Desta forma o acompanhamento técnico da execução das fundações é ainda mais importante pois inexistirã um momento de entrega e a seguir uma fase de avaliação e/ou inspeção das fundações acabadas; isto é realizado dc forma contínua e paulatina, ao longo do andamento das primeiras etapas da obra.
É pois de fundamental importância que este acompanhamento técnico se realize, que eventuais anomalias sejam anotadas e comunicadas de imediato e que as decisões sejam tomadas com muita rapidez, pois sua correção é muito mais fácil na etapa de execução das fundações do que "a posteriori". Para ilustrar esta característica, basta lembrar por exemplo dc obras com fundações em estacas cravadas: a quebra OJ o desvio de uma determinada estaca é facilmente corrigida, no momento da execução, pela cravaçào de uma ou duas estacas próximas, em substituição à danificada. Após a saída do "batc-estacas" da obra, dificilmente se viabilizará o seu retorno para cravar uma ou algumas poucas estacas complementares. Ainda depois, após a concretagem da estrutura, as soluções precisam ser alteradas, necessitando-sc então recorrer a soluções dc reforço de fundações (como o uso dc estacas "méga" de reação ou outras), de custo e complexidade muito maiores.
A norma brasileira, NBR 6122, apresenta a seguinte expressão, repetida para os casos de estacas escavadas e estacas cravadas: "sempre que houver dúvida sobre uma estaca, a fiscalização exigirá comprovaçã o do seu comportamento satisfatório. Se essa comprovação não for julgada suficiente, e, dependendo da natureza da dúvida, a estaca deve ser substituída ou seu comporta-
mento comprovado por prova de carga".
Evidentemente, este parágrafo dá margens a in-terpretações diferenciadas e muito polêmicas, porém, restringindo-se à sua essência, ele apresenta duas soluções diferentes, a primeira (da substituição) em geral somente aplicável durante a fase de execução das fundações e a segunda (da prova de carga) de custo elevado, principalmente se a prova de carga for executada de modo convencional , como preconiza a norma NBR 12131. Duas alternativas se colocam, sendo a primeira de aplicação restrita ao período em que a estaca sob suspeita ainda está livre, sem o bloco de coroamento executado, quando então é possível realizar um ensaio de carregamento dinâmico, segundo a nor-ma NBR 13208, já citado. A outra alternativa, de execução mais difícil, porém aplicável em certos casos, é a execução de um ensaio de carregamento com macaco atuando sobre a estaca e reagindo no próprio bloco, quando a carga neste, aplicada pelo pilar, já é suficientemente elevada.
Neste caso secciona-se a estaca junto ao bloco para permitir a inserção do macaco hidráulico e executa-se a prova de carga, com o cuidado de não rompê-la e permitir o seu reaproveitamento.
Caso a estaca não resista, terá que ser executado o reforço da fundação. Já com fundações em sapatas ou tubulões, a questão do recebimento, assim como a própria natureza das dúvidas sào diferentes, uma vez que se trata de elementos de concreto simples ou armado, de maior porte, executados por via convencional , com o concreto sendo moldado "in loco", preferencialmente sob a devida fiscalização técnica, recolhendo-se corpos-de-prova dos materiais para o seu controle e acompanhandose o adensamento e a cura do concreto. Nestes casos, tendo a fiscalização constatado a conformidade da execução às especificações de projeto, a liberação de cada elemento (sapata ou tubulão) farse-á mediante o recebimento dos relatórios de resultados dos ensaios de controle realizados.
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