quinta-feira, 14 de março de 2013

Tubulões a Ar Comprimido.

Pretendendo-se executar tubulões em solos  onde haja água e nào seja possível esgotá-la devido ao perigo de desmoronamento das paredes do fuste, utilizam-se os tubulões a ar comprimido (também denominados de pneumáticos) com camisa de concreto ou de aço.

Os tubulões a ar comprimido com camisa de concreto começaram a ser usados entre nós a partir da década de 40, quando a Companhia Nacional de Construções Civis c Hidraúlicas (Civilhidro). sob a chefia do engenheiro Sérgio Valério, importou da França campânulas da Campenon Bemard, usadas, para execução de tubulões para obras-de-arte.

O primeiro prédio a ter suas fundações em tubulào a ar comprimido foi o Edifício Rhodia, na
Rua Libero Badaró, em Sào Paulo. A partir daí, os tubulões a ar comprimido com camisa de concreto passaram a ser uma das fundações profundas mais executadas no país.

Em 195-1, foi importado pela Engenharia de Fundações S.A. (Engefusa) o primeiro equipamento para
cravar camisas metálicas passando-se a usar o tubulào com camisas dc- aço como mais uma alternativa.

Com o maior desenvolvimento dos outros tipos de fundaçàc e com maiores restrições a ruído, o tubulào a ar comprimido foi sendo cada vez menos usado entre nós.

Atualmente só se usa tubulào a ar comprimido e em geral com camisa de concreto, em obras dc arte, geralmente fora do perímetro urbano.

As campânulas originais utilizavam guincho acionado por ar comprimido e por isso tinham seu topo
em forma de calota, o que criava problemas para a colocação de pesos sobre a compânula, para fa-
cilitar a descida da camisa do tubulào. Com a introdução de guinchos elétricos, as campânulas passaram a ser confeccionadas com teto plano eliminando-se este inconveniente.

Neste tipo de tubulào, seja a camisa dc concreto, seja dc aco, a pressão máxima de ar comprimi-
do empregada é de 3,-1 atm (340 kPa), razão pela qual estes tubulões têm sua profundidade limitada
a 34 m abaixo do nível de água (Norma Rcgulamentadora n ® 15, Anexo 16. da Portaria 3-214 do Ministério do Trabalho).

É importante ressaltar que no caso de utilização  de ar comprimido, em qualquer etapa dc execução dos tubulões, deve-se observar que o equipamento deve permitir que sc atendam rigorosamente os tempos dc compressão e descompressão prescritos pela boa técnica e pela legislação em vigor, só se admitindo trabalhos sob pressões superiores a 150 kPa quando as seguintes providências forem tomadas:

a) equipe permanente de socorro médico à dis-+ posição da obra;
b) câmara de descompressão equipada disponível na obra;
c) compressores e reservatórios dc ar comprimi do de reserva;
d) renovação de ar garantida, sendo o ar injetado  em condições satisfatórias para o trabalho humano.

A Companhia do Metrô de Sào Paulo, complementando estas recomendações, exigiu que cm suas obras com tubulões a ar comprimido se utilizasse  campânula dupla para obrigar um tempo maior de descompressão.

É importante lembrar que neste tipo de tubulões,  deve-se evitar trabalho com excesso de pressão
que possa ocasionar desconfinamento do fuste do tubulào e perda de sua resistência de atrito. Por  esta razão é desaconselhável a má prática de eliminar, através de pressào, a água eventualmente  acumulada no tubulào, devendo esta ser retirada através da campânula.

Analogamente aos tubulões a céu aberto, também é prática entre nós desprezar a carga resistida pelo fuste do tubulào e desprezar o peso próprio do mesmo, de tal modo que o dimensionamento da base alargada é feito de forma similar ao que foi exposto para os tubulões a céu aberto. A diferença do dimensionamento concentra-se, portanto, no fuste, em função da camisa empregada (concreto armado ou chapa de aço, recuperada ou nào).

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