segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

SISTEMA DE FÔRMAS E ESCORAMENTOS CONVENCIONAIS

Para se ter a garantia de que uma estrutura ou qualquer peça de concreto armado seja executado fielmente ao projeto e tenha a forma correta, depende da exatidão e rigidez das fôrmas e de seus escoramentos. 
Geralmente as fôrmas tem a sua execução atribuída aos mestres de obra ou  encarregados de carpintaria, estes procedimentos resultam em consumo intenso de materiais e  mão-de-obra, fazendo um serviço empírico, as fôrmas podem ficar superdimensionadas ou  subdimensionadas. Hoje existe um grande elenco de alternativas para confecção de fôrmas,  estudadas e projetadas, para todos os tipos de obras.

As fôrmas podem variar cerca de 40% do custo total das estruturas de concreto  armado. Considerando que a estrutura representa em média 20% do custo total de um edifício,  concluímos que racionalizar ou otimizar a forma corresponde a 8% do custo de construção.

Nessa análise, estamos considerando os custos diretos, existem os chamados indiretos,  que podem alcançar níveis representativos. No ciclo de execução da estrutura (forma, armação  e concreto), o item forma é geralmente, o caminho crítico, responsável por cerca de 50% do  prazo de execução do empreendimento. Portanto, o seu ritmo estabelece o ritmo das demais  atividades e, eventuais atrasos. A forma é reponsável por 60% das horas-homem gastas para  execução da estrutura os outros 40% para atividade de armação e concretagem.

Portanto devemos satisfazer alguns requisitos para a sua perfeita execução, que são:

a) Devem ser executadas rigorosamente de acordo com as dimensões indicadas no projeto, e ter a resistência necessária.
b) Devem ser praticamente estanques.
c) Devem ser projetadas para serem utilizadas o maior número possível de vezes.

Na concretagem devemos tomar algumas precauções, em relação as fôrmas, para que a estrutura não seja prejudicada:

a) Antes de concretar, as fôrmas devem ser limpas.
b) Antes de concretar, as fôrmas devem ser molhadas até a saturação.
c) Não colocar a agulha do vibrador entre a fôrma e as armaduras, isso pode danificar os painéis.


1 - Materiais e ferramentas

De acordo com o acabamento superficial das fôrmas pode-se definir o tipo de material  a ser empregado na sua execução.

- Tábuas de madeira serrada
- Chapa de madeira compensada resinada
- Chapa de madeira compensada  plastificada,  além dos pregos, barras de ferro  redondo, para serem utilizados sob forma de tirantes. Existem também, diferentes tipos de fôrmas metálicas assim como pontaletes tubulares.

1 - Materiais e ferramentas

De acordo com o acabamento superficial das fôrmas pode-se definir o tipo de material
a ser empregado na sua execução.

- Tábuas de madeira serrada
- Chapa de madeira compensada resinada
- Chapa de madeira compensada  plastificada,  além dos pregos, barras de ferro redondo, para serem utilizados sob forma de tirantes. Existem também, diferentes tipos de fôrmas metálicas assim como pontaletes tubulares.

a) Tábuas de madeira serrada:

Devem ter as seguintes qualidades:

  - Elevado módulo de elasticidade e resistência razoável
  - Não ser excessivamente dura
  - Baixo custo
  
As tábuas mais utilizadas são o pinho de 2º e 3º, o cedrilho, timburi. e similares;  sendo  as bitolas comerciais mais comuns de: 2,5 x 30,0 cm ( 1" x 12 "), 2,5 x 25,0 cm ( 1"x 10 "), 2,5 x 20,0 cm ( 1" x  8" ).

As tábuas podem ser reduzidas a qualquer largura, desdobradas em sarrafos, dos quais os mais comuns são os de 2,5 x 15,0 cm; 2,5 x 10,0 cm; 2,5 x 7,0 cm; 2,5 x 5,00 cm.

b) Chapas de madeira compensada:

As chapas de madeira compensada, mais usadas para fôrma, tem dimensões de 2,20 x 1,10 m e espessura que variam de 6,0; 10,0; 12,0mm.

As chapas tem acabamento resinado, para utilização em estruturas de concreto armado  revestida, e acabamento plastificado, para utilização em estruturas de concreto armado  aparente. 

As chapas compensadas são compostas por diversas lâminas coladas ou por cola  "branca" PVA, ou cola fenólica. As chapas coladas com cola fenólica são mais resistentes ao descolamento das lâminas quando submetidas a umidade.

c) Escoramentos: 

Podemos utilizar para escoramentos pontaletes de eucaliptos ou peças de peroba como  os cibros 5,0 x 6,0 cm; 5,0 x 7,0 cm; 8,0 x 8,0 cm; as vigas 6,0 x 12,0cm e 6,0 x 16,0 cm, além  dos escoramentos tubulares metálicos.

