Existem obras na engenharia civil nas quais o controle do seu desempenho, durante toda a sua vida útil, é considerado com a maior naturalidade: ninguém discute que seja óbvia a necessidade de se controlar , inclusive com uso de monitoração instrumental, obras como barragens, usinas nucleares e algumas outras.
No caso de edificações, pontes, viadutos c instalações industriais, no entanto, a simples menção ao controle de desempenho da estrutura e das fundações gera desconfianças (será que há problemas? existe des- confiança quanto ã estrutura ou âs fundações?).
Este comportamento "psicossocial" leva projetistas e construtores a evitarem ao máximo a instalação de instrumentos para monitorar o desempenho de estruturas e fundações, o que resulta na perda de preciosas informações que poderiam enriquecer o conhecimento do meio técnico e apri-morar metodologias de projeto e técnicas constnitivas.
Mesmo diante destas dificuldades, há casos — c espera-se que no futuro sejam mais numerosos — em que é realizada a monitoração de fundações e de estruturas no âmbito de uma avaliação do seu desempenho em condições operacionais. Destes controles, aquele que maior interesse apresenta para as fundações é o controle de recalques da estrutura, assunto discutido no próximo capítulo.
Evidentemente, a associação do controle de recalques com medidas dc cargas em pilares, por exemplo, é de grande interesse, apesar de ser rara a sua realização, especialmente em estruturas de concreto armado.
Em casos especiais como prédios e outras estruturas em encostas ou junto a escavações, cabem ainda outros controles geotécnicos como os de movimentos horizontais (com uso dc inclinômetros tipo "Slope Indicator" ou de extensômetros insta- lados em furos de sondagens específicos), dc aberturas de juntas ou fissuras (com uso de pinos ou de medidores "triortogonais"), de cargas em tirantes etc.
De qualquer forma, a questão do acompanhamento e do controle de desempenho de prédios e de outras estnituras precisa passar a ser encara- do de outra forma, com maior naturalidade, e como um processo de avanço tecnológico no âmbito da Constmçào Civil.
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