastante nos próximos anos, ajustando-se às necessidades da sociedade e, em es-pecial, às necessidades futuras desta sociedade.

Isto já vem ocorrendo nos países mais desenvolvidos, especialmente na Europa, inclusive devido
à mais intensiva ocupação e utilização do solo, maior densidade demográfica e mais avançado estágio de industrialização. A legislação e as normas européias neste âmbito, particularmente as da Alemanha, são bastante restritivas e nào podem ser aplicadas à realidade brasileira sem prévias adequações e alterações, porém podem servir de balizamento para o estabelecimento da legislação em nosso país.

Cabe aos profissionais da Construção Civil nào só um papel passivo de se enquadrar na legislação promulgada c obedecer aos regulamentos estabelecidos mas também o de participar ativamente na elaboração de novas normas e regulamentos que tenham, por um lado, o essencial espírito de defender as condições ambientais, preservando os recursos tão escassos e importantes para a humanidade, mas que, por outro lado, permitam florescer a engenhosidade c inventividade dos engenheiros e demais profissionais atuantes neste campo, tirando melhor proveito da capacidade destes profissionais e dando oportunidade
ao desenvolvimento do setor, um dos mais importantes da atividade humana c também um dos
maiores geradores de empregos e da própria ocupação do ser humano ao longo dos tempos.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL - Aprovações Técnicas

É de conhecimento geral a ausência dc procedimentos de regulamentação de tipos dc sistemas  construtivos, especificações técnicas de materiais e componentes, normalização, penalidades no caso de desempenho inadequado do produto ou partes dele, códigos dc edificações eficientes, leis de uso e ocupação do solo, entre outros; que sào instrumentos de avaliação de desempenho e de atribuição dc responsabilidades e que, como tais, possibilitam a melhoria da qualidade das edificações e das obras de infra-estrutura urbana.

Um dos instrumentos internacionalmente utilizado para diminuir essa lacuna é a chamada "aprovação técnica". A aprovação técnica é uma avaliação positiva de um produto, serviço, projeto ou sistema construtivo, efetuada por um organismo técnico, independente do produtor e do consumidor do objeto da aprovação. Quando o produto é tradicional, em geral existe uma normalização à qual deva obedecer c a aprovação técnica é, na verdade, uma certificação de conformidade para com esta normalização. Quando o produto é inovador c desconhecido, ou ainda, no caso de projetos, serviços c sistemas construtivos, o processo de avaliação técnica é denominado homologação, sendo que o nome comercial da homologação
varia de instituição para instituição e de país para país. No Brasil, o IPT-Instituto de Pesquisas Tecno-lógicas do Estado de São Paulo introduziu pioneiramente, cm 1994, um sistema dc homologação, comercialmente denominado Referência Técnica - RT-1PT, nos moldes do "Avis Technique", na França, do "Documento de Idoneidad Técnica", na Espanha, e do "Approval", na Inglaterra.

As aprovações técnicas, quais sejam a certificação ou marca de conformidade e a homologação de produtos, podem ser, uma vez consolidadas en-quanto procedimentos de análise, incorporadas a regulamentações oficiais c códigos dc edificações, a exemplo do que ocorre em outros países, gerando uma sinergia de esforços na garantia da qualidade na indústria da construção civil.

Os benefícios da aprovação técnica respondem ao menos a três necessidades essenciais das economias modernas:

• visam, inicialmente c antes de tudo, melhor vender, trazendo ao mercado a prova objetiva, proveniente de um organismo independente, de que o produto proposto dispõe, efetivamente, das características de desempenho próprias para responder às necessidades dos clientes. As aprovações técnicas conferem uma vantagem comercial para aqueles que as detêm, cm relação aos produtos concorrentes de uso análogo;
• são, também, o meio de melhor comprar. Dar preferência a um produto referenciado é obter, ao menor custo, garantias quanto à conformidade de sua aquisição, pois nào será mais necessário ao comprador proceder, ele mesmo, aos controles;
• a aprovação técnica pode, igualmente, ser utilizada com proveito pelo Estado para melhor regulamentar. Aceitar a certificação voluntária como um dos modos dc prova da confomiidade de um produto às cláusulas de regulamentação, permite, por um lado, evitar controles supérfluos e, por outro, assegurar uma perfeita sinergia entre práticas comerciais e dispositivos regulamcntares.