Quando os pontaletes forem apoiar no terreno, para evitar recalques, devemos colocar  tábuas ou pranchas que deverão ser maiores quando mais fraco for os terrenos, de modo que  as cargas dos pontaletes seja distribuída numa área maior.

Prever cunhas duplas nos pés de todos os pontaletes para possibilitar uma desforma  mais fácil, e nos vãos intermediários dos escoramentos, devem com certeza serem colocados,  de modo a permitir a colocação das contra flechas.

Nos pontaletes com mais de 3,00m, prever travamentos horizontais e  contravontamentos para evitar flambagem.

Cuidado com emendas nos pontaletes !!!

Cada pontalete de madeira só poderá ter uma emenda, a qual não pode  ser feita no terço médio do seu comprimento. Nas emendas, os topos das duas peças devem ser planos e  normais ao eixo comum. Devem, nestes casos, ser pregados cobre juntas de sarrafos em toda a volta das emendas.

d) Pregos:


Tabela 11.2 - Dimensões dos pregos em "mm"
Os pregos mais utilizados para a execução das fôrmas são:



O diâmetro deve ser escolhido entre 1/8 e 1/10 da espessura da peça de menor espessura.

Devemos deixar os materiais em locais cobertos , protegidos do sol  e da chuva. No  manuseio das chapas compensadas deve-se tomar o cuidado para não danificar os bordos.

Para a execução das fôrmas além das ferramentas de uso do carpinteiro, como o  martelo; serrote; lima; etc., se utiliza uma mesa de serra circular e uma bancada com gabarito  para a montagem dos painéis (Figura 11.4).


Figura 11.4 - Bancada com gabarito para montagem dos painéis das fôrmas
A mesa de serra deve ter uma altura e todos os sistemas de proteção que permita  proceder ao corte de uma seção de uma só vez e as dimensões da mesa de serra devem ser  coerentes com as dimensões das peças a serrar, e ainda é de grande importância adotar um  disco de serra com dentes compatíveis com o corte a ser feito (Figura 11.5).

Figura 11.5 - Tipos de disco para corte de tábuas e chapas compensadas
 2 - Peças utilizadas na execução das fôrmas:

São dados diversos nomes às peças que compõem as fôrmas e seus escoramentos as mais comuns são:

1  - PAINÉIS:   Superfícies planas, formadas por tábuas ou chapas, etc. Os painéis formam os pisos das lajes e as faces das vigas, pilares, paredes.

2  -  TRAVESSAS: Peças de ligações das tábuas ou chapas, dos painéis de vigas, pilares, paredes, geralmente feitas de sarrafos ou caibros.

3  -  TRAVESSÕES: Peças de suporte empregados somente nos escoramentos dos painéis de lajes, geralmente feitas de sarrafos ou caibros.

4  -  GUIAS: Peças de suporte dos travessões. Geralmente feitas de caibros ou tábuas trabalhando a cutelo ( espelho ), no caso de utilizar tábuas, os travessões são suprimidos.

5 - FACES:  Painéis que formam os lados das fôrmas das vigas.

6 - FUNDO DAS VIGAS: Painéis que forma a parte inferior das vigas.

7  -  TRAVESSAS DE APOIO: Peças fixadas sobre as travessas verticais das faces da viga, destinadas   ao apoio dos painéis de lajes e das peças de suporte dos painéis de laje (travessões e guias).

8 - CANTONEIRAS: Peças triangulares pregadas nos ângulos internos das fôrmas.

9 - GRAVATAS: Peças que ligam os painéis das formas dos pilares, colunas e vigas.

10 - MONTANTES: Peças destinadas a reforçar as gravatas dos pilares.

11- PÉS- DIREITOS: Suportes das fôrmas das lajes. Geralmente feitos a de caibros ou varas de eucaliptos.

12 - PONTALETES: Suportes das fôrmas das vigas. Geralmente feitos de caibros ou varas de  eucaliptos.

13 - ESCORAS (mãos - francesas): Peças inclinadas, trabalhando a compressão.

14  - CHAPUZES: Pequenas peças feitas de sarrafos, geralmente empregadas como suporte e  reforço de pregação das peças de escoramento, ou como apoio extremo das escoras.

15  -  TALAS: Peças idênticas aos chapuzez, destinadas à ligação e a emenda das peças de  escoramento.

16 - CUNHAS: Peças prismáticas, geralmente usadas aos pares.

17 - CALÇOS: Peças de madeira os quais se apoiam os pontaletes e pés direitos por intermédio  de cunhas.

18  -  ESPAÇADORES: Peças destinadas a manter a distância interna entre os painéis das  formas de paredes, fundações e vigas.

19 - JANELAS: Aberturas localizadas na base das fôrmas, destinadas a limpeza.

20  -  TRAVAMENTO: Ligação transversal das peças de escoramento que trabalham a  flambagem.

21 - CONTRAVENTAMENTO: Ligação destinada a evitar qualquer deslocamento das fôrmas.  Consiste na ligação das fôrmas entre si.

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