Partindo-se dos resultados de sondagens dc percussão, em muitos casos a opção por fundação por sapatas é claramente definida:
• aplicável: solos densos (SPT > 15) serão acessíveis após escavação para implantação da obra.
• nào aplicável: solos fracos (SPT < 6) se esten-
dem além das cotas de escavação.
As dúvidas surgem nos casos intermediários (maioria), em que o solo nào é nitidamente bom ou ruim, ou quando abaixo da camada de apoio prevista ocorrem solos mais fracos. Esses casos exigem uma investigação adicional.
Uma investigação complementar deve sempre que possível começar por um poço exploratório, a ser criteriosamente inspecionado pelo engenheiro. Vantagens do poco:
• é rápido (poceiros existem em qualquer cidade) e de baixo custo;
• verifica a profundidade do nível d'água. principal condicionante na escolha do tipo de fundação, freqüentemente indicado errado nas sondagens;
• permite inspeção dos tipos de solo, nem sempre classificados corretamente na inspeção táctil-visual, base da classificação apresentada nas sondagens (argila silto-arenosa, silte argilo-arenoso, areia
aigilo-siltosa e outras combinações que nào definem o tipo dc solo para o engenheiro).
• permite aferir "firmeza" dos solos, usando 'penetrômetro" manual (barra de aço de 0 12,5
mm);
• permite coleta de amostra indeformada em bloco. para ensaio de laboratório (solos coesivos);
• permite avaliar a viabilidade da execução de um bloco tronco-cônico (tubulào a céu aberto curto), mais econômico e de mais fácil execução que uma sapata.
Juntamente com o poço exploratório, podese também executar algumas sondagens com SPT a cada 0.5 m, que define melhor as transições entre camadas, oferecendo também maior número de dados para eventual emprego de correlações com outras propriedades dos solos. Essas sondagens poderão também investigar níveis d'água empoleirados e artesianismos, mediante uso correto do tubo de
revestimento do furo dc sondagem.
O expediente seguinte é o ensaio de penetração estática de conc. CPT. Vantagens:
• rapidez: resultados saem na hora, seja com equipamento manual ou automatizado montado em caminhão:
• investiga bem as areias acima ou abaixo do nível d'água
• define bem as transições;
• ao lado de sondagens, ajuda a conferir seus resultados
• ótimo para avaliar variabilidade horizontal, executando-se ensaios próximos;
• quase única opção rápida para emprego em solos residuais.
Fnsaios de laboratório ocupam um espaço pequeno na rotina do engenheiro de fundações. Em geral sào limitados a solos coesivos, facilmente amostráveis por meio dc blocos retirados de poços ou valas. A dificuldade aumenta, mas ainda será contornávcl, quando as amostras tiverem que ser obtidas através de furos de sondagens, retirando-se então amostras de 2" a 4" de diâmetro. Praticamente nào se aplicam a solos nào coesivos e a solos res.duais estniturados, onde os traumas de amostragem acabam levando ao corte de corpos-de-prova das partes mais coesivas tia amostra, pouco representativas do bloco e menos ainda do maciço tenoso.
Provas de carga cm placa sào pouco usadas, ainda que se apresentem como uma alternativa importante para estudo da compressibilidadc de areias, argilas fissurndas e, principalmente, de solos residuais. As maiores dificuldades práticas ao seu emprego residem no tempo necessário para sua execução e na dificuldade dc acesso à camada de interesse, numa época em que os edifícios rotineiramente têm dois subsolos de garagem (apoio de sapatas a 7-8 m de profundidade, freqüentemente abaixo do nível dágua.).
Ensaios "in situ" mais modernos como o pressiômetro Menard, o dilatômetro Marchetti e outros ainda nào estão incorporados à prática tle fundações brasileira.
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