A certificação ou marca de conformidade aparece, para produtos normalizados, como instnimento de avaliação eficaz, tendo em vista seu aspecto legal dc atribuição de responsabilidade (no caso de falta de qualidade) e de proteção ao consumidor, ainda que nào evite ausência da qualidade em algumas situações, tais como cm obras com uso intensivo de materiais novos ou desconheci -dos.

Sistemas construtivos inovadores, ou novos produtos que careçam de referências normativas para julgamento dc sua aptidão ao uso, ou, ainda, com-ponentes cujo desempenho está intimamente ligado à forma de utilização e aos componentes instalados conjuntamente, devem ser avaliados com outros critérios, base de um sistema de ho-mologação e que serão objeto do item b.

As vantagens das aprovações técnicas, em síntese, são:

• aument o de eficiênci a no projeto , pel o conhecimento das propriedades do produto "aprovado" , facilidade s na obtençã o de aprovaçã o pel o pode r competent e c na construção, pela redução de controle s de recebimento, facilidades nos contratos de fornecimento e simplificação dos processos de qualificação dos fornecedores;
• facilidade na identificação dos produtos cuja qualidade é controlada na fabricação e garantida pelo fabricante;
• a clara identificação dos potenciais de uso c dos limites de utilização dos produtos aprovados;
• a aceitação mais rápida de novos produtos com melhor relação desempenho/custo;
• produtos aprovados são mais facilmente aceitos como produtos de qualidade;
•o s procedimento s de aprovaçã o técnic a asseguram a revisão periódica dr.s exigências e a reavaliação de todos os produtos aprovados;
• os procedimentos dc aprovação técnica contêm especificações que facilitam o reconhecimento mútuo dcprocedimentos similares dc outros países, facilitando o comércio internacional;
• a aprovação técnica de produtos novos ou inovadores reduz o risco envolvido na pesquisa, desenvolvimento e lançamento do produto.

a. Certificação de Conformidade de Produtos
A primeira marca de conformidade da qual se tem notícia surgiu em 1949. A ISO-International
Organization for Standardization. criou um comitê  para tratar da questão dos consumidores, preocu-pada inicialmente apenas com as marcas de con-formidade, conforme explicitado no próprio título da comissão: "Marcas indicativas da conformidade com as normas". Essas marcas, representadas por um selo ou etiqueta, visavam garantir que um item estava conforme as normas, sem ainda relacionar a marca com qualquer conceito de qualidade do processo de fabricação, tampouco com constância da qualidade ao longo do tempo. F a chamada marca-símbolo.

A marca-símbolo, cm princípio, poderia até ser dada pelo próprio fabricante (é a chamada "self-certification" ou "two party certification"). Esse tipo de certificação gerou uma certa insatisfação de-
corrente da existência de itens não conformes sem  avaliação por parte dc uma entidade isenta.

Ficou patente a necessidade dc a certificação  ser realizada por uma terceira entidade, fora da relação fabricante-consumidor, considerada por ambos como idônea e neutra, é a chamada "third party certification".

Esse tipo de certificação é o mais utilizado atualmente. Para facilitar a aceitação de produtos certificados em seu país de origem pelo país comprador, foram criados modelos dc certificação mundialmente aceitos, os modelos da ISO.

Os Modelos da ISO
Os modelos de sistemas de certificação por uma terceira entidade identificados pela ISO são:

• MODELO 1: Ensaio dc tipo. Ensaio de uma amostra do produto com o objetivo dc verificação de conformidade a normas ou especificações técnicas definidas. Esse sistema representa a marca-símbolo, já mencionada anteriormente.
 
