segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Tubulào com Base Alargada.

Para tubulões curtos (D/T < 0 , é muito utilizado o chamado método russo, proposto para estacas rígidas, mas adaptado pelo Eng". Paulo Faria para o caso de tubulões circulares com base alargada (Velloso, 1978).

Essa adaptação pode ser consultada no livro de Alonso (1989) , de onde se  reproduz a Figura 8.49. A originalidade deste método é que sào consideradas as reações verticais do solo sob a base do tubulào. "Entretanto, uma análise mais apurada das equações mostra que os deslocamentos independem do diâmetro do fuste do tubulào, o que nào é verdade. Tal fato se deve à premissa da largura unitária adotada no desen-volvimento do método." (Ricci, 1995).

Método russo adaptado para tubulõcs curtos
Fig.8.49 - Método russo adaptado para tubulõcs
curtos
Um método específico para tubulões com base alargada foi proposto por Botelho (1986) , cujo artigo passa a ser resumido a seguir.

Os métodos disponíveis para análise de um tubulào carregado horizontalmente obrigam a uma opçào: ou se considera a flexào do tubulào mas nào se leva em conta o efeito da base (como se fosse estaca flutuante), ou se admite que o tubulào seja totalmente rígido, o que no caso de tubulões mais longos pode introduzir erros significativos. 

Os métodos apresentados nào permitem a con-sideração da base dos tubulões, como também pressupõem o terreno homogêneo, com o módulo de reaçào geralmente constante ou linearmente crescente com a profundidade. Tratando-se de tubulào apoiado ou engastado em rocha ou atravessando solos scdimentares mas com grande embutimento em solos residuais compactos, os modelos tornam-se inadequados.

Nesse sentido, os modelos que admitem o tubulào como rígido tendem a ser mais convenientes, uma vez que permitem, em alguns casos, a consideração de modelos de solo um pouco mais complexos. Tratando-se de tubulões a ar comprimido, ou seja, dc peças armadas cujo diâmetro mínimo é de 1,00 ou 1,20 m. a rigidez tende a ser grande, pelo que os erros decorrentes do emprego desses métodos tendem a ser menores, salvo quando os tubulões sào muito longos. IX- um modo geral, excluídos os terrenos muito pouco consistentes, a partir de profundidades correspon-dentes a sete diâmetros, o efeito da flexào come-ça a ser significativo.

O método desenvolvido por Botelho (198 0 está  apresentado na forma de um programa em Basic, que inclui as seguintes condições optativas

- tubulào ou estaca com topo livre ou engastado;
- considera ou nào o efeito da base alargada;
- módulo de reaçào horizontal do solo constante, linearmente crescente ou ainda arbitrariamente variável com a profundidade.

O programa fornece os valores dos deslocamentos para cada um dos pontos reais do tubulào, os valores do momento fletor, ponto a ponto, e das forças cortantes.

Da análise feita pelo autor, "fica patente que a nào consideração do efeito da base e do seu alargamento conduz a uma violenta diferença nos deslocamentos do topo do tubulào, a favor da segu-rança, mas introduz também uma variação mais significativa nos momentos na base do tubulào, nesse caso contra a segurança. A conclusão é que a análise de tubulões sem consideração de suas condições de base nào tem qualquer aproximação com a realidade c nào deve, em nenhum caso, ser empregada no projeto de tubulõcs, ainda que sem base alargada mas com o trecho final embutido em rocha ou terreno muito mais resistente que o do trecho superior".

"Analisando a variação do deslocamento do topo do tubulào com o seu comprimento total, bem como o efeito do alargamento da base, fica claro que o apiofuiidameiUo do tubulào e o alaigaineuto da base sào duas alternativas válidas para reduzir o deslocamento no topo do tubulào, cabendo fazer a escolha entre ambas em funçào das características do terreno abaixo da base preliminarmen-te fixada."

Entre outras, Botelho (1986) faz a seguinte recomendação para projeto:

"Tratando-se de tubulào ou estaca com comprimento inferior a oito diâmetros, podem ser em-pregados métodos de cálculo que não levem em conta a flexào da fundação, desde que permitam uma razoável representação do terreno. Para estacas flutuantes ou, pelo menos, com mais de 70 a 80% de sua carga vertical suportada por atrito, podem s,er empregados métodos dc cálculo que levem em conta a ílexáo da fundação mas ignorem a participação da base. Para estacas com con-tribuição importante da ponta ou tubulões com mais de oito diâmetros ou, embora com menor comprimento, em terrenos muito heterogêneos
que nào possam ser representados adequadamente nos métodos de cálculo mais simplificados que admitem o tubulão ou estaca como infinitamente rígidos, é que se sugere o método proposto."

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