domingo, 2 de setembro de 2012

A TÉCNICA NA IDADE MÉDIA E ATÉ O RENASCIMENTO.

Iodos os progressos técnicos alcançados durante a idade clássica foram, infelizmente, bastante descurados nos tempos medievais, tanto cm cuidados com dimensões e situações, como com materiais. Dai um número considerável de colapsos (cm conseqüência de situações desfavoráveis) de construções, a despeito da beleza de suas fachadas. Muitas excederam a capacidade de carga de seus terrenos de fundação e as que nào desapareceram apresentam-se hoje danificadas por trincas ou inclinações, ao passo que outras recalcaram excessivamente. Menciona-se, por exemplo, que em virtude das características puramente casuais, principalmente das fundações dessas obras, as corporações de construtores comumcnte só davam garantia de, no máximo, dez anos contra riscos de colapso. Esse declínio nas artes de construir é, segundo certos historiadores, característica marcante do que chamam de a idade das trevas e que, na Inglaterra (Dcrry e Williams, 1961), a fabricacào de tijolos foi virtualmente uma arte perdida em favor da pedra. Outros dizem que o melhor, no Ocidente, veio significativamente de Constantinopla, isto é, da ininterrupta tradição construtiva dos romanos. Exemplo: a igreja de Santa Sofia. Também significativamente, manuscritos de Vitrúvio (Marco Vitrúvio foi lio) foram achados cm MM c publicados em 1486.

Entretanto, as construções medievais eram grandes, como atestam seus castelos, e alguns progressos sempre se verificaram. Em algumas dessas obras de porte que tinham suas fundações sobre faxinas, estas evoluíram para verdadeiros assoalhos de madeira no fundo das escavações levadas até o nível d água. Em outras obras, como pontes, cm virtude mesmo dos problemas já referidos, os cuidados de construção de fundações eram agora facilitados pelo bombeamento das ensecadeiras, pelos bate-cstacas acionados por iodas de pé ou de água e também pelo uso do cimento pozolànico italiano, impermeável. Onde a correnteza tornava difícil a construção de pilares, optava-se por um arco único, que assim foi aumentando de vão ate 70 m. Também progrediram as fundações sobre estacas de madeira, principalmente em equipamentos: por volta de 1250, Villard de Honnicourt inventou uma serra para cortar cabeças dessas estacas debaixo dágua e, em M50, Francesco Di Giorgio projetou um bate-estaca já próximo dos modernos.

Esses progressos foram se acentuando pelos fins dos tempos medievais e em seu tratado De reaetlificatoria", de M85, Alberti vai até a construção de eclusas cm canais. Veio o Renascimento, também no campo científico e então fulgiram os gênios de Leonardo e Galileu. Leonardo da Vinci, na arquitetura, na construção c até na engenharia, apresentou projetos de bate-estacas e ensecadeiras. Galilco Galilei, nào só reuniu tudo
que a ciência do século XVI tinha trazido para a arte da construção, mas também pelos seus estu-
dos sobre a flexào de vigas acabou por fundar a Resistência dos Materiais. O livro sobre técnicas construtivas mais conhecido dessa época, escrito por Philibert de 1'Orme ( 1561), tratava até de fundações fluviais e marítimas e já se intitulava: invenções para a boa construção e a baixo custo".

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