• MODELO 2: Ensaio dc tipo seguido por supervisão subseqüente através dc ensaios de amostras adquiridas no mercado.
 
• MODELO 3: Ensaio de tipo seguido por supervisão subseqüente através de ensaios dc amostras retiradas da fábrica.

• MODELO 4: Ensaios dc tipo seguido por supervisão subseqüente através de ensaios dc amostras adquiridas no mercado c retiradas na fábrica. Este sistema combina as vantagens dos dois anteriores.

• MODELO 5: Ensaio de tipo, verificação e aceitação do controle da qualidade da fábrica seguidos por supervisão que leva cm conta o acompanhamento do controle da qualidade da fábrica e o ensaio dc amostras, tanto retiradas na fábrica quanto adquiridas no mercado. Este modelo incorpora ao anterior a verificação inicial, a aprovação e o acompanhamento subseqüente dos procedimentos de controle da qualidade implementados pelo fabricante. É o mais utilizado para concessão da marca dc conformidade. 

• MODELO 6: Verificação do controle da qualidade rm fábrica objetivando apenas a sua aceitação.
Esse modelo visa, através da avaliação dos métodos dc produção utilizados, do controle da qualidade industrial , dos equipamento s existentes c dc seu laboratório, verificar a capacidade da empres a dc produzi r um determinado produto. A desvantagem deste sistema reside no fato de que o produto nào
pode ser certificado quanto á conformidade com especificações, uma vez que nào ocorre nenhum ensaio dc tipo. Esse modelo foi a base da criação da ISO 9000, que pressupõe que, se o sistema da qualidade industrial é adequado, o produto, conseqüentemente deva sê-lo.

• MODELO 7: Ensaio dc lote do produto. Neste
caso um lote do produto é ensaiado, após ter
sofrido um processo dc amostragem, c é
verificada a sua conformidade a normas ou
especificações técnicas específicas.

• MODELO 8: Ensaio Total. Nesse caso, o lote sofre uma inspeção dc 100%, isto é, os produtos sào
ensaiados um por um, sendo certificados apenas  aqueles que forem aprovados.

A Tabela 19.2 apresenta um resumo das principais características dos oito modelos apresentados.
Observando o quadro, nota-se que o único modelo que alia a avaliação contínua do produto com a auditoria do controle dc qualidade é o de número 5. A marca baseada nesse modelo minimiza ambigüidade e inadvcrtência do consumidor que, ao contrário do comprador industrial, raramente possui conhecimento técnico sobre os Ixms que adquire; esse é o motivo fundamental para que a maioria dos organismos certificadores do mundo escolham esse modelo.

Resumo das características dos modelos de certificaçao da ISO
Tabela 19.2 Resumo das características dos modelos de certificaçao da ISO

Supondo que o órgão ccrtificador tenha estrutura que permita a escolha dc laboratório dc ensaio e agências de inspeção, ele deverá obedecer algumas exigências básicas, resumidas nas condições que a ISO Guide 25 estabelece.

Sob a questão dos aspectos legais c contratuais de um sistema dc certificação há um contrato esclarecendo as obrigações que o fabricante tem que assumir para poder receber a licença do uso da marca.

Além dc respeitar o contrato, o fabricante deve:

• manter um controle da qualidade cm suas instalações, que inclua atividades dc ensaio e inspeção contínuas do produto que ostenta a marca;
• permitir as auditorias feitas pelo órgão ccrtificador;
• obedecer aos critérios impostos pelo órgão no que diz respeito à qualidade dos produtos e dos processos produtivos;
• facilitar o livre acesso do órgão (ou agência de inspeção representativa do mesmo) às suas instalações, documentação e registros, c permitir a utilização de seus equipamentos de ensaio quando necessário;
• remover do mercado os produtos que ostentam a marca e remover a marca daqueles que ainda estão nas instalações industriais, caso o órgão considcrc que cies não estão conformes;
• tomar as ações corretivas indicadas pelo órgão no caso de produtos nào conformes.

Apesar dc toda a cautela tomada no contrato, pode ocorrer o mau uso da marca. O mau uso pode ser dc responsabilidade do fabricante, caso ele seja caracterizado por ostentação da marca cm produtos nào conformes ou com defeitos de fa-bricação, ou ainda no caso dc utilização da marca sem autorização do órgão ccrtificador; ou pode ser de responsabilidade do órgão, no caso da utilização de normas inadequadas para a certificação de um dado produto.

A açào que o órgão certíficador tomará no caso cie mau uso depende de alguns fatores tais como: leis do país onde o mau uso ocorre, a natureza do contrato feito entre as partes, a seriedade do mau
uso e se o mau uso foi inadvertido ou deliberado.

Quando o problema ocorrido for a utilização de normas inadequadas, o órgão certíficador deve providenciar, o quanto antes, a revisão da norma para eliminar o problema, e exigir que todos os produtos certificados atendam a esse novo critério assim que a nova norma for publicada.

Em Geotecnia já é possível, por exemplo, a certificação de amostradores e equipamentos para sondagens de simples reconhecimento dos solos, se-gundo a NBR 6484/80. e de equipamentos para execução de prova de carga, segundo a NBR 6489/ 68. Já serviços e outros produtos geotécnicos po-dem ser objeto dc homologação, conforme será discutido a seguir.

b. Sistemas de Homologação

O primeiro sistema de homologação, na Construção Civil, surgiu na França, em 1945, graças à necessidade do Estado em construir e reconstruir um grande número de edificações, com escassez
de recursos humanos e materiais, devido aos danos oriundos da Segunda Guerra Mundial. Para
que o Estado francês protegesse o enorme investimento que faria, do risco desconhecido da utilização de novas técnicas, ele criou o "avis technique", um sistema de aprovação técnica.

Novas tecnologias só seriam utilizadas nas obras do Estado se sofressem prévia avaliação de seu desempenho, por um organismo técnico independente, e fossem devidamente "aprovados". Em 1947, o Estado Francês criou o CSTB-Centre Scientifique et Technique du Bâtiment, que é o órgão técnicoindependente responsável pelas

Aprovações Técnicas na França até os dias de hoje e que é o "pai' dos sistemas de homologação.

O sistema de homologação é baseado em requisitos e critérios de desempenho que permitem verificar se o produto, aqui entendido como um sistema constnitivo ou um elemento ou ainda como um componente ou material inovador, atende às condições estabelecidas, além de avaliações sobre o seu controle do processo produtivo e da montagem. Tais avaliações são efetuadas através de:

• ensaios e medidas, tanto em laboratórios como em protótipos do produto ou partes dele;
• modelos matemáticos ou físico-matemáticos que simulam o comportamento do produto diante de determinadas condições de expcsiçào — como exemplo, pode-se citar a simulação do comportamento térmico de um sistema construtivo perante determinadas condições climáticas, cm computador;
• julgamento técnico, baseando-se no conhecimento de especialistas e experiências acumuladas;
• inspeções realizadas em protótipos ou em produtos já em uso.

As condições de exposição sào devidas aos fenômenos de origem natural (ventos, chuvas, radiação solar, temperatura etc.), de origem externa ao produto (impactos externos) e devidas à utilização do produto (sobrecargas de utilização, choques devidos ao uso, focos de incêndio etc.).

Os requisitos e critérios de desempenho consistem na tradução das exigências humanas para regras da qualidade, definidas objetivamente, que devem ser atendidas pelo produto. São expressos como níveis de segurança, habitabilidade e durabilidade passíveis de serem obtidos através dos meios já discutidos. 

A homologação é fornecida após a obtenção de resultados favoráveis nào só nas avaliações de desempenho, mas também nas verificações efetuadas junto aos processos de fabricação e montagem do produto a fim de constatar a continuidade do controle da qualidade dessas operações.

No caso específico das fundações, as condições a que um determinado tipo dc fundação deve aten-der variam em função do tipo da obra, das condições do solo, da presença de águas agressivas, entre outros fatores que serão avaliados no item 19-2- Tais condições deveriam ser satisfatoriamente atendidas e verificadas, por exemplo, através de monitoração periódica da fundação real ou protótipos em campos de prova para receberem a homologação.

Um produto ou técnica não pertence ao campo da homologação para sempre. Na medida em que o conhecimento do produto e de seu comportamento ao longo do tempo sc consolide, é possível o desenvolvimento dc especificações de projeto, execução e o desenvolvimento dc métodos de ensaio para a avaliação do produto. Sua utilização torna-se tradicional e ele se torna passível de receber uma marca dc conformidade.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Recalques.

Geralmente os recalques dc tubulòes sob a carga de trabalho sào baixos (inferiores a 25mm) e perfeitamente aceitáveis para a grande maioria das estruturas. Entretanto, naqueles casos cm que a maior parte de capacidade de suporte se deve à base, o recalque pode ser elevado cseu valor deve ser estimado.

Quando se depara com o problema de estimar o recalque de tubulòes, a primeira dificuldade que surge é com relação à calibragem dos inúmeros métodos disponíveis, devido à pouca informação encontrada na literatura geotécnica sobre esse tipo de fundação.

Os custos de provas dc carga, devido à ordem de grandeza do carregamento necessário, sào fa-
tores preponderantes que inibem cs profissionais e empresas dc realizá-las.

Na literatura nacional , cm livros textos ou anais de congressos e outros eventos científicos, encontra-se muito pouca referência sobre o com-portamento desse tipo de fundação, sejam resultados de provas de carga ou de medidas de recalque.

Os fatores que interferem na magnitude dos recalques de um tubulào sào as cargas aplicadas, as características do solo subjacente à cota de apoio, as características do solo ao longo do fuste e as propriedades elásticas dos materiais utilizados na execução do fuste.

No Brasil há uma certa tradição de se considerar no projeto dc tubulòes apenas a resistência do solo subjacente à cota de apoio como responsável pelo suporte da carga aplicada no topo, admitindo-sc que o atrito, ou adesão ao longo do fuste, seja apenas suficiente para suportar o peso próprio do concreto.

Em determinadas situações esse critério pode ser excessivamente conservador, levando inclusive a uma interpretação errônea do comportamen-to real do solo subjacente à base, pois o atrito ou adesão estará atuando ao longo do fuste, c com isso reduzindo a parcela de carga na base do tubulào, quer tenha sido considerado ou nào no cálculo.

O recalque do topo de um tubulào é dado por duas parcelas distintas: o cncurtamento elástico do concreto, funcionando como coluna, c a de-formação do solo subjacente à base, devido ao acréscimo dc tensões. ç

A deformação elástica do fuste pode ser calculada pela aplicação da lei de I looke. É necessário estimar as tensões de atrito e/ou adesão na interface concreto-solo. de tal forma que se possa conhecer o esforço normal ao longo do fuste e da base do tubulão.

Existem na literatura técnica inúmeras formulações, teóricas e empíricas, que permitem uma estimativa dessas tensões ao longo do fuste. Os fatores que interferem no valor dessa tensão são: natureza do solo, histórico de tensões e tempo que o tubulão permanece aberto, entre outros.

Aplicando-se a lei de Hooke a um elemento infinitesimal, de altura dz, e integrando-se ao longo de todo comprimento, obtém-se a deformação total (Δc) do elemento de concreto. O módulo de elasticidade do concreto pode ser tomado como o módulo secante e estimado em função do fck, de acordo com a da NB 6118/78:

Apenas para se ter uma ordem de grandeza, num tubulão de 15 m de comprimento, utilizandose concreto com fck = 15 MPa, para uma tensão de trabalho dc 0,5 MPa e admitindo que 70% da carga do pilar seja resistida pela base. chega-se a um recalque elástico da ordem de 2,5 mm.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

CONSTRUÇÃO Tipos de tubulào.

Os tubulòes podem ser agrupados em dois ti-
pos básicos: c s tubulòes a céu aberto e os que
emp egam ar comprimido.

Tubulões a Céu Aberto

a) Sem Contenção Lateral

Estes tubulòes, também chamados de pocinhos, têm seu fuste aberto por escavação manual, ou  mecânica, sendo que a base é, cm geral, escavada  manualmente. Não utilizam nenhum escoramento lateral e portanto o fuste e, em especial, a base, somente podem ser executados cm solos que apresentem um mínimo de coesão capaz dc garantir a  estabilidade da escavação. Nestes casos o diâmetro final resulta sempre maior do que o previsto cm projeto (de 5% a 10%), e o atrito lateral ao longo do fuste é reduzido quando comparado com a resistência "in situ" no contato solo-solo. Esta redução no atrito lateral depende do alívio de tensões, ao passar de uma situação em repouso para uma condição ativa, e da umidade cedida pelo concreto ao solo circundante, o que depende do fator água/cimento do concreto empregado.

b) Com Contenção Lateral Parcial
Estas contenções parciais têm da ordem dc 2m e o solo é escorado antes de prosseguir a escavação. Estes revestimentos são, em geral, recuperados, e um exemplo é o tubulão tipo Chicago, que empregra revestimento de madeira, e suas variantes.

c) Com Contenção Lateral Continua
Um exemplo deste tipo é o Gow, que emprega revestimentos metálicos telescópicos, os quais sào recuperados à medida que o concreto é lançado para o interior da escavação.

Alguns tipos dc equipamentos cravam uma camisa metálica, desde a superfície, ao mesmo tempo em
que realizam mecanicamente a escavação, como por exemplo o tubulào tipo Benotto. Neste tipo de solução o atrito lateral fica sensivelmente reduzido pois o processo provoca um amolecimento do solo que, freqüentemente, é irrecuperável.

Normalmente estes tubulòes a céu aberto sào executados acima do lençol freático pois a escavação manual da base, ou mesmo do fuste, não pode ser executada abaixo do nível da água. Nada im-pede, entretanto, que se estenda a escavação utilizando-se de rebaixamento do lençol.

Quando se emprega um sistema de rebaixamento, dois problemas podem ocorrer:

• volume de água a esgotar, que é função da permeabilidade do solo c do desnível de água;
• forças de percolação prejudiciais à estabilidade das paredes laterais do tubulào c, em especial. do alargamento da base.

O rebaixamento do lençol freático pode ser executado por qualquer processo, até mesmo pela instalação de bombas no interior dos próprios tubulòes, ou então em poços destinados a esta operação. Cuidados especiais devem ser tomados nestes casos, pois a escavação abaixo do NA, especialmente a da base, é sempre muito perigosa.

Este perigo aumenta quando a bomba está posicionada no interior dc um tubulào, situação em que o fluxo de água se faz no sentido de reduzir a estabilidade da escavação.

Tubulões Pneumáticos
Para tornar possível a escavação abaixo do lençol freático emprega-se ar comprimido com pressão equivalente à pressão de água intersticial. Em solos arenosos a pressão é ligeiramente superior para compensar as perdas de carga e as perdas de ar, e também para favorecera estabilidade (cuidados devem ser tomados para evitar o secamento da areia). Para solos argilosos a pressão aplicada pode ser pouco menor do que a pressão neutra.

Os tubulões pneumáticos sào atualmente muito pouco empregados no mundo todo devido aos riscos e custos envolvidos, e no Brasil observa-se atualmente uma tendência de redução de sua utilização.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Estacas Carregadas Transversalmente.

Considerações Gerais
Quando uma estaca é submetida a uma carga horizontal, ela irá mover-se aproximadamente na direção da força aplicada, se for cuna e fixa no seu topo, ou entào irá girar em torno dc um ponto, até que o empuxo de terra seja mobilizado a ponto de a condição de equilíbrio ser satisfeita.

A capacidade de carga lateral é atingida quando o empuxo dc terra chega a seu limiie superior ou quando a estaca quebra por flexào.

Praticamente todas as fundações estão submetidas a algum tipo de esforço horizontal. Na maioria dos casos a magnitude desses esforços é, entretanto. pequena quando comparada as cargas verticais a que essas fundações estào submetidas . Esse s esforço s sã o poi s facilment e assimiláveis, sem que nenhuma medida especial tenha que ser adotada.

Porém, quando uma estaca é submetida a um carregamento horizontal de magnitude significativa, as tensões normais irão aumentar no lado oposto ao da aplicação da carga c decrescer no outro lado. A um certo estágio do carregamento, um buraco irá provavelmente abrir-se "atrás" da estaca enquanto o solo na "frente" da estaca irá romper, numa ruptura tipo bloco, conforme indicado na Figura 8.25

Fig. 8.25 - Deformação da estaca sob carga horizontal

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

CONCEPÇÃO DE PROJETO E CONDICIONANTES ESPECIAIS - Edifícios.

Comforme discutido no item anterior, é interessante estudiar mais de uma alternativa de fundaçào e comparar custos e prazos de execução. Entretanto, a obra pode apresentar condicionantes especiais que influenciarão desde o início a concepção do projeto. Estes condicionantes especiais podem ser, por exemplo, a existência de pilares junto às divisas ou de pavimentos de subsolo no prédio. Passamos, nos próximos itens, a discutir a concepção ou escolha de solução de fundação, inicialmente quando nào há condicionantes especiais e em seguida quando os há.

1 Edifícios sem Subsolo e Afastados das Divisas
2 Edifícios com Pilares na Divisa
3 Edifícios em Zona Urbana e com Subsolos
4 Edifícios em Encostas
5 Edifícios Industriais
6 Pontes e Viadutos

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

JANELAS MAXIM-AR.

Podem ser incluídas na categoria de janelas pivotantes horizontais, uma vez que também possuem eixo horizontal. Estas, porém, deslizam  verticalmente,  possuem  só uma folha e possibilitam a separação dos fluxos de ar quente e frio (fig 91).

                                                   Figura 91 - Janela tipo maxim-ar

As vantagens da janela maxim-ar são:

•  possibilitar ventilação das partes inferiores, mesmo nos dias chuvosos;
•  não ocupar espaço interno;
•  facilidade de limpeza devido à distância que a separa do vão superior.

Como desvantagens, citam-se:
•  liberação parcial do vão para ventilação;
•  não permite o uso de grades ou telas externas.

A janela de folha fixa serve tão somente para possibilitar a iluminação e a visão do exterior (fig.92).

Os tipos citados podem ser combinados de forma adequada no mesmo vão, para atender aos requisitos  técnicos  do projeto. As folhas das  janelas  podem,  ainda,  ser:  totalmente em  madeira; em venezianas de madeira, alumínio ou PVC;  vidro  com caixilhos de madeira, alumínio, aço ou PVC ou outras combinações.

Além  disso,  as  novas  exigências  do  mercado da construção civil vêm incentivando o aparecimento de novas janelas  no mercado. Entre elas destaca-se a janela acústica. O que se pretende é um tipo de vedação que, mesmo quando fechada (para impedir a passagem do vão), consiga promover a ventilação do ambiente. Nesse caso, o que vem ocorrendo é a  utilização da  janela projetada  para  permanecer  fechada nos momentos em que há incômodo do ruído exterior.

                                                         Figura 92 - Janela de folha fixa

Vale lembrar que as janelas comuns terão desempenho acústico tanto melhor, quanto mais perfeitos forem  seus  encaixes  e melhor seja a sua estanqueidade ao ar. Assim  sendo, janelas comuns de vidro com 3mm, guarnecidas com bandeiras em venezianas e tratamento acústico terão desempenho próximo ao das janelas acústicas. 

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

JANELAS PIVOTANTES.


Podem ser horizontais ou verticais  (fig. 89).  As janelas pivotantes horizontais podem ter uma  ou  mais  folhas  (tipo basculante). Este tipo de janela terá um desempenho do ponto de vista da ventilação, tanto maior quanto maior for seu ângulo de abertura.  

                                Figura 89 - Janela pivotante horizontal e vertical

De acordo com o sistema de comando  e  abertura  desse tipo de janela, é possível dirigir o  fluxo  de  ar  que  entra  pela referida abertura. A janela pivotante é apontada por diversos autores como a de melhor desempenho no direcionamento dos  movimentos do  ar, assim como da velocidade de entrada dos fluxos de ar no interior  dos ambientes.

As vantagens são:

•  permitir ventilação constante na totalidade do vão, mesmo em dias chuvosos;
•  ocupar pouco espaço ao abrir ou fechar;
•  facilidade de limpeza;
•  possibilita a entrada do ar frio e saída do ar quente no mesmo vão.

Como desvantagem dessa  tipologia  de   janela  aponta-se   a impossibilidade de observar o exterior debruçando-se sobre ela.

As janelas pivotantes verticais podem ser  encontradas em uma ou  mais folhas  e  possuem as mesmas características  das pivotantes  horizontais.  Permitem  a  passagem da ventilação em praticamente toda a extensão do vão quando seus elementos  formam  90o com o plano da fachada em que se encontram
inseridas. Esta  tipologia  de janela possibilita, também, controlar o fluxo de ar e  sua  direção, através dos sistemas de comando do referido modelo.


Apresentam-se como vantagens na utilização da janela pivotante vertical:

•  permitir ventilação constante, mesmo nos dias de chuva;
•  abertura em qualquer ângulo, o que possibilita o  controle  da ventilação;
• fácil limpeza;
•  ocupa pouco espaço, tanto interna quanto externamente ao movimentarse.

A desvantagem é a mesma da pivotante horizontal.

Pode-se ainda incluir  na  categoria das janelas pivotantes verticais, as janelas tipo "camarão", que  possuem pivô vertical   e  sanfonam  suas  folhas  umas  sobre   as outras, num deslizamento dos seus eixos verticais.

A vantagem desse tipo de janela, consiste em   permitir a passagem  da ventilação na totalidade de seu vão, possibilitando regular a ventilação. (fig. 90)

Entre as desvantagens, pode-se citar:

• dificuldade na limpeza;
•  quando se abre para o exterior, gera a impossibilidade de colocar grades;
•  quando se abre para o interior, impossibilita a colocação  de persianas.ç


Figura 90- Janela tipo "camarão"

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

JANELAS DE ABRIR.


Possuem eixo vertical de abertura e  são formadas por uma ou mais folhas (superfícies que podem ser móveis  ou  fixas), podendo abrir-se para dentro ou para fora da edificação (fig.88).

Entre as vantagens de uso da das janelas de abrir, pode-se citar:
•  abertura completa do vão;
•  facilidade de limpeza e manutenção;
•  permite a colocação de grades ou telas exteriores,  quando  se abre para dentro, e internas quando se abre para fora.

As desvantagens são:
•  não é possível regular a ventilação;
•  ocupa espaço interno se as folhas abrirem para dentro;
•  não podem permanecer abertas quando  ocorrem chuvas oblíquas em relação ao plano da fachada em  que se encontram inseridas, se não houver algum tipo de proteção.


                                                                   Figura 88 - Janelas de abrir